sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Minha entrevista para o jornal do SAAERJ

Segue a minha entrevista ao Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar do Estado do Rio de Janeiro, publicada no Jornal da entidade em duas partes, nos meses de maio e julho de 2008.

Um drama comum para os Diretores do SAAE-RJ é enfrentar os maus patrões, aqueles que, além de não honrarem os direitos trabalhistas previstos em Lei, ainda tentam burlar a fiscalização, se esquivando do pagamento das multas e de suas obrigações. O Vice-presidente do Sindicato, Helio Penna, explica: “É triste lidar com esse problema, especialmente em escolas e colégios, muitos de renome. Afinal, estamos lidando com gestores educacionais que, além de não pagarem hora-extra, não cumprirem com o reajuste salarial, atrasarem 13º etc , ainda faltam às mesas-redondas e recorrem das infrações cometidas com o intuito de empurrar o processo, prejudicando mais ainda o trabalhador. É esse o exemplo que dão às nossas crianças?”

A atitude desses maus empresários é em parte explicada pela natureza preventiva e punitiva da fiscalização do trabalho, que só pode multar, mas não garante ao trabalhador o recebimento dos seus direitos - para isso é necessário recorrer à Justiça do Trabalho.

De acordo com o Professor de Direito Empresarial do Trabalho da FGV e Chefe do setor de Relações de Trabalho da Gerência Regional de Nova Iguaçu, Ronald Sharp, a natureza punitiva gera um círculo vicioso porque, ao dar o direito de defesa, muitas empresas recorrem e apelam sucessivamente e a situação se arrasta, em prejuízo do trabalhador. “Multas de pequeno valor nem vale a pena cobrar, pois os trâmites burocráticos não compensam. Entre mil e dez mil reais as multas são inscritas em dívida ativa pela Procuradoria da Fazenda Nacional, mas não são cobradas na Justiça. Só paga o empresário que precisar participar de uma licitação, por exemplo, e depende de um documento emitido pela Fazenda, fora isso não paga. Apenas os grandes casos é que são pagos, mas as multas são de pequeno valor”.

Além disso, a legislação estabelece que micro empresas, empresas com até dez funcionários e as que estabelecidas antes de decorridos 90 dias de funcionamento têm direito a uma segunda visita da fiscalização, ou seja, não podem ser autuadas de imediato (exceto se tiver havidoEmbaraço à fiscalização ou falta de registro dos trabalhadores). Então, se há empregadores mal intencionados, que fecham uma empresa e abrem outra nos mesmos moldes para fugir da fiscalização, a coisa normalmente se perde e o empregado não consegue receber seus direitos.

Para o Professor Sharp, não há perspectiva de melhora neste quadro, ao contrário, o código de defesa do contribuinte, em análise, vai dificultar mais ainda a imposição de penalidades. Ele defende: “É preciso forçar uma mudança na legislação para aumentar o aparato fiscalizador, o valor das multas e sua cobrança”.

Sindicato atua em parceria com SRTs para agilizar autuações

olho: “O SAAE é um ótimo parceiro, muito atento, cuidadoso e profissional”.
Prof. Ronald Sharp

Em meio a um contexto tão caótico, a parceria com os Sindicatos na defesa dos interesses dos trabalhadores ganha importância crescente. “Os Sindicatos nos ajudam identificando focos de irregularidades, mas o sistema poderia ser mais aprimorado através de uma especificação maior da denúncia. Quanto mais detalhes tivermos, mais rápido se dará a fiscalização”, conta o Professor.

Sharp revela ainda que a SRT também recebe trabalhadores em busca de orientação. “Cada vez que paramos para atender a esses trabalhadores, é uma auditoria que se atrasa. A maioria dos sindicatos têm plenas condições de tirar essas dúvidas. O SAAE por exemplo, é excelente. Todas as denúncias que fizeram foram fundamentadas. É um ótimo parceiro, muito atento, cuidadoso e profissional”.

Se você trabalhador não está recebendo seus direitos trabalhistas a contento, faça contato com seu sindicato, procure a delegacia do SAAE-RJ mais próxima do seu local de trabalho ou moradia e informe-se. Você pode ser atendido por um funcionário ou pelo próprio Diretor do Sindicato, que têm plenas condições de esclarecer todas as suas dúvidas e dar a orientação correta e precisa.

Dependendo do tema, o assunto poderá ser encaminhado ao departamento jurídico. O Vice-presidente enfatiza: “Além de recorrermos à SRT ou DRT, agora Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, dependendo do caso, nós entramos com processos na Justiça do Trabalho.
Havendo comprovação de não cumprimento da legislação, a vitória é líquida e certa. Há casos inclusive em que o Sindicato ganhou danos morais. E o trabalhador não paga nada por isso, é de graça, basta procurar o SAAE-RJ”, conclui Helio.

A recente mudança de nome das Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs) para Superintendência Regional do Trabalho (SRTs) não representou ainda qualquer avanço ou melhoria no sistema de fiscalização nacional, de acordo com o Professor de Direito Empresarial do Trabalho da FGV e Chefe do setor de Relação de Trabalho da gerência regional de Nova Iguaçu, Ronald Sharp. Segundo ele, a mudança teve o objetivo de suavizar o nome de delegacia, que lembra força, mando, e proporcionar uma maior autonomia de gestão administrativa e financeira, porém essa segunda parte ainda não saiu da teoria.

Criada para atender grandes empresas, localizadas em enormes galpões com intensa concentração de empregados, em uma época em que não havia trabalho em domicílio nem terceirização, a fiscalização ficou defasada no tempo e hoje não tem condições de fiscalizar sequer 1% das empresas. “As atividades econômicas ficaram muito mais complexas. Hoje temos as franquias, os consórcios modulares, o tele trabalho e a fiscalização do Ministério do Trabalho não está preparada para enfrentar essas novas perspectivas”, declarou Sharp.

O Professor de Direito afirmou ainda que muito pouco está sendo feito no sentido de modernizar a fiscalização, que ainda exige a presença física do fiscal no estabelecimento para a lavratura do auto de infração, como regra geral. “Apenas por exceção e com relação específica ao FGTS, é que se pode convocar a empresa para ir à repartição”, explicou.

Outra dificuldade apontada por Sharp é a questão das metas da fiscalização que devem ser alcançadas, e que estão vinculadas à remuneração dos fiscais. “A fiscalização está mais preocupada com a arrecadação do FGTS. Foi montada para defender os direitos patrimoniais, como o fundo de garantia e a hora-extra. Trabalha muito pouco os outros direitos. Casos de assédio moral, assédio sexual, revista íntima e vários casos de discriminação não estão previstos de forma expressa na Lei, então não podem gerar autuação ”, explica o especialista.

Não bastassem tantos problemas, o número de fiscais ainda é insuficiente e não há sistema informatizado entre a SRT e a Justiça do Trabalho e a Procuradoria do Trabalho, por exemplo, o que dificulta e atrasa a aplicação das multas.

Mas, mesmo com todas essas dificuldades e obstáculos, o SAAE-RJ vem conseguindo êxito junto às SRTs, através de um trabalho em parceria que visa agilizar a tramitação e apuração dos processos. Se você trabalhador não está recebendo seus direitos trabalhistas a contento, faça contato com seu sindicato, procure a delegacia do SAAE-RJ mais próxima do seu local de trabalho ou moradia e informe-se. O departamento jurídico tem plenas condições de atendê-lo e representá-lo.

81 cursos de Direito perderão 54% das vagas

Há muito se discute a qualidade do ensino jurídico no país. A redução do número de vaga nos cursos de Direito faz parte de uma reforma acadêmica, cujos resultados já começarão a ser notados no Enade de 2009. Veja a matéria publicada na p. A-12, do Jornal do Commercio de 28.08.08.

Direito perde metade das vagas
LISANDRA PARAGUASSÚDA AGÊNCIA ESTADO
A partir do próximo vestibular, 81 cursos de Direito com avaliações ruins perderão 54% das vagas oferecidas. Serão 24.380 postos a menos em todo o País, a maioria deles (14.527) no Estado de São Paulo. São 30 instituições paulistas atingidas pela determinação do Ministério da Educação, decidida depois de uma negociação para melhorar a qualidade dos cursos, todos eles com conceitos baixos no Exame Nacional do Desempenho do Estudante (Enade) e resultados ruins na prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).Por causa da pressão da OAB, os cursos de Direito foram os primeiros a passar por uma avaliação direta do MEC. Depois de detectados os cursos com notas 1 e 2 no Enade, as instituições foram procuradas para que apresentassem um plano de trabalho para resolver suas deficiências. Dos 81 cursos, 51 apresentaram planos considerados satisfatórios pelo ministério e assinaram os protocolos de intenção até maio deste ano. Outros 30, que resistiram mais às determinações do MEC, foram vistoriados e assinaram os protocolos em julho. Ontem o MEC fez o balanço geral e divulgou que esses 30 cursos reduziram em torno de 3,6 mil vagas."Se contarmos que um curso de Direito abre, em média, com 100 vagas, é como se tivéssemos fechado 243 cursos", afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad. "Nesses três anos da minha gestão no ministério, fechamos mais vagas do que autorizamos". Parte dessas vagas, no entanto, já era ociosa. A conta do ministério é que, em vagas efetivamente preenchidas, o corte é de pouco mais de 16 mil. "A redução de vagas vem como parte de uma reforma acadêmica. É importante porque há adequação entre número de alunos e capacidade da instituição, mas a reforma é essencial para atender os que ficam", disse Haddad. As instituições também terão que contratar professores, revisar projetos pedagógicos e estruturar coordenação de cursos.A expectativa do ministério é ver resultados dessas instituições já no próximo Enade, que os cursos de Direito farão em 2009.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Da mesa redonda do MTE à decisão da Justiça do Trabalho

Uma mesa redonda mediada pelo Ministério do Trabalho e Emprego não encerrada com conciliação das partes pode servir de base para ação civil pública e para a sentença nela proferida, em proveito dos trabalhadores envolvidos. Confira na matéria abaixo.

Jornal do Commercio - Economia - 27.08.08 -A4
Justiça condena indústrias de suco de laranja

O juiz da Vara do Trabalho de Taquaritinga (SP), João Baptista Cilli Filho, condenou as quatro maiores indústrias de suco de laranja do País - Cutrale, Citrovita, Citrosuco e Louis Dreyfus Commodities - a cumprirem contratos e a receberem as frutas de seus fornecedores na safra 2008/2009, sob pena de multa diária de R$ 200 mil cada. Cilli Filho condenou ainda cada companhia a pagar, ao final do processo, R$ 5 milhões por danos sociais pela paralisação sem aviso prévio da colheita e a reversão do valor total arrecadado ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). As decisões, das quais as empresas ainda podem recorrer, foram tomadas na última sexta-feira e divulgadas hoje.
As punições são resultado de uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT), após denúncia encaminhada pela Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Araraquara (SP), que mediou uma mesa redonda, a pedido dos produtores, para avaliar a suspensão do recebimento das frutas nas lavouras paulistas, região que é a maior produtora mundial de citros. A reunião contou com a presença da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp) e de representantes das quatro empresas.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, durante o encontro, os dirigentes da Feraesp e da Associtrus expuseram os fatos e pediram a retomada imediata das operações de colheita e moagem de laranja, assim como o pagamento dos salários normais dos dias paralisados a todos os trabalhadores. Após a denúncia da Gerência Regional do Trabalho, o procurador de Araraquara Cássio Dalla-Déa impetrou a ação civil pública com pedido de tutela antecipada da multa diária de R$ 200 mil.
Os dois pedidos foram aceitos e o juiz marcou para o próximo dia 10 de setembro uma audiência inicial para a apresentação da defesa. Na decisão, Cilli Filho qualificou como ilícita a conduta das indústrias, "por desrespeito à função social do contrato e por exercício abusivo de direito, ferindo, assim, direitos 'transindividuais' trabalhistas".
Desde 1996, a colheita e o transporte das frutas são responsabilidade do produtor, diante do compromisso de cessação de uso do contrato padrão na compra e venda de laranja. As indústrias produtoras de suco se defendem com a argumentação de que isso foi uma imposição do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Na atual safra, as indústrias recuaram no recebimento das frutas e diminuíram o ritmo de produção sob alegação que a qualidade da fruta estava inadequada.
Sem o recebimento da fruta, os citricultores não puderam cumprir os contratos de colheita já firmados com os trabalhadores e, juntos, pediram providências à Justiça do Trabalho. "A decisão foi importante porque as empresas se julgam acima da lei e atuam de forma abusiva em relação aos trabalhadores e produtores", disse Flávio Viegas, presidente da Associtrus.
A Citrovita e a LD Commodities informaram, por meio de sua assessoria de imprensa, que não irão comentar o assunto. A Cutrale informou, também pela assessoria, que não foi notificada da decisão. Já a Citrosuco foi procurada pela Agência Estado e ainda não se manifestou.

