terça-feira, 22 de abril de 2008

Ranking das marcas mais valiosas

Valor Econômico - Empresas - 22.04.08 - B4


Marcas mais valiosas

Valor Econômico - Empresas - 22.04.08 - B-4
Google mantém-se como marca mais valiosa
De São Paulo
Pelo segundo ano consecutivo, o Google esteve no topo do ranking das 100 marcas mais valiosas do mundo, elaborado pela consultoria Millward Brown e divulgado ontem. Sua marca está avaliada em US$ 86,057 bilhões - um aumento de 30% sobre o valor que tinha no levantamento de 2007, de US$ 66,4 bilhões.
Sua rival Microsoft, que ocupava o primeiro lugar da lista em 2006 e caiu, no ano passado, para terceiro, continuou nessa posição este ano, avaliada em US$ 70,887 bilhões. Em segundo ficou a General Electric (GE), com US$ 71,379 bilhões.
O valor combinado das 100 marcas do levantamento cresceu 21%, saltando de US$ 1,6 trilhões na pesquisa de 2007 para US$ 1,94 trilhões na lista de 2008.

Uvas do semi-árido nordestino

Valor Econômico - Empresas - 22.04.08 - B4


Valor Econômico - Empresas - 22.04.08 - B4
Cresce produção de vinhos no Vale do São Francisco
Carolina Mandl

Ao ouvir dizer que em pleno sertão de Pernambuco se fazia vinho, o agrônomo português João Santos duvidou. "Se isto for verdade, eu vou para lá", desafiou. E foi. Em 2003, saiu da Dão Sul, produtora portuguesa de vinhos, para morar em Lagoa Grande (PE). Hoje ele comanda uma fazenda de 200 hectares, de onde saem 1,2 milhão de litros da bebida por ano.
Não foi apenas Santos que torceu - ou ainda torce - o nariz para a vinicultura no Vale do São Francisco. Mas, depois de quase 15 anos da primeira experiência, a controversa produção sertaneja de vinhos está em franca expansão.
Até 2010, a ViniBrasil, vinícola dirigida por Santos, aumentará a fabricação para 3 milhões de litros. Neste momento, a Dão Sul e a Expand, sócias do empreendimento, dão os primeiros passos para ampliar de 200 hectares para 400 hectares a área de plantação. Só neste ano, serão investidos R$ 4 milhões.