Insalubridade: Nelson Mannrich sustenta cálculo baseado no salário mínio

Enquanto persiste a dúvida objetiva sobre a base de cálculo do adicional de insalubridae (vide postagens publicadas neste blog), o professor titular de Direito do Trabalho da USP e auditor-fiscal do trabalho aposentado, Nelson Mannrich, defende a aplicação do salário mínimo. A propósito segue matéria publicada hoje (27.08.08), no Valor Econômico, p. E2.

Juízes apresentam na terça proposta de MP sobre cálculo de insalubridade
Zínia Baeta e Adriana Aguiar,
de São Paulo27/08/2008
Representantes da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) pretendem apresentar na próxima terça-feira ao ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, uma proposta de medida provisória (MP) para regulamentar a base de cálculo do adicional de insalubridade devido pelas empresas a trabalhadores. A entidade sugere que o salário básico do trabalhador - o valor total do rendimento excluídas gratificações e bonificações - sirva de parâmetro para o cálculo, como já ocorre em outros adicionais. Até abril deste ano, a base de cálculo aplicada era o salário mínimo. Mas hoje há um "vácuo legal" sobre o tema após a edição de uma súmula pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e de uma liminar concedida pela corte à Confederação Nacional da Indústria (CNI), também sobre o cálculo do adicional de insalubridade.
Em abril, o Supremo editou a Súmula Vinculante nº 4, que vedou o uso do salário mínimo como indexador para o cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado e, ainda, sua substituição por decisão judicial. Por essa razão, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) alterou, em junho, a redação da Súmula nº 228 da corte que tratava do tema. Em substituição ao salário mínimo - antes utilizado pelo TST - a base de cálculo adotada pelo tribunal passou a ser o salário básico do trabalhador. Mas, diante de uma reclamação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo, concedeu uma liminar suspendendo a aplicação da súmula do TST até que o pleno da corte julgue o mérito da reclamação da entidade.
A incerteza quanto ao parâmetro a ser aplicado para o cálculo, levou, ontem, a seção especializada em dissídios individuais (SDI-2) do TST a retirar de pauta um recurso ordinário em uma ação rescisória que trata da base de cálculo do adicional de insalubridade. A seção, por maioria de votos, seguiu a proposta do vice-presidente do TST, ministro Milton de Moura França, de suspender o julgamento até que o pleno do Supremo julgue o mérito da reclamação da CNI contra a Súmula nº 228. O mesmo procedimento tem sido adotado pela outra seção de dissídios do tribunal - a SDI-1 - e pela maioria das turmas do TST. O que significa que, enquanto não houver uma definição sobre a matéria, os processos que tratam do adicional de periculosidade têm sido retirados de pauta. Para o ministro Moura França, essa seria uma boa política a ser adotada pelos tribunais regionais. Segundo ele, se o salário mínimo não pode ser usado, e o Judiciário não pode decidir qual o método de cálculo a ser adotado, só resta à Justiça do trabalho aguardar uma definição do Supremo. Em sua avaliação, julgar recursos sobre o tema é movimentar toda a máquina do Judiciário desnecessariamente, já que, a depender do que possa estabelecer o Supremo, as decisões poderão ser revistas. "O Supremo poderá baixar uma súmula que 'mata' todo o processo na origem", afirma. Por essa razão, o ministro afirma que não seria conveniente a continuidade dos julgamentos por parte da Justiça do trabalho até o desfecho do caso no Supremo. "Essa situação de indefinição é terrível, é necessário segurança jurídica para as duas partes", diz.
Para o advogado trabalhista e professor da USP, Nelson Mannrich, do escritório Felsberg Advogados, a Justiça do trabalho deve continuar a julgar os casos, ainda que a questão esteja indefinida. Para ele, enquanto não existe uma lei definindo o cálculo do adicional de insalubridade, os juízes devem continuar a aplicar o salário mínimo, ainda que inconstitucional e mesmo que posteriormente a decisão possa ser reformada. "Os juízes não podem ficar sem julgar, não acredito que eles vão ficar aguardando uma decisão do Supremo", diz.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Ministério do Trabalho faz recuar terceirização

A terceirização recua no Brasil graças à ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho e Emprego. Diversas empresas estão se ajustando ao ordenamento e registrando como seus trabalhadores que antes lhes prestavam serviços como terceirizados.

Valor Econômico - Brasil - 25.08.08 - A4
Fiscalização e busca de eficiência tiram força da terceirização

Adquirida em outubro do ano passado pela holandesa KPN, a Getronics contratou durante o primeiro semestre de 2008 cerca de 120 programadores e consultores na área de tecnologia de informação e comunicação. Apesar de representar 15% do total dos 800 funcionários mantidos atualmente pela multinacional, a contratação teve impacto relevante na folha de pagamentos da companhia porque esses consultores estão entre os que recebem salários médios mais altos na comparação com os demais trabalhadores da empresa.
"Os rendimentos deles estão na metade para cima da pirâmide de remunerações da companhia", diz o vice-presidente da Getronics América Latina, Paulo Pichini. Isso elevou os custos da empresa e fez a companhia negociar os preços dos contratos com os clientes. "Não zeramos o aumento, mas conseguimos repassar uma parte", conta Pichini.
A admissão dos profissionais foi resultado de um acordo assinado pela Getronics com o Ministério do Trabalho. A companhia, especializada no desenvolvimento e gerenciamento de redes tecnologia de informação e comunicação, comprometeu-se a admitir os 120 profissionais que trabalhavam como pessoas jurídicas e concordou em não voltar a contratar outros profissionais da área nesse modelo.
O Ministério do Trabalho deflagrou no primeiro semestre, em São Paulo, um programa específico contra a terceirização que, segundo dados da superintendência local, garantiu o registro de pouco mais de 1,2 mil trabalhadores e gerou oito autuações por falta de registro. Atualmente há mais de 80 processos de fiscalização em andamento. O segmento de TI foi um dos primeiros a ser fiscalizados.
A Getronics faz parte de um universo de empresas que recentemente converteram trabalhadores terceirizados a empregados com carteira assinada com base na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Por motivos diversos e num movimento aparentemente inverso à tendência de terceirização que tomou corpo a partir da década de 90, outras grandes companhias como Brasil Telecom e Avis, locadora de veículos, integraram à sua folha de salários funcionários do call center.
Desde o último trimestre do ano passado a Brasil Telecom trouxe para dentro de seu grupo mais de 10 mil atendentes de call center. A companhia fechou o primeiro semestre com um total de 17,82 mil trabalhadores, aumento de 203,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento foi principalmente resultado da internalização do call center da Brasil Telecom em dezembro de 2007 e do call center do Internet Group (iG), o segmento de internet da Brasil Telecom, em 2008. O balanço do segundo trimestre indicava que a iniciativa elevou em 40,4% os custos e despesas com pessoal em relação a igual período de 2007.
Segundo o diretor de gestão e recursos humanos da empresa, Giovani Foragi, a alteração deve-se ao interesse da Brasil Telecom em melhorar a eficiência, com maior produtividade das vendas e o grau de satisfação no atendimento. Foragi lembra que a internalização acaba com diferenças de cultura entre o tomador do serviço e o terceirizado e permite uma resposta mais rápida da empresa.
A analista de investimento da Link, Maria Teresa Azevedo, acredita, porém, que a mudança de modelo foi feita já tendo em vista a esperada fusão de atividades com a Oi, operadora que comprou a Brasil Telecom. O call center da Oi, lembra Teresa, é fornecido por empresa ligada à operadora. "A eventual união das duas empresas deverá ter como preocupação o ganho de eficiência e a redução de custos operacionais", lembra ela. "Provavelmente foi analisado o que vai ser mais eficiente e não só mais barato dentro de uma operação conjunta."
Na Avis houve a contratação direta dos 30 funcionários do call center que eram terceirizados até há cerca de um ano. Segundo o presidente da empresa, Afonso Celso de Barros Santos, a iniciativa fez dobrar a despesa com pessoal de call center, mas não se restringiu à simples internalização. O atendimento, que antes funcionava somente de segunda a sexta até às 20h, passou a operar sete dias por semana durante 24 horas. O volume de operações da companhia aumentou e a locadora dobrou a equipe para 60 atendentes.
Os exemplos da Getronics, Brasil Telecom e Avis não podem ser considerados exceção. O diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-Econômicos (Dieese), Clemente Ganz Lucio, diz que o processo de expansão do trabalho terceirizado começou a sofrer mudanças recentemente por três razões principais: aumento da fiscalização por órgãos de governo, perda de eficiência econômica pelas empresas e a perspectiva de crescimento sustentado da economia. Em muitos casos o processo é acompanhado de precarização nas condições do trabalho, fator que estimulou o Ministério Público e o Ministério do Trabalho a reforçar o trabalho de fiscalização nas empresas.
O reconhecimento de que a terceirização do trabalho não garante controle efetivo da produtividade e da qualidade do trabalho é outro fator que tem estimulado a contratação de trabalhadores, segundo Lucio. "Algumas empresas perceberam que o custo caiu, mas o retorno econômico não foi tão grande quanto esperavam, ou a terceirização não ofereceu garantia de ganho de competitividade."
Ninguém nega, porém, que a terceirização é uma tendência crescente e irreversível não só no Brasil como em todo o mundo. Recente pesquisa do Ipea mostra que dos 98 milhões de funcionários contratados pelas corporações transnacionais atualmente, 39,3 milhões (40%) exercem atividades terceirizadas. Dos 52 milhões de empregos novos gerados por essas companhias entre 1978 a 2006, 40 milhões resultaram de terceirização transnacional do trabalho.
A idéia não é acabar com a terceirização, mas corrigir exageros e repensar a forma de contratação de forma mais cuidadosa. "Há um amadurecimento em relação à terceirização, com a percepção de que não adianta reduzir custos imediatos, porque a conta pode ficar mais cara por questões trabalhistas e fiscais" diz, Nelson Mannrich, do Felsberg Associados.
Na mira de fiscalizações, a terceirização é, muitas vezes, fonte de contingência para as empresas. A Datasul levou ao Judiciário uma ação para declarar a nulidade de autuação com base na responsabilidade solidária pelo recolhimento das contribuições previdenciárias dos funcionários das prestadoras terceirizadas de serviços. Pela legislação, o tomador de serviços assume a responsabilidade de encargos fiscais e trabalhistas não cumpridos pelos prestadores de serviços.
A ação foi extinta por decisão da Justiça, porque a Datasul resolveu fazer o parcelamento do débito, o que foi interpretado como uma confissão da dívida. O parcelamento, segundo a empresa, foi feito para obter certidões negativas. A empresa tenta derrubar a decisão que deu fim ao processo porque ainda quer a nulidade da autuação. O valor envolvido na ação é de R$ 1,6 milhão. A companhia apresentou no primeiro semestre do ano lucro de R$ 19,6 milhões.
Segundo o diretor de recursos humanos da Datasul, Paulo Caputo, as terceirizações envolvidas no caso eram da área técnica, de profissionais ligados a projetos de desenvolvimento e implantação de software. A empresa também chegou a ser alvo de execução fiscal no valor de R$ 3,9 milhões, porque o INSS considerou que os profissionais terceirizados tinham vínculo empregatício com a companhia. Nessa discussão, diz Caputo, a empresa saiu vitoriosa.
Mesmo com as discussões, diz o diretor da empresa, a Datasul manteve o modelo pelo qual contrata o serviço de franqueados que desenvolvem e vendem software. Segundo a companhia, as franquias tiveram origem em antigos funcionários que se desligaram da empresa e queriam maior autonomia de trabalho. Segundo Caputo, a Datasul considera que a terceirização da empresa não viola a lei e nem cria o vínculo empregatício alegado pela Previdência. Nesse sentido, diz, há decisões favoráveis à companhia em processos administrativos e judiciais.
Álvaro Leal, consultor de "outsourcing" da IT Data, diz que ainda existe muita terceirização no segmento, mas há empresas que estão no caminho inverso. Os motivos são variados. Vão desde fiscalização, reestruturação societária e abertura de capital, até a tentativa de garantir uma segurança maior das redes e evitar questões relacionadas à responsabilidade civil no caso de uso indevido de dados.
Pichini, da Getronics, diz que o menor risco para os tomadores de serviço foi argumento importante para conseguir negociar os contratos e reduzir uma parte do impacto que traria a contratação direta de 120 profissionais que trabalhavam antes como pessoas jurídicas. Ele conta que a elevação de custos fez com que seu preço chegue a ser 40% superior a de concorrentes que ainda não fizeram a contratação de terceirizados. Sua expectativa é que, aos poucos, outras empresas se ajustem ao novo modelo.
A favor das empresas que adotaram a CLT estão as companhias que resolveram colocar em licitações ou em pedidos de propostas a exigência de que os profissionais de empresas terceirizadas sejam contratados com carteira assinada pelos prestadores de serviços. A Klabin é uma delas. A empresa diz que o procedimento faz parte de sua prática formal. (Colaborou Cibelle Bouças, de São Paulo)


Valor Econômico - Brasil - 25.08.08 - A4

Hospitais terão médicos com carteira assinada
De São Paulo

Em maio, o Sindicato dos Hospitais sem Fins Lucrativos (Sindhosfil) e a Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego em São Paulo assinaram um pacto pelo qual os hospitais se comprometeram a contratar, com carteira de trabalho assinada, os médicos que antes prestavam atendimento por meio do que a fiscalização trabalhista considerou como cooperativas irregulares. A superintendência do órgão em São Paulo calcula que cerca de 10 mil profissionais serão contratados até maio do ano que vem.
O pacto é resultado de um programa específico da superintendência paulista no combate à terceirização, colocado nas ruas no primeiro semestre do ano. Já foram fiscalizados os setores de construção civil, saúde, comunicação e informática e condomínios. Outra fiscalização prestes a ser deflagrada atingirá a contratação de cooperativas de motoqueiros.
A idéia, diz Lucíola Rodrigues Jaime, superintendente do Ministério do Trabalho em São Paulo, é levantar, os casos em que há falta de carteira assinada. "O trabalhador que está contratado com carteira, seja pelo prestador de serviços ou pela companhia na qual atua, não é atualmente nosso alvo", diz Lucíola. O órgão tem notificado empresas que possuem profissionais fora do regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), principalmente aqueles que prestam serviços por cooperativas ou como pessoas jurídicas. Nessas duas formas de contratação o foco são os trabalhadores que exercem funções de forma pessoal, com habitualidade e subordinados às ordens da tomadora de serviços.
"Decidimos não entrar na polêmica discussão da atividade fim e da atividade meio", explica Lucíola, referindo se à súmula 331, do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Para a corte, é ilícita a terceirização da atividade fim, ou seja, a atividade preponderante do tomador de serviços. Por exemplo, uma confecção que contrata costureiras terceirizadas. "Queremos evitar essa discussão. Simplesmente analisamos se o trabalhador está na condição de empregado e se há registro em carteira."
A fiscalização já garantiu a regularização de 1,2 mil trabalhadores e rendeu 83 processos de fiscalização. Lucíola diz que a superintendência tem buscado a assinatura de acordos, com prazos para adaptação das empresas, sem cobrar o passado. "Os autos de infração tendem a ser altíssimos, porque incluem todo o recolhimento de FGTS que deixou de ser feito durante o período de contratação irregular", diz ela.
O advogado Marcel Cordeiro, do Pompeu, Longo, Kignel & Cipullo, explica que a terceirização vem sendo atacada em pelo menos duas frentes: uma pelo Ministério do Trabalho, que exige a regularização do vínculo empregatício, e pela Receita Federal, que cobra a contribuição previdenciária sobre a remuneração paga aos trabalhadores que considera como empregados. O tomador de serviços ainda responde solidariamente por encargos trabalhistas e fiscais do prestador de serviços. (MW)

domingo, 24 de agosto de 2008

Terceirização

O assunto terceirização, por mais difundido e discutido, não apresenta sinais de esgotamento. Ao contrário, seus debates prosseguem e alimentam diferentes pontos de vista.
No artigo abaixo, a autora de Elaine Cristina dos Reis destaca que "... o entendimento majoritário dos tribunais é de que a contratação de terceiros para a atividade-fim da empresa representa a transferência do risco do negócio". Daí, pois, o cabimento da terceirização apenas na atividade-meio e mesmo assim desde que não estejam presentes os requisitos caracterizadores da relação de emprego.

Jornal do Commercio - Direito & Justiça - 22, 23 e 24.08.08, p. B-7

Terceirização e legislação trabalhista
Elaine Cristina Reis
Do Peixoto e Cury Advogados
A dinâmica da economia mundial, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento tecnológico e à modernização industrial, levou ao surgimento e abertura de novos segmentos de negócios especializados na fabricação de determinadas matérias-primas e fornecimento de determinados serviços que antes eram totalmente produzidos ou fornecidos pela própria empresa responsável pelo produto final. I sto é, esses produtos e serviços, anteriormente considerados como parte integrante do processo produtivo, hoje, são fornecidos por novos segmentos e empresas especializadas. É a chamada terceirização.Neste novo modelo, as atividades essenciais para as empresas anos atrás hoje são consideradas apenas meio da execução do seu negócio. No entanto, o desenvolvimento e evolução nem sempre são acompanhados na mesma velocidade pela legislação trabalhista e pelo Poder Judiciário.O crescente desenvolvimento do fenômeno da terceirização na contratação de mão-de-obra tem gerado inúmeras reclamações trabalhistas, que são dispendiosas a todos os envolvidos, inclusive as tomadoras de serviços. E, na prática, o que se verifica é que os tribunais trabalhistas nem sempre acompanham a evolução dos novos conceitos com a rapidez desejada e muitas dessas inovações esbarram na limitação legislativa, que consideram como fraude muitas dessas terceirizações.Depois de reiteradas decisões quanto à legalidade da contratação de serviços terceirizados, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) editou a Súmula 331, consolidando o entendimento de que é ilícita a contratação de mão-de-obra para a prática de atividade preponderante da empresa tomadora de serviços. Assim, formou, nestes casos, o vínculo de emprego direto.Esse entendimento está vinculado ao disposto no artigo 2º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estabelece que o empregador é aquele que assume os riscos da atividade econômica, admitindo e assalariando, bem como dirigindo a prestação pessoal dos serviços. Nesse sentido, o entendimento majoritário dos tribunais é de que a contratação de terceiros para a atividade-fim da empresa representa a transferência do risco do negócio.É importante salientar que, independentemente do tipo de terceirização, caso seja verificado que o profissional alocado na prestação de serviços estiver exercendo suas funções de forma pessoal, com habitualidade, subordinado às ordens e mandamentos da tomadora de serviços, fatalmente será considerado empregado direto dessa empresa. E mesmo não havendo qualquer ilegalidade na contratação de empresa interposta, a tomadora de serviços responderá de forma subsidiária pelo inadimplemento da prestadora com relação ao cumprimento das obrigações trabalhistas.Por todo exposto, é importante destacar que para que haja o mínimo de segurança na terceirização não basta cumprir todos os requisitos legais. É expressamente necessário contratar fornecedores idôneos e capazes de arcar com todos os ônus inerentes a prestação de serviços, principalmente os trabalhistas.ecrpeixotoecury.com.br

Certidão negativa de débitos trabalhistas

Fico realmente estarrecido quando vejo que a discussão sobre a instituição de uma certidão de débitos trabalhistas não inclui o Ministério do Trabalho nem este parece manifestar interesse.
Assim como a Receita Federal, cuja certidão negativa condiciona uma série de atos, os orgãos de fiscalização do trabalho aplicam multas pelo descumprimento da legislação laboral. Qualquer certidão negativa de débitos trabalhistas deveria abranger os ilícitos administrativos apurados e reprimidos pela fiscalização do Ministério do Trabalho. Acompanhe a notícia abaixo, publicada no Jornal do Commercio de 22, 23 e 24.08.08, seção Direito & Justiça, p. B-8.

Governo tenta acordo com juízes trabalhistas
GISELLE SOUZA
DO JORNAL DO COMMERCIO
O governo estuda, em conjunto com os juízes trabalhistas, uma alternativa à proposição que institui a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas. Técnicos da Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil se reuniram nesta quinta-feira com o vice-presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Luciano Athayde, para discutir o tema e apresentar o texto que poderá substituir o Projeto de Lei 7.077/2002, em curso na Câmara dos Deputados. Desde que chegou à Câmara, o projeto de lei recebeu quatro emendas, que tiveram voto contrário do relator Luiz Couto (PT-PB), por tratarem de questões próprias do mérito.A proposição original resulta de uma sugestão encaminhada pela Anamatra ao Senado, em 2002. Todas as hipóteses aventadas foram aceitas pela Casa. Entre elas, a que torna obrigatória a apresentação da certidão quando as empresas concorrerem a licitações ou forem renovar contrato de prestação de serviço junto a órgãos da administração pública. Pelo projeto de lei, o documento deverá ser exigido também no caso de recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios; de alienação ou oneração de bem imóvel; e do registro de alterações da empresa. Outra situação na qual o documento seria obrigatório é quando o proprietário, pessoa física ou jurídica, for averbar, no registro de imóveis, obra de construção civil. Para isso, o projeto define como sendo débito trabalhista o inadimplemento de obrigações estabelecidas em sentença condenatória da Justiça do Trabalho, que tenham transitado em julgado, assim como as que resultassem da assinatura do termo de ajuste de conduta celebrado perante o Ministério Público do Trabalho ou de termo de acordo firmado perante a Comissão de Conciliação Prévia. Segundo a proposta, a inexistência de débito deve ser provada em relação a todos os estabelecimentos, agências, filiais ou obras de construção civil, desnecessária a transcrição do inteiro teor da certidão, bastando a menção ao seu número de série e data de emissão. Além disso, o documento teria validade de 90 dias e poderia ser apresentado por meio de cópia autenticada. Com essas medidas, a Anamatra esperava criar mecanismo para pressionar o empregador a arcar com o débito trabalhista determinado pela Justiça.O governo achou o projeto radical. Decidiu que apoiará o projeto se esse apenas abarcar a hipótese da concorrência pública. "O governo compreendeu que é possível aprovar o projeto nessa extensão menor. Em síntese, o governo acha mais adequada a exigência somente para quem quer participar de licitação pública. As outras situações foram consideradas louváveis, mas inadequadas para o momento", explicou Athayde. O vice-presidente da Anamatra afirmou que a entidade sinalizará a favor da proposta do governo. A avaliação é de que a mudança tornará o texto mais palatável, facilitando assim o processo de aprovação e sanção do texto. "A associação apoia essa alteração porque já significará um avanço em vista da situação existente hoje", disse o magistrado, acrescentando que a entidade continuará tentando sensibilizar os parlamentares para a aprovação do projeto. De acordo com Athayde, a criação da Certidão Negativa de Débito Trabalhista é imprescindível para a efetivação da execução trabalhista pela Justiça do Trabalho, visto que, atualmente, a dívida não cria embaraço a atividade empresarial, como ocorre em relação aos débitos fiscais. Por essa razão, muitas empresas não pagam."Na execução trabalhista, temos uma situação em que muitas empresas podem continuar com sua atividade regular ainda que sejam devedoras da Justiça do Trabalho. A idéia, então, é criar um estímulo para pagar essas empresas arcarem com os débitos, seja por meio de acordo ou parcelando", disse o magistrado, acrescentando que mesmo a limitação das hipóteses em que o documento seria exigido apenas para a concorrência pública já representa um avanço.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Competência da Justiça Comum para o julgamento das causas entre o Poder Público e seus servidores

Noticiário do STF, Quinta-feira, 21 de Agosto de 2008

STF reafirma que cabe à Justiça comum julgar causas entre o Poder Público e seus servidores
Por maioria (7 votos a 1), o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, nesta quinta-feira (21), jurisprudência preponderante na Corte no sentido de que a relação de emprego entre o Poder Público e seus servidores é sempre de caráter jurídico-administrativo e, portanto, a competência para dirimir conflitos entre as duas partes será sempre da Justiça Comum, e não da Justiça do Trabalho.
A decisão, à qual o Tribunal deu caráter de repercussão geral – casos que tenham maiores implicações para o conjunto da sociedade –, foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 573202, interposto pelo governo do estado do Amazonas contra acórdão (decisão colegiada) do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Ao julgar um recurso trabalhista, o TST entendeu que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar casos de contratação de servidores pelo regime temporário previsto em lei estadual. Com isso, deu ganho de causa a uma contratada pelo governo estadual pelo regime previsto na Lei estadual nº 1.674/84 para exercer, temporariamente, o cargo de professora.
Ao reclamar o pagamento de direitos trabalhistas previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a professora alegou que seu contrato de trabalho sofreu várias prorrogações, estendendo-se por oito anos, o que teria transmutado sua relação, automaticamente, para o regime trabalhista. Portanto, a competência para julgar o feito seria da Justiça do Trabalho.
Inconformado com a decisão, o governo do Amazonas interpôs Recurso Extraordinário no STF. Alegou violação dos artigos 37, IX, e 114, da Constituição Federal (CF). Segundo ele, “a competência da Justiça Trabalhista, prevista no artigo 114 da Constituição Federal (CF), não acolhe o julgamento de matéria de natureza administrativa e constitucional".
Assim, sustentou o governo amazonense, os atos decisórios até então praticados no processo seriam nulos, porque emanados de juízo incompetente .
Competência
Acompanhando o voto do relator, ministro Ricardo Lewandowski, o Plenário do STF confirmou a tese sustentada pelo governo estadual. Lewandowski citou uma série de precedentes do STF no mesmo sentido. Um deles é a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3395, relatada pelo ministro Cezar Peluso, em que o STF assentou o entendimento de que não cabe à Justiça Trabalhista, mas sim à Justiça Comum, estadual ou federal, dirimir conflitos da relação jurídico-administrativa entre o Poder Público e seus servidores.
“Não há que se entender que a Justiça Trabalhista, a partir do texto promulgado (da nova Constituição de 1988) possa analisar questões relativas aos servidores públicos”, decidiu o Plenário. Essas demandas vinculadas a questões funcionais a eles pertinentes, regidos que são pela Lei 8.112/90 (Estatuto do Funcionalismo Público) e pelo Direito Administrativo, são diversas dos contratos de trabalho regidos pela CLT, conforme o entendimento dos ministros.
Votos
Em seu voto, o ministro Ricardo Lewandowski observou, ainda, que o Plenário do STF já firmou entendimento pela competência da Justiça estadual, nos casos disciplinados por lei local com fundamento no artigo 106 da CF de 1967, nos termos da Emenda Cosntitucional (EC) nº 01/89. E disse que a Constituição de 1988 não alterou esse entendimento da Corte.
Para o ministro Cezar Peluso, que acompanhou o relator, “não há possibilidade de a relação do Poder Público com seus servidores (qualquer relação) estar sujeita à CLT e, portanto, à Justiça do Trabalho". Na mesma direção se pronunciou a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha. Segundo ela, “o vínculo (do servidor) com o estado tem caráter administrativo".
Cezar Peluso observou, a propósito, que a CLT não resolveria casos de emergência, como, por exemplo, a convocação de servidores no fim de semana, diante das exigências contidas na CLT.
Divergência
Único voto divergente, o ministro Marco Aurélio sustentou que “o que define a competência são os fatos”. Segundo ele, no caso concreto, trata-se de uma relação trabalhista mascarada por um contrato temporário. Portanto, seria competente a Justiça Trabalhista para julgar o feito.
Processos relacionadosRE 573202

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

ONGs

O que você pensa sobre as ONGs? Aliás, deve-se falar corretamente ONG, tudo junto, e não separadamente O-N-G, uma vez que as letras são silabáveis e podem ser pronunciadas como uma palavra.

Jornal do Commercio - Direito & Justiça – Carreiras – 08.08.08
Responsabilidade social e ética
ENGEL PASCHOALONGs?
Pior sem elas
Criada em 1991, a cada 10 de agosto a Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong) completa mais um aniversário. Para que serve a Abong? Entre outras coisas, para "consolidar a identidade das ONGs brasileiras e afirmar sua autonomia". E para que servem as ONGs? Se foi criada para resolver um problema, a ONG deveria deixar de existir assim que o problema fosse resolvido, imagino eu.Ou, como disse a revista britânica The Economist (29/01/00): "O principal objetivo das ONGs deveria ser a sua própria extinção". Para a revista inglesa, as ONGs se multiplicam, usam métodos de grandes empresas, deixam de lado as boas intenções e "hoje desembolsam mais dinheiro que o Banco Mundial".Em 2002 havia, segundo a Abong, 276 mil ONGs no Brasil. Em 2006, seriam 326 mil. Hoje, fala-se em 500 mil. O número exato? Se alguém souber, me avise.Lobos e cordeiros. As críticas às ONGs vêm de muitos lados e há muitos anos. Por exemplo, o roteiro do filme "Quanto vale ou é por quilo?" (2005), de Sergio Bianchi, tinha um trecho que dizia: "Se dividíssemos os US$ 100 milhões (quantia estimada da movimentação financeira anual das associações especializadas em crianças de rua em todo o País) pelo número estimado de crianças dormindo nas ruas (10 mil), (...) seria possível comprar um apartamento de quarto e sala para cada criança a cada dois anos".Há uns três anos, funcionários da Organização Internacional do Trabalho (OIT) entraram com ação trabalhista contra a própria. Também pela mesma época a ONU - que considero a ONG das ONGs - reconheceu que muitos dos estupros em campos de refugiados eram causados pelos seus homens, que tinham como missão justamente cuidar dos que ali se encontravam.Claro que não existem apenas lobos. Só para ficar no nosso quintal, a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) é considerada uma das ONGs mais eficientes do Brasil. Sem dúvida, há outras no mesmo time. O problema é conseguir separar lobos e cordeiros.Aliás, isso é o que deveria acontecer com a CPI das ONGs. É o que eu espero. E a Abong, também, pelo menos segundo esse trecho de um longo texto colocado no site dela:"O acesso e uso de recursos por entidades sérias, compromissadas com o aprofundamento da democracia e a defesa de direitos humanos, devem se constituir em norte para elaboração de uma nova regulação, que se oriente: por princípios democráticos e de desenvolvimento sustentável, com clara definição sobre o papel do Estado e da sociedade civil; por uma melhor compreensão sobre a natureza das organizações sem fins lucrativos e sua estrutural diferença das entidades privadas do mercado; pelo sentido e significado do acesso aos recursos públicos e sentido da sua utilização; pelo reconhecimento da importância e relevância do trabalho das ONGs para o fortalecimento da democracia e construção da cidadania em nosso País".Falta de informação afeta imagem. No final de janeiro, o boletim do Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE) dizia que "as denúncias realizadas por jornais e revistas do País têm deixado uma imagem desconfortável sobre a atuação das organizações não-governamentais no Brasil. As reportagens apontam que o governo repassa quase R$ 3 bilhões a ONGs sem fiscalização adequada , ligadas a parlamentares ou a seus aliados políticos e doadores de campanha".Para a Abong, GIFE e "profissionais ligados à área jurídica do setor [...], as acusações deixam dúvidas sobre qual é o real foco do problema: o mau comportamento de organizações ligadas ao governo (em muitos casos, criadas pelos próprios parlamentares) e a respectiva falta de prestação de contas, ou o trabalho realizado pela universalidade de ONGs que atuam no País?"No fundo, a conclusão é que a falta de informação afeta a imagem das ONGs.Resumo o assunto assim: 1. o Governo não tem como resolver todos os problemas sem a ajuda das ONGs; 2. como são tocadas por pessoas, as ONGs não são perfeitas e, sem dúvida, há muita picaretagem no meio; 3. quanto mais se falar no assunto, maiores serão as chances de fiscalizarmos as ONGs.* Com Lucila Cano

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Podutos que resistem ao tempo

Alguns produtos antigos, ainda que pareçam obsoletos, continuam sendo utilizados e mantêm seu ritmo de vendas. Confira a reportagem abaixo, publicada no Valor de 18.08.08, coluna Tendências & Consumo, p. B6. Os saudosistasm irão gostar.

Produtos que desafiam a linha do tempo
Daniele Madureira, de São Paulo

O papel carbono surgiu em 1806 e por mais de um século foi o único meio possível de garantir cópias instantâneas até o lançamento da primeira copiadora da Xerox, em 1949. Bem perto disso, em 1947, um especialista em telegrafia sem fio inventou o aparelho de fax. Longe dos escritórios, as donas de casa da década de 1950 deslizavam enceradeiras pelo lar, lustrando o piso. A geração seguinte, que animou os "loucos anos 60", passou a gravar os sucessos musicais nas fitas cassete. No início da década de 1970, a tecnologia assinalava um mundo novo, com a possibilidade de gravar dados do computador em discos flexíveis. Em 1976, o "video home system", a fita VHS, desembarcou nas salas de visita.
Embora esses produtos e seus respectivos insumos acumulem de três décadas a dois séculos de vida, e tenham assistido à estréia de substitutos bem mais práticos e com melhor rendimento, todos persistem no mercado em pleno século XXI. Dispensam as vultosas verbas de marketing em geral destinadas aos lançamentos e, mesmo diante da concorrência feroz dos últimos anos, que estimulou investimentos bilionários em tecnologia, nada foi capaz de torná-los peças de museu. E mais: são o porto seguro de alguns fabricantes ouvidos pelo Valor, que mantêm as vendas estáveis ou até em ascensão, atendendo públicos cativos.
Um exemplo são as lâminas de barbear duplo fio. Trata-se de um mercado que responde por um quarto das vendas em volume da categoria lâminas de barbear - negócio que movimentou R$ 1 bilhão em 2007, com 800,7 milhões de unidades vendidas. Mas, segundo a Nielsen, o consumo do modelo duplo fio recuou 5% este ano.

Nada que abalasse a confiança da American Safety Razor Company (ASR) no mercado brasileiro, o segundo maior do mundo, depois do indiano. A empresa, que desembarcou no Brasil em 2001 com a marca Personna, aposta este ano nas antigas lâminas duplo fio: lançou um modelo de platina (as comuns são de cromo) e prepara para novembro a estréia da lâmina de titânio, "que faz um corte mais suave", segundo Rui Dzialoschinsky, vice-presidente da ASR na América Latina. "Entramos no segmento este ano e esperamos vender 25 milhões de unidades de duplo fio, o que representaria 10% do consumo brasileiro", diz ele. "Para 2009, a meta são 35 milhões."
A americana ASR é a terceira maior fabricante de lâminas e aparelhos de barbear do mundo, atrás das conterrâneas Procter & Gamble (dona da Gillette) e Schick. "Lâmina de barbear duplo fio está longe de ser um mercado pequeno, prestes a desaparecer", diz Dzialoschinsky. "Mas precisava de inovação".
Por conta do baixo custo do produto (no varejo, a cartela com três lâminas custa em média R$ 1,50 ), a ASR não fará campanha de mídia massiva. O maior alvo são os barbeiros, que usam metade da lâmina dentro da navalha para "desenhar" a barba no rosto do cliente. Mas há outro público cativo. "São os padeiros", conta o executivo. "A duplo fio é a responsável pelo acabamento do pãozinho francês".
Outro produto que ganhou nova utilidade é o centenário papel carbono. "Os tatuadores usam o papel para replicar o molde sobre a pele do cliente", diz o gerente comercial da Unic Carbon, Octávio Feital. A empresa, que disputa com a Helios Carbex a liderança em papel carbono no Brasil, começou a exportar este ano para Estados Unidos, Espanha e Índia, apenas com venda para tatuadores. E lançará um site de comércio eletrônico só para esse nicho. A companhia também desembarcou no Peru este ano, com o papel hectográfico, usado em mimeógrafos. "Há forte demanda por esse material na América Latina e na África", diz.
A fabricante de mimeógrafos gaúcha Menno prepara em segredo um novo contrato no exterior - possivelmente com Índia ou África. No Brasil, passou de 1,8 mil mimeógrafos por mês em 2006 (produto que rebatizou de "duplicadores a álcool") para 2,5 mil unidades este ano. "Quem usa mais são as escolas públicas, principalmente no Norte e Nordeste, onde o produto é chamado de 'cachacinha', por ser abastecido com álcool", diz o gerente da Menno Ângelo Paludo.
Pelas contas do executivo, ainda é muito mais barato investir em um mimeógrafo do que em uma impressora. "Um cartucho jato de tinta custa R$ 50 e gera, no máximo, 180 cópias", diz. "Em contrapartida, gasta-se R$ 6 com álcool e três folhas de estêncil para fazer mil cópias em um duplicador", diz Paludo. Cerca de 10% do faturamento da Menno deste ano, previsto para R$ 47 milhões, deve vir dos mimeógrafos, que custam R$ 320. O carro-chefe da companhia são os fragmentadores de papel e os módulos gaveteiros para dinheiro. Mas isso não significa que a Menno deixou os mimeógrafos de lado. "Encomendamos a uma universidade um novo modelo", diz Paludo, sem revelar detalhes.
A especialidade da fabricante de eletrodomésticos Arno nunca foi a enceradeira, produto da década de 1950 que tem vendas restritas a 30 mil unidades ao ano no Brasil. Mas a empresa dividia o mercado local com a Electrolux, que deixou o segmento este ano. Procurada, a Electrolux não se pronunciou até o fechamento desta edição. "Como somos os únicos a vender agora, pretendemos dobrar de volume em 2008", diz o gerente da Arno Adriano Toledo. Segundo ele, há um público fiel no interior do país, especialmente no Sul. "Gente cujos costumes não mudam e que prefere o brilho da enceradeira ao de qualquer cera instantânea", diz.
A familiaridade dos usuários com acessórios mais antigos é a aposta da Videolar, dona das marcas EMTEC e Nipponic, para manter a produção de disquetes, fitas cassete e fitas VHS, mesmo quando prepara a sua entrada no mercado de pen drives. "O disquete é mais 'amigável' para a gravação de dados do que os CDs e DVDs", diz o gerente comercial da Videolar, Maurício Manzato. Mas a capacidade de armazenamento é o que impera: enquanto vende 45 milhões de CDs e DVDs por mês, a Videolar atende uma demanda mensal de só 1,2 milhão de disquetes. "Ainda assim é um patamar considerável", afirma Manzato. "Enquanto há mercado, há produto".
Nas fitas VHS, o que garante a venda da Videolar é o parque instalado de videocassetes. "O brasileiro não joga eletrônico no lixo", diz o executivo. "Quem teve vídeo ainda mantém o aparelho e compra insumos", afirma Manzato, que conta alguns aspectos pitorescos da venda de fita cassete. "Boa parte dos caminhoneiros que viaja pelo interior do país prefere as fitas aos CDs por causa das estradas esburacadas, que não permitem a acústica sem interrupções".
Nos escritórios, os aparelhos de fax vêm resistindo bem, apesar do avanço da internet e dos multifuncionais - que reúnem impressora, copiadora, scanner e fax e são abastecidos por sulfite. Na Maxprint, que produz suprimentos de informática e material de escritório, a venda de bobinas de fax deve crescer 15% este ano, depois de aumentar 9% em 2007. Mais uma vez, o custo de manutenção mais baixo é determinante, raciocínio que também justifica a maior demanda por formulários contínuos, usados nas antigas impressoras matriciais, que cresceram 32% em 2007 e devem vender 15% a mais este ano. Cerca de 5% da receita da Maxprint em 2008, estimada em R$ 219 milhões, deve vir desses produtos.
São itens comuns em órgãos públicos e mesmo em empresas privadas, principalmente do Norte e Nordeste, que não atualizaram seu parque tecnológico. "Nossa venda de almofada para carimbo e papel carbono cresceu 7% e 4%, respectivamente, em 2007", diz Iara Espíndola, gerente de marketing da Nagem, varejista de material de escritório, com 16 lojas no Nordeste. "Não fizemos nenhum esforço de marketing para isso", afirma.
No Brasil, o mercado de almofadas de carimbo é dominado pela octogenária Pilot, do Japão. A empresa tem uma participação de 85%, diz o gerente comercial, Roberto Koga. "Devemos fechar o ano com 360 mil unidades, mesmo patamar desde 2006", diz. Lançada em 1974, a almofada de carimbo têm consumidores fiéis em escritórios de pequeno e médio porte e órgãos públicos. Por isso, a Pilot nem cogita a a produção do modelo mais novo de carimbo, que já vem com refil de tinta, afirma Koga. "Vamos continuar porque o patamar de vendas é interessante".

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Centrais Sindicais recebem R$ 55,55 milhões da contribuição sindical

Valor Econômico - Especial - 14.08.08 - A12

Imposto sindical obrigatório enche cofres de centrais
Cibelle Bouças, de São Paulo

O reconhecimento legal das centrais sindicais e a garantia de um percentual do imposto sindical possibilitaram um aumento significativo dos recursos dessas entidades. O Ministério do Trabalho reconheceu seis centrais e o valor a ser distribuído neste ano - de R$ 55,55 milhões - chegou a aumentar o orçamento das centrais em até 12 vezes. No próximo ano o valor poderá ser incrementado, se for aprovado projeto de lei elaborado pelas centrais, que prevê a substituição do imposto compulsório pela contribuição negocial.
Para a distribuição de recursos deste ano, a divisão foi definida proporcionalmente ao número de sindicatos registrados até junho no Cadastro Nacional de Entidades Sindicais (CNES), vinculado ao ministério, bem como o total de trabalhadores filiados. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), que representa 42,28% dos sindicatos cadastrados no país, vai receber R$ 19,8 milhões, dobrando o seu orçamento, de acordo com o presidente nacional da entidade, Artur Henrique da Silva Santos.
A Força Sindical, com 19,17% dos sindicatos cadastrados, receberá R$ 15,1 milhões. A central arrecada por ano R$ 1,68 milhão e com o repasse multiplicará o orçamento por dez. "Esse repasse representa um reforço fortíssimo para as centrais. As centrais poderão utilizar o recurso para melhorar a sua estrutura nos Estados, formar dirigentes e oferecer cursos", afirma o secretário-geral da central, João Carlos Gonçalves, o Juruna.
A União Geral dos Trabalhadores (UGT), criada em setembro de 2007 e que tem como um dos principais filiados o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, obteve 10,38% do total de sindicatos cadastrados. A central, formada de uma dissidência da Força Sindical, da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) e da união entre Social Democracia Sindical (SDS) e Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT), receberá R$ 8,8 milhões, nove vezes a sua arrecadação atual, estimada pelos dirigentes em R$ 960 mil por ano.
Outra central jovem foi contemplada. Criada em 2005 a partir da antiga União Nacional Sindical (UNS) e de dissidências da CGT, a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) receberá R$ 6,6 milhões do imposto sindical. Com isso, elevará em 12 vezes os seus recursos, que giram em torno de R$ 600 mil por ano, conforme José Calixto Ramos, presidente da central.
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), ligada à corrente sindical classista, foi fundada em dezembro de 2007 de uma dissidência da CUT e tem como um dos principais filiados o Sindicato dos Metroviários de São Paulo. Representando 4,54% dos sindicatos, a entidade terá R$ 2,9 milhões em repasse, dobrando a sua base de arrecadação, segundo o seu presidente, Wagner Gomes.
Por fim, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), antiga CGT, revalidada em 1991, tem participação de 5,32% dos sindicatos cadastrados e receberá R$ 2,4 milhões. A central não quis informar o valor que arrecada normalmente dos seus filiados.
Prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a contribuição sindical estabelece a cobrança, em março, do valor equivalente a um dia de trabalho, descontado dos empregados pertencentes a uma categoria. Do total recolhido, 5% são repassados para a confederação que representa a categoria, 15% vão para a federação, 60% para o sindicato, e 20% iam para a Conta Especial Emprego e Salário do Ministério do Trabalho (destinada ao Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT). Com a Lei º 11.648, publicada em 31 de março deste ano, 10% que antes iam para o FAT será repassado às centrais.
Ao legitimar o poder das centrais sindicais para representar os trabalhadores em negociações salariais, colegiados de órgãos públicos e outras atividades antes só permitidas aos sindicatos, a lei cria um novo posto na hierarquia sindical, antes formada oficialmente por sindicatos, federações e confederações, nessa ordem.
O reconhecimento é conferido às centrais com filiação mínima de 100 sindicatos nas cinco regiões do país. Em pelo menos três regiões, a filiação deve superar 20 sindicatos. As centrais devem ainda representar ao menos cinco setores distintos de atividade econômica e, os sindicatos a ela filiados têm de representar pelo menos 5% do total de empregados sindicalizados no país, taxa que será elevada para 7% em dois anos.
Há cadastradas no ministério 18 centrais, mas 12 delas não preencheram os critérios estabelecidos por lei, entre elas a Central Autônoma de Trabalhadores (CAT), a Central Nacional dos Trabalhadores (CNT) e a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas).
Durante os anos 90 e no início desta década, a disputa por filiados ficou concentrada em CUT e Força Sindical. Mas, desde que surgiu a proposta de inclusão das centrais na partilha do imposto sindical, outras centrais encontraram estímulo para acirrar a disputa. No país existem, segundo o ministério, 7.918 sindicatos, dos quais 3.908 são filiados a centrais.
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) é uma das entidades que lutaram contra o relógio para garantir uma fatia do recurso.
A UGT possui 388 sindicatos com filiação validada pelo ministério e já tem planos para usar os recursos do imposto sindical, afirma o seu presidente, Ricardo Patah. "Muitos sindicatos e centrais não têm fax, não têm e-mail, não possuem nenhuma estrutura para atender aos filiados", afirma. Para ele, o recurso será melhor utilizado. "Em vez de irem para uma conta do ministério, irão para os trabalhadores."
A intenção da UGT é usar os recursos para qualificar os dirigentes da central, oferecer cursos aos afiliados e outros serviços. "Acabar com a contribuição sindical e criar um instrumento negocial é trocar o certo pelo incerto. Isso preocupa porque muitas empresas não querem um sindicalismo forte e com recursos e hoje estimulam os funcionários a não pagarem a contribuição assistencial e a federativa, que não são obrigatórias", argumenta Patah.
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), criada em dezembro de 2007 de uma dissidência da CUT, possui, segundo seus dirigentes, 400 sindicatos (desse total, 170 foram recadastrados), totalizando 450 mil trabalhadores sindicalizados. Hoje a central representa 4,5% dos sindicatos cadastrados e buscará elevar esse percentual para 7% em 2009, começando pela área rural, diz o presidente, Wagner Gomes. "O ideal seria existir só uma central sindical. Infelizmente, não conseguimos isso por conta de divergências. Mas acredito que as principais reivindicações possam ser trabalhadas conjuntamente, como a campanha pela redução da jornada."
A Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) - criada em 2005 e que tem sob seu guarda-chuva 566 sindicatos, totalizando 500 mil sindicalizados - também redobra esforços para elevar o número de filiados. Neste mês, instala uma unidade no Pará e também pretende aumentar o número de filiados nos setores rural e de serviços. "Desde a aprovação da lei, o trabalho das centrais para angariar filiados voltou e de forma muito rápida. E a Nova Central começou a fazer isso agora com mais premência", afirma José Calixto Ramos, presidente da NCST. Ele reitera, no entanto, que buscará sindicatos sem ligação a centrais.
A Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), que possui 300 sindicatos filiados, totalizando 1,4 milhão de trabalhadores, cobra dos filiados o recadastramento no ministério - até agora, 50 estão regularizados. Antonio Neto, presidente da CGTB, considera a destinação dos recursos da contribuição um ganho para as centrais, mas afirma ser favorável à sua substituição por uma contribuição negocial, cujo valor seria discutido pelos sindicatos e aprovado em assembléia pelos trabalhadores. A lei que formaliza as centrais prevê o fim da contribuição compulsória, com a substituição por outro tipo de arrecadação mais flexível. Mas o tema ainda será discutido no Congresso Nacional. "Há um consenso de que essa contribuição precisa ter um teto máximo, para não comprometer a renda do trabalhador", afirma.

Acionistas da Petrobras contra criação da estatal do pré-sal

Jornal do Commercio - Economia -A2 - 14.08.08

Acionistas da Petrobras reagem à estatal do pré-sal
Minoritários resistem à transferência de reservatório gigante
Se o governo transferir para uma nova estatal todos os poderes sobre o reservatório gigante de petróleo e gás da camada pré-sal pode preparar-se para ações na Justiça dos atuais acionistas da Petrobras. Pela primeira vez reunidos em assembléia, depois de ter aumentado dentro e fora do governo o apetite por uma espécie de "empresa espelho" da Petrobras para o pré-sal, apelidada pelo mercado de Petrosal, os acionistas questionaram o diretor financeiro, Almir Barbassa, que se limitou a dizer que não iria comentar o assunto.Durante a assembléia, depois de sucessivas perguntas sem resposta por parte de Barbassa, um dos mais antigos acionistas da Petrobras, Gilberto Esmeraldo, membro da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), conclamou a Petrobras a se aliar à Apimec contra a criação da estatal."Infelizmente, deverá ser aprovada (a nova estatal), mesmo contra o voto corajoso de Gabrielli", disse Esmeraldo da platéia ao diretor, referindo-se a rumores sobre a resistência do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em aceitar uma empresa concorrente.O presidente da Apimec/RJ, Luiz Fernando Lopes Filho, disse que a questão deve chegar ao Supremo Tribunal Federal.

sábado, 16 de agosto de 2008

Como alimentar sua network

O poder da rede de contatos
ELIZABETH OLIVEIRA
DO JORNAL DO COMMERCIO
Profissionais que mantêm ativas e bem consolidadas as suas redes de relacionamentos têm mais chances de encontrar novas oportunidades de trabalho. O alerta de especialistas em recursos humanos é reforçado por pesquisas como a desenvolvida recentemente pela DBM, empresa de consultoria de gestão de capital humano, cujos resultados demonstraram que, de julho de 2007 a junho deste ano, 76% das recolocações de executivos no Brasil ocorreram por meio de networking. O levantamento foi realizado junto a cerca de 500 clientes.As redes de contato (ou network, no termo em inglês), no entanto, não devem ser tratadas de forma utilitarista por quem só se lembra delas quando está desempregado. Esta é uma das premissas para os que pretendem fortalecer o network, segundo a consultora da DBM, Carmelina Nickel. "O network é um importante espaço de troca de informação e pode ser alimentado de muitas maneiras. Seja utilizando recursos tecnológicos ou contatos pessoais que continuam sendo considerados imprescindíveis, é fundamental levar em consideração que esse é um canal de comunicação de duas vias, você pode ser alimentado por ele, mas precisa alimentá-lo também", reforça a especialista.De acordo com a consultora, convites para festas de aniversário, batizados e casamentos não devem ser subestimados, já que esses eventos sociais são excelentes para rever amigos, parentes, além de conhecer novas pessoas e, com elas, aumentar a rede de relacionamentos. "Manter o hábito de encontrar com os colegas para almoçar, jantar, tomar um café, também é fundamental para fortalecer vínculos, trocar informações e descobrir novas oportunidades", observa Carmelina.Segundo Rosana Gammaro, consultora em recursos humanos e sócia da Abrahams e Associados, ao acionar a rede de contatos é importante, também, ter clareza de seus objetivos. "É fundamental saber, por exemplo, se um dos integrantes da sua rede pode ou não resolver aquela situação para a qual você busca solução, ou se pode apenas te dar alguma informação importante, ou indicar outro amigo que possa ajudá-lo", reforça. A consultora confirma que entre 80% e 90% das recolocações profissionais são resultantes de indicação, a partir de redes de relacionamentos. Para o economista João Baptista Sundfeld, ser sociável, participar de seminários, congressos, e outros eventos de atualização, além de visitar feiras de negócios, são gestos fundamentais . Coordenador, ao lado de Carlos Barbosa, da Confraria Executiva, grupo que acaba de ser criado em São Paulo para reunir pequenos e médios empresários, além de profissionais de empresas familiares, Sundfeld destaca que a iniciativa visa a abrir novas possibilidades de ampliação de redes de relacionamentos. "Os executivos têm momentos de muita solidão, sobretudo, diante da necessidade de tomadas de grandes decisões", reforça Sundfeld. para manter o NETWORK
1 SEJA sociável;2 PARTICIPE de seminários, congressos e outros eventos de capacitação profissional;3 VISITE feiras de negócios; 4 EVITE recusar convites para casamentos, aniversários e outros eventos sociais;5 UTILIZE ferramentas tecnológicas para facilitar a comunicação;6 ACIONE a rede sempre e não apenas em momentos de necessidade;7 AGRADEÇA sempre;8 COLOQUE-SE à disposição e crie formas de alimentar a sua rede com informações importantes. Fonte: consultores (Jornal do Commercio, Carreiras, 15, 16 e 17.08.08, p. B-20)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Fusões e Aquisições

Divulgo a seguir o ótimo artigo do amigo Laércio Pellegrino Filho que aborda, sob uma perspectiva muito atual, o movimento das fusões e equisições no país

Jornal do Commercio – Direito & Justiça – 12.08.08 – B-6

A Recente evolução e as novas tendências das fusões e aquisições no Brasil
Laercio Pellegrino Filho
Do escritório Campos Mello, Pontes, Vinci & Schiller Advogados

As fusões e aquisições desempenham papel fundamental no crescimento das empresas, porque nem sempre é possível que cresçam organicamente. A partir de meados dos anos 90, mais precisamente com as privatizações, que foram um grande processo de aquisição de controle de empresas estatais, surgiram vários novos aspectos das fusões e aquisições, como a maior incidência do controle compartilhado, ou seja, um grupo de acionistas controladores ao invés de apenas um. O período pós-privatização foi marcado por um período de consolidação. Fusões e aquisições dentro de um mesmo grupo econômico são muito mais fáceis, na medida em que o acionista controlador comum dirige o processo e os padrões de comportamento são os mesmos. A preocupação maior nos processos de reorganização societária dentro do mesmo grupo econômico é não se causar qualquer prejuízo aos acionistas minoritários. Para tanto, a fixação da relação de substituição, ou seja, de quantas ações os acionistas minoritários da incorporada receberão em troca das ações a serem emitidas pela incorporadora, é de crucial importância. O momento atual promete mais mudanças para a área de fusões e aquisições. O sistema societário brasileiro foi calcado na existência de um ou mais acionistas controladores identificados. Contudo, com a pulverização do capital, ou seja, com o advento de empresas com a maior parte do capital votante no mercado, passa a existir uma verdadeira separação entre propriedade e gestão, porquanto tais empresas passam a ter controle gerencial, ou seja, os diretores e conselheiros passam a ter autonomia funcional em relação aos detentores do capital das companhias abertas. Assim, os conflitos jurídicos deixam de ser apenas entre acionistas controladores e minoritários e passam a ser também entre, de um lado, os acionistas e, de outro, os administradores. Da mesma forma, passa a existir um "mercado de controle", ou seja, passa a ser possível adquirir o controle de uma companhia aberta, mesmo que seus atuais acionistas controladores e administradores não o desejem. Trata-se das "ofertas públicas de aquisição hostis". Essas ofertas públicas de aquisição no mercado tornam-se um instrumento adicional de proteção dos acionistas minoritários, na medida em que uma empresa provavelmente se tornará alvo de uma oferta pública de aquisição hostil se ela não estiver sendo gerida eficientemente. Um novo controlador utilizará os ativos da empresa adquirida de forma mais eficiente, o que beneficiará todos os acionistas da empresa adquirida.Outro aspecto importante é que, com os mercados em alta, há uma propensão maior às operações de fusões e aquisições, porque, normalmente, as empresas adquirentes tendem a utilizar ações de sua emissão (que estão valorizadas) como meio de pagamento pelas empresas adquiridas. Por isso é que mercados em baixa costumam causar a diminuição do número de operações de fusões e aquisições. Além das ofertas públicas de aquisição hostis, uma nova tendência serão as operações de incorporação ou reorganizações entre sociedades de grupos econômicos distintos. Tal circunstância tornará o processo de fusões e reorganizações mais complexo, pois haverá uma verdadeira negociação entre as empresas ou grupos envolvidos na reorganização societária. Nessas operações, a relação de substituição continuará a ser a "pedra de toque" e as preocupações não se cingem apenas à proteção ou preservação dos acionistas minoritários, mas também dos grupos controladores distintos das sociedades envolvidas na reorganização societária. O § 3° do art. 226 da Lei das S/A, introduzido pela Lei 11.638/07, já espelha esta nova realidade. Todas essas tendências tornarão a área de fusões e aquisições ainda mais emocionante

Governança corporativa de dados

Jornal do Commercio - Tecnologia - 11.08.08 -

Informações bem gerenciadas

DA REDAÇÃO
Estudo realizado pelo Conselho de Governança de Dados da IBM identificou importantes desafios na área de gerenciamento de informações, que poderão redefinir o comportamento das empresas e a capacidade do mercado de confiar em dados durante os próximos quatro anos. Os dados se tornaram a nova moeda na atual economia, mas muitas empresas tomam decisões erradas por não usar as informações corretas. "Não existe uma abordagem única. Cada empresa precisa configurar seu próprio programa de governança de dados (informações de clientes, detalhes financeiros, registros de funcionários etc) com base em suas necessidades individuais", explica Luiz Felipe Ferlauto, executivo de Desenvolvimento de Negócios de Serviços da IBM Brasil. Além disso, existem diferentes níveis de maturidade de governança de dados e diferentes formas de atingi-la.Em poucos anos, a governança de dados se tornará uma referência-chave à medida que conselhos diretórios reconheçam a necessidade de proteger as informações e os mercados avaliem o desempenho corporativo por meio da observação do risco e do valor dos dados no balanço. Os investidores e consumidores também serão beneficiados, pois a prática desta governança produzirá maior confiança, transparência e redução de risco.De acordo com a Pesquisa de Mercado de Metadados de 2008, conduzida pela IBM e a Gavilan Research Associates junto a clientes de diferentes indústrias, a análise de riscos e a governança de dados são importantes impulsionadores para melhorar o monitoramento de informações por meio do uso de metadados, normalmente definidos como "dados sobre os dados". "Os metadados estabelecem conexões com informações de negócio, tornando possível indexar e gerenciar dados corporativos valiosos", comenta Ferlauto.A pesquisa, realizada junto a mais de 300 profissionais de gestão de dados de empresas líderes globais, constatou que os entrevistados estão preocupados em organizar, reutilizar e compartilhar o conhecimento corporativo para oferecer melhores informações, de modo a impulsionar suas empresas para permanecerem competitivas. operações. Os entrevistados disseram ainda que a falha no gerenciamento de seus metadados resultará em custos maiores para administrar suas operações de negócios, além da exposição adicional a riscos. Sessenta e sete por cento dos participantes disseram que a governança de dados está entre os três principais problemas relacionados a metadados que estão enfrentando. Mesmo assim, 45% ainda não têm um conselho de governança de dados ou projetos de governança em andamento. Em um ambiente de negócios, os metadados podem adicionar contexto às informações, permitindo que sejam melhor compreendidas, usadas e monitoradas em toda a organização. Planilhas, documentos de edição de texto, bancos de dados e aplicativos de software podem ser aprimorados pela associação de metadados críticos, processando regras para movimentar dados e monitorando como as informações se movimentam pela empresa. O Conselho de Governança de Dados da IBM é um grupo de 50 empresas globais, incluindo Abbott Labs, American Express, Bank of America, Bank of Montreal, Bank of Tokyo, Bell Canada, Citibank, Deutsche Bank, Discover Financial, Kasikornbank, MasterCard, Nordea Bank, Wachovia, Washington Mutual, Banco Mundial, entre outras, pioneiras em melhores práticas relativas à avaliação de risco e governança de dados, ajudando o mundo dos negócios a adotar uma abordagem mais disciplinada na forma de lidar com dados corporativos.tendências
Em alguns países, a governança de dados se tornará um requisito regulatório e as empresas terão que demonstrar suas práticas de governança aos órgãos fiscais como parte de auditorias regulares. Isso afetará primeiro as indústrias de serviços financeiros e bancários, e depois se tornará uma tendência global. O valor dos dados será tratado como um ativo no balanço e relatado pelo CFO, ao mesmo tempo em que a qualidade dessas informações se tornará uma métrica de relatório técnico e um indicador-chave de desempenho da área de TI. Novas práticas de contabilidade surgirão para medir o valor dos dados, de modo a ajudar as empresas a demonstrar como a qualidade das informações alavanca o desempenho das companhias. Calcular o risco se tornará uma função da área de tecnologia da informação. Hoje, na maioria das organizações, esse cálculo é feito por diferentes pessoas, usando processos complicados. No futuro, o cálculo será automático, permitindo às empresas examinar sua exposição no passado, prever o risco que enfrentarão no futuro e alocar capital para cobri-lo. O papel do CIO mudará. Ele também será responsável por relatar riscos e qualidade de dados ao Conselho Diretor; e terá autoridade para gerenciar o uso da informação e preparar relatórios sobre a qualidade dos dados fornecidos aos acionistas. Os indivíduos deverão assumir maior responsabilidade no sentido de reconhecer problemas e participar do processo de governança, viabilizando a transparência operacional e a identificação de riscos.

Governança corporativa de dados

Jornal do Commercio - Tecnologia - 11.08.08 - B-8
Informações bem gerenciadas
DA REDAÇÃO
Estudo realizado pelo Conselho de Governança de Dados da IBM identificou importantes desafios na área de gerenciamento de informações, que poderão redefinir o comportamento das empresas e a capacidade do mercado de confiar em dados durante os próximos quatro anos. Os dados se tornaram a nova moeda na atual economia, mas muitas empresas tomam decisões erradas por não usar as informações corretas. "Não existe uma abordagem única. Cada empresa precisa configurar seu próprio programa de governança de dados (informações de clientes, detalhes financeiros, registros de funcionários etc) com base em suas necessidades individuais", explica Luiz Felipe Ferlauto, executivo de Desenvolvimento de Negócios de Serviços da IBM Brasil. Além disso, existem diferentes níveis de maturidade de governança de dados e diferentes formas de atingi-la.Em poucos anos, a governança de dados se tornará uma referência-chave à medida que conselhos diretórios reconheçam a necessidade de proteger as informações e os mercados avaliem o desempenho corporativo por meio da observação do risco e do valor dos dados no balanço. Os investidores e consumidores também serão beneficiados, pois a prática desta governança produzirá maior confiança, transparência e redução de risco.De acordo com a Pesquisa de Mercado de Metadados de 2008, conduzida pela IBM e a Gavilan Research Associates junto a clientes de diferentes indústrias, a análise de riscos e a governança de dados são importantes impulsionadores para melhorar o monitoramento de informações por meio do uso de metadados, normalmente definidos como "dados sobre os dados". "Os metadados estabelecem conexões com informações de negócio, tornando possível indexar e gerenciar dados corporativos valiosos", comenta Ferlauto.A pesquisa, realizada junto a mais de 300 profissionais de gestão de dados de empresas líderes globais, constatou que os entrevistados estão preocupados em organizar, reutilizar e compartilhar o conhecimento corporativo para oferecer melhores informações, de modo a impulsionar suas empresas para permanecerem competitivas. operações. Os entrevistados disseram ainda que a falha no gerenciamento de seus metadados resultará em custos maiores para administrar suas operações de negócios, além da exposição adicional a riscos. Sessenta e sete por cento dos participantes disseram que a governança de dados está entre os três principais problemas relacionados a metadados que estão enfrentando. Mesmo assim, 45% ainda não têm um conselho de governança de dados ou projetos de governança em andamento. Em um ambiente de negócios, os metadados podem adicionar contexto às informações, permitindo que sejam melhor compreendidas, usadas e monitoradas em toda a organização. Planilhas, documentos de edição de texto, bancos de dados e aplicativos de software podem ser aprimorados pela associação de metadados críticos, processando regras para movimentar dados e monitorando como as informações se movimentam pela empresa. O Conselho de Governança de Dados da IBM é um grupo de 50 empresas globais, incluindo Abbott Labs, American Express, Bank of America, Bank of Montreal, Bank of Tokyo, Bell Canada, Citibank, Deutsche Bank, Discover Financial, Kasikornbank, MasterCard, Nordea Bank, Wachovia, Washington Mutual, Banco Mundial, entre outras, pioneiras em melhores práticas relativas à avaliação de risco e governança de dados, ajudando o mundo dos negócios a adotar uma abordagem mais disciplinada na forma de lidar com dados corporativos.tendências
Em alguns países, a governança de dados se tornará um requisito regulatório e as empresas terão que demonstrar suas práticas de governança aos órgãos fiscais como parte de auditorias regulares. Isso afetará primeiro as indústrias de serviços financeiros e bancários, e depois se tornará uma tendência global. O valor dos dados será tratado como um ativo no balanço e relatado pelo CFO, ao mesmo tempo em que a qualidade dessas informações se tornará uma métrica de relatório técnico e um indicador-chave de desempenho da área de TI. Novas práticas de contabilidade surgirão para medir o valor dos dados, de modo a ajudar as empresas a demonstrar como a qualidade das informações alavanca o desempenho das companhias. Calcular o risco se tornará uma função da área de tecnologia da informação. Hoje, na maioria das organizações, esse cálculo é feito por diferentes pessoas, usando processos complicados. No futuro, o cálculo será automático, permitindo às empresas examinar sua exposição no passado, prever o risco que enfrentarão no futuro e alocar capital para cobri-lo. O papel do CIO mudará. Ele também será responsável por relatar riscos e qualidade de dados ao Conselho Diretor; e terá autoridade para gerenciar o uso da informação e preparar relatórios sobre a qualidade dos dados fornecidos aos acionistas. Os indivíduos deverão assumir maior responsabilidade no sentido de reconhecer problemas e participar do processo de governança, viabilizando a transparência operacional e a identificação de riscos.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

80 anos de Célio Borja

Jornal do Commercio - Direito & Justiça - 16.07.08 - B-7
Célio Borja defende maior tolerância
GISELLE SOUZA
DO JORNAL DO COMMERCIO
"AJustiça não é uma virtude para si própria, mas para todos". Com essas palavras, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Célio Borja, defendeu ontem - em almoço realizado no Jockey Club Brasileiro, no Centro do Rio de Janeiro, em comemoração ao seu aniversário de 80 anos - maior tolerância entre os diversos setores da sociedade. De acordo com Borja, as instituições precisam "se encontrar" rumo ao bem estar do povo brasileiro. "Ninguém precisa renunciar ao que pensa, mas é preciso mais fraternidade, compaixão", disse Borja, destacando que no País não há espaço para aqueles que pensam diferente se desencontrarem quando buscam atingir a mesma meta. "Convivi com opositores e adversários, mas sempre fiz questão de me abrir para quem não pensava como eu, mas que tinha um objetivo comum", afirmou. O almoço realizado ontem foi organizado por uma comissão composta por amigos e admiradores do ministro aposentado. Em carta, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, ressaltou o que classificou de "admiração nacional em torno de um grande mestre". Ele não pôde comparecer ao evento por causa de compromissos em Brasília. "O Brasil o aplaude de pé e que seu profícuo exemplo se reverbere", disse Mendes na carta.No evento, estiveram presentes o ministro da Justiça, Tarso Genro; o ministro do STF, Carlos Alberto Menezes Direito; o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJ-RJ), desembargador José Carlos Schmidt Murta Ribeiro, a presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT), Dóris Castro Neves, entre outros representantes do Judiciário, do Legislativo, do Executivo, da advocacia e do mundo empresarial. "O ministro Célio Borja tem a capacidade de revelar enorme universalidade, a partir de seu caráter e da postura como juiz, parlamentar e ministro da Justiça", afirmou Tarso Genro, em discurso durante o evento. De acordo com ele, Borja é exemplo de prudência e espírito democrático - qualidades que sempre marcaram sua "postura de guardião do direito". O ex-deputado Federal Marcelo Cerqueira, representando a comissão organizadora, também ressaltou o caráter de Borja. "A palavra que o mais caracteriza é a integridade. Célio Borja é um homem íntegro", afirmou, em seu discurso. O presidente do TJ-RJ disse que se sentia honrado em participar do evento. "É uma honra participar de um evento desses. Célio Borja reúne o necessário para viver bem: liberdade, integridade e compaixão", destacou. O ministro aposentado agradeceu a homenagem. "É uma alegria ver aqui velhos e novos amigos. Essa festa mostra a possibilidade real da convivência dos que necessariamente não pensam da mesma forma", disse. expressão. Célio Borja é um homem público de expressão nacional. Ele nasceu no Rio de Janeiro, em 15 de julho de 1928. Ingressou na política em 1947, na Juventude Universitária Católica (JUC). No ano seguinte, foi eleito vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), cargo que deixou no ano seguinte por causa de divergências com a direção da instituição. Chegou ao parlamento em 1962, quando se candidatou a deputado estadual e foi eleito suplente. Ele também integrou o governo de Carlos Lacerda entre 1960 a 1965. Em 1971, foi eleito deputado federal pela Aliança Renovadora Nacional (Arena). Em 1974 tornou-se líder do partido na Câmara; e no ano seguinte, presidente daquela Casa. Em 1978, reelegeu-se deputado federal com a mais numerosa votação do Rio de Janeiro. Em 1986, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal, tendo se aposentado em 1992, quando foi designado ministro da Justiça no governo Fernando Collor.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Propriedade industrail: trade dress

Jornal do Commercio - Direito & Justiça - 30/07/2008 - B-7
Moda também está sujeita a proteçãoGISELLE SOUZADO JORNAL DO COMMERCIO
Os mecanismos para a proteção da propriedade na indústria alcançaram também o mundo da moda. A 36ª Vara Cível de São Paulo condenou uma fabricante paulista de roupas infantis por ter produzido e comercializado peças que imitam o "conjunto imagem" das criações de uma indústria francesa. Ela terá que indenizar a indústria em valor a ser calculado.Embora comum em outros países, essa é a primeira decisão proferida pelo Judiciário brasileiro envolvendo a prática conhecida como Trade Dress. Ainda cabe recurso. De acordo com o advogado da causa, Philippe Bhering, da banca Bhering Advogados, a determinação abre um precedente importante tendo em vista a inexistência de instrumentos legais que resguardem essas criações completamente. Na ação, a indústria francesa requeria, além da indenização, que a empresa paulista parasse de comercializar as roupas que copiara. Em contestação, a ré alegou que não havia "criação intelectual passível de proteção pela autora e que ela buscava, na verdade, eliminar a incômoda concorrência existente". Ela alegou, ainda, "perda de objeto" do pedido da autora, tendo em vista que as peças referidas faziam parte da coleção passada, já esgotadas. FOTOS. Ao analisar o caso, o juiz Swarai Cervone de Oliveira julgou o pedido procedente. Segundo afirmou, a análise das fotos das peças de roupas criadas pela indústria francesa demonstra inegável imitação do conjunto imagem. "A ré, em sua contestação, não nega a semelhança entre as peças. Também não se manifesta especificamente sobre o ponto levantado: antecedência de criação das peças pela autora. Diz, porém, que não se trata de criação original e, em estudo encomendado, afirma que vários dos motivos usados são de inspiração externa. Acrescenta que algumas de suas criações têm como base modelos adutos", disse na sentença. O magistrado criticou a postura da ré. De acordo com ele, apesar de a indústria francesa ter apresentado uma série com 18 fotos das peças que teriam sido copiadas, a fabricante paulista se limitou apenas a explicar-se sobre cinco delas, tomando-as como exemplos. "E os exemplos são infelizes, pois a semelhança com as peças da autora é muito maior do que com as peças adultas ou de outras marcas. Além disso, é de nenhuma importância saber de onde a autora tirou inspiração para suas criações", afirmou. De acordo com Swarai Cervone, as argumentações da ré não afastam o fato de que foi a autora quem uniu os desenhos às peças de roupa infantil e criou um padrão, reconhecível e que pode ser tido na conta de conjunto imagem. "Ora, se as peças de roupa mencionadas pela autora são de criação anterior às da ré, parece certo que a inspiração dela não possa ter vindo de outro lugar senão o da imitação", disse o magistrado. Segundo afirmou, embora as imagens, isoladamente, não possam ser objeto de proteção jurídica, assim que elas se ligam a objeto determinado, criando um padrão, passa a existir o conjunto imagem, então passível de proteção jurídica. "É desse conjunto imagem que a ré se apropriou, indevidamente, quando imitou a criação de autora, praticando concorrência desleal. Dessa maneira, somando-se à circunstância de que a ré não controverteu o fato de que a criação da autora é anterior e não quis produzir nova prova técnica a respeito de eventual ausência de imitação, e, ainda, diante dos argumentos expostos em julgamento antecipado, antecipação de tutela deve ser deferido", afirmou. DISTINÇÃO. O advogado da causa, Philippe Bhering, explicou que esse é um típico caso de Trade Dress - conceito que nasceu nos Estados Unidos e que, em um primeiro momento, estava relacionado à proteção da roupagem de determinado produto ou estabelecimento comercial. "Trata-se de distinguir as características de cada produto ou serviço por meio de sua configuração externa", afirmou o advogado, lembrando que o direito à proteção desses sinais foi questionado 1992, por uma rede de fast food, que ingressou na Justiça americana contra uma concorrente que teria copiado o layout de suas lojas. Ao analisar o caso, a Suprema Corte condenou a ré a alterar a fachada de seus restaurantes. Não demorou para que o instituto passasse a ser usado para impedir a imitação das embalagens de produtos, principalmente farmacêuticos e da indústria de alimentos. Em relação a roupas, a posição do Judiciário internacional quanto à utilização veio em 2002, quando a Suprema Corte americana reconheceu a aplicação do Trade Dress para impedir a reprodução das criações desde que elas fossem suficientemente distintivas e que eventual cópia pudesse levar o consumidor a se confundir. Para Bhering, a decisão é muito importante, tendo em vista que a legislação não prevê mecanismos de proteção para resguardar completamente as criações. "De acordo com a lei, a proteção ocorre da seguinte forma: para jóias e sapatos, por meio dos desenhos industriais; para melhorias funcionais em peças de vestuários, por meio dos modelos de utilidade. Criações como blusas, bolsas e saias, quando analisadas como um todo, não contam com proteção específica", explicou

Fim da tercierização ilícita na esfera federal

Jornal do Commercio - Economia - 04.08.08 - A-4
Mariana Flores
Do Correio Braziliense

Planejamento conclui, depois de oito meses, o mapa indicando onde estão os trabalhadores terceirizados que serão trocados por pessoal concursado até 2010. Em 2008, 10,2 mil vagas devem ser autorizadasTema de discussão dentro do governo federal desde 2003, a substituição dos terceirizados por concursados ganhou mais um capítulo na semana passada. Oito meses após assinar um termo de conciliação judicial com o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério do Planejamento finalmente concluiu o mapeamento da terceirização. Segundo o levantamento feito com os órgãos da administração direta, as autarquias e as fundações, e revelado com exclusividade pelo Correio, há, atualmente, 34.165 trabalhadores contratados irregularmente no serviço público federal. Todos deverão ser substituídos por servidores até 2010, conforme compromisso assumido pelo ministro Paulo Bernardo, do Planejamento. Ou seja, novas oportunidades para os concursandos interessados em entrar para o quadro de pessoal da União.
“É um ganho para o país porque vai profissionalizar a mão-de-obra com pessoas que têm compromisso com a administração. A administração pública precisa ter o controle porque o terceirizado custa mais caro que um servidor e muitas vezes com a terceirização abrimos as portas para o nepotismo, por meio das indicações políticas”, afirma o procurador do Trabalho Sebastião Vieira Caixeta.
De acordo com o cronograma apresentado pelo Planejamento ao MPT, as substituições podem começar já nos próximos meses. Ainda neste ano, o governo tem que autorizar a primeira etapa de concursos, que deverão substituir 30% dos terceirizados, ou seja, 10,2 mil pessoas. Até 31 de julho do ano que vem, as provas desta primeira fase já deverão ter sido aplicadas. Outros 30% serão dispensados até dezembro de 2009. Os concursos para trocar os 40% restantes devem ser realizados até 31 de outubro de 2010, sob pena do governo ter que arcar com multa de R$ 1 mil por trabalhador, além da punição aplicada ao gestor de cada órgão, que pode ser responsabilizado por crime de desobediência.
Volume maior Não necessariamente o número de vagas abertas com os concursos precisa ser igual ao de terceirizados dispensados, segundo o procurador do Trabalho Sebastião Vieira Caixeta. Mas a expectativa, adverte, é que o volume seja até maior. “Eles não são obrigados a substituir em número igual, mas os terceirizados irregulares têm que sair. Há uma demanda no serviço público igual ou maior que esse volume”, afirma. Os servidores concordam. “Além de substituir os terceirizados, o governo precisa contratar mais. As pessoas estão se aposentando enquanto a população está crescendo e o governo não está repondo a força de trabalho. O aumento do contingente de servidores é uma reivindicação histórica nossa”, afirma o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa.
Das 34.165 contratações irregulares, 12.407 estão na administração direta, 7.301 nas autarquias, 6.429 nas empresas estatais e 8.028 nas fundações. O governo, por meio do Planejamento, prometeu substituir mesmo nos órgãos da administração indireta, segundo Caixeta. “A União se comprometeu a resolver o problema da administração direta e de encaminhar solução para os outros órgãos. Há uma disposição de substituir”, garante. Têm que ser dispensados todos os terceirizados que estejam exercendo funções típicas de servidores. Pela legislação, podem ser contratados sem concurso público apenas trabalhadores que atuem em atividades de conservação, limpeza, segurança, vigilância, transportes, informática, copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicações e manutenção de prédios, equipamentos e instalações.

Jurisprudência: dissolução parcial de sociedade anônima

STJ. Sociedade anônima familiar. «Affectio societatis». Rompimento. Dissolução parcial. Apuração de haveres. Possibilidade
A 2ª Seção do STJ reiterou ser possível a dissolução parcial de sociedade anônima familiar com apuração de haveres, no caso de quebra da «affectio societatis», até para preservar a sociedade e sua utilidade social (Lei 6.404/76, art. 206, II, «b»). Foi relator o Min. ALDIR PASSARINHO JÚNIOR. (EREsp. 419.174)

Registre as histórias, fatos relevantes, curiosidade sobre Paulo Amaral: rasj@rio.com.br. Aproveite para conhecê-lo melhor em http://www2.uol.com.br/bestcars/colunas3/b277b.htm

Eis o veículo (Motorella) que tenho utilizado para andar na ciclovia da Lagoa e ir ao trabalho sem suar