Até 2010, a ViniBrasil, vinícola dirigida por Santos, aumentará a fabricação para 3 milhões de litros. Neste momento, a Dão Sul e a Expand, sócias do empreendimento, dão os primeiros passos para ampliar de 200 hectares para 400 hectares a área de plantação. Só neste ano, serão investidos R$ 4 milhões.
Cruzando a fronteira rumo à Bahia, a Fazenda Ouro Verde, das vinícolas gaúchas Miolo e Lovara, investirá cerca de R$ 10 milhões até 2012 na cidade de Casa Nova. Com isso, passará dos atuais 100 hectares para 400 hectares de videiras. Também atingirá 5 milhões de litros de vinhos por ano, volume superior àquele produzido hoje pela maior unidade da Miolo, a de Bento Gançalves (RS), que faz 4 milhões de litros.
Seja em reconhecimento, seja em volume produzido, o Nordeste ainda está longe de se comparar à região Sul. Enquanto saíram do Rio Grande do Sul 43 milhões de vinhos em 2007, o Vale do São Francisco produziu aproximadamente 8 milhões de litros.
Porém, a expansão da produção de vinhos na Bahia e em Pernambuco dá pistas da evolução que a bebida sofreu desde a primeira experiência, em 1984. Principalmente em tempos em que as áreas plantadas no Sul não sofrem significativa expansão, segundo a União Brasileira de Vitivinicultura.
Ao sair das tradicionais zonas produtoras, que ficam na latitude entre 30° e 45°, a grande aposta que os produtores fizeram foi no fato de o paralelo 8° permitir a produção de uvas o ano todo, elevando a produtividade e sempre proporcionando produtos frescos. De um lado pode-se ter uma videira sem frutos, enquanto de outro as uvas já estão prontas para a colheita. Com a escassez da chuva - inimiga das uvas - e a maior incidência do sol, o controle da plantação fica por conta da irrigação, com água do rio São Francisco.
Ao ampliar sua atuação para o Nordeste, a Miolo também foi em busca de algo a mais: produzir uvas diferentes das plantadas no Sul. "Hoje temos syrah e moscatel, que não tínhamos", explica Adriano Miolo, diretor da vinícola. Também foi atrás de um outro mercado em termos de bolso. Um espumante feito na região Sul é vendido a R$ 25, enquanto um baiano sai por R$ 15. "Passamos a atender segmentos que não atendíamos."
Apesar de não serem vinhos populares, aqueles de garrafão feitos com uvas de mesa, os produtos do Vale do São Francisco são, em geral, mais baratos do que os de Bento Gonçalves. O produto mais caro da região é o vinho Paralelo 8, da Rio Sol, que custa R$ 69.
O projeto da Fazenda Ouro Verde atraiu em 2006 uma parceria internacional: a espanhola Osborne, interessada em fazer vinhos para produzir seu brandy. Agora, a empresa já avalia a possibilidade de se tornar sócia do empreendimento como um todo, não apenas para a produção de conhaque de vinho.
Mas fugir das regiões preconizadas pelos manuais de viticultura traz o desafio de descobrir qual é a melhor uva para a nova latitude. "O Vale do São Francisco é uma aposta no futuro. Hoje os vinhos do Sul têm mais qualidade. Mas fazer um bom vinho leva tempo", diz Arthur de Azevedo, consultor e presidente da Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo.
Os sócios da ViniBrasil não têm a menor dúvida que muito há por se descobrir. "Não sabemos no que vai dar. Mas um bom vinho precisa de boas uvas e de tecnologia. E isso nós temos lá", explica Otávio Piva de Albuquerque, um dos donos da Expand.
Em parceria com a Universidade de Lisboa, a vinícola construiu um verdadeiro laboratório a céu aberto em Lagoa Grande. Num enorme parreiral, estão sendo testados diversos tipos de uva, vindos dos mais variados cantos do planeta. Há, por exemplo, syrah americana, francesa e australiana.
Mas já se sabe que duas variedades de uva estão se adaptando melhor no Nordeste do que no resto do país: a syrah e a moscatel, bastante usada nos espumante. "A moscatel do Vale do São Francisco tem uma qualidade é estupenda", avalia Azevedo.
Outra informação que ainda se precisa obter é sobre o tempo que as garrafas da região podem ser guardadas. Experiências preliminares feitas pela Embrapa Uva e Vinho do semi-árido mostraram, por exemplo, que o vinho tinto passa da cor vermelho rubi para a tijolo em apenas um ano. "Isso não é normal. Talvez descobriremos que os vinhos precisam ter data de validade", diz Giuliano Pereira, pesquisador da Embrapa.
Mas, mesmo em meio a tantas descobertas, os vinhos do São Francisco já começam a colher reconhecimento. A revista Wine Spectator incluiu o Rio Sol Paralelo 8, que custa R$ 69, na sua lista dos 100 melhores do ano, com 83 pontos. A crítica de vinhos Jancis Robinson, colunista do "Financial Times", considera o Vale do São Francisco, "uma das mais interessantes regiões a serem desenvolvidas neste século". E recomenda que
se prove o vinho de lá.

Canadenses perceberam potencial da região
Foram os canadenses que deram o empurrão inicial à produção de vinhos no Vale do São Francisco, em 1984. Então dona da marca de vinhos Forestier, a Seagram, uma empresa de bebidas do Canadá que não existe mais, suspeitou que os ensolarados dias do semi-árido poderiam produzir uma bebida parecida com aquela feita na Califórnia. Como o São Francisco já vendia uvas de qualidade naquela época, a Seagram avaliou que esse já era um bom começo para se fazer vinhos. Só era preciso plantar frutas próprias para a produção da bebida. Como não queria investir no negócio, a canadense fechou uma parceria com um produtor de uva da região, José Gualberto de Almeida. Ele criou a vinícola Botticelli, que produzia os vinhos Forestier, mas também podia criar suas próprias marcas. Só oito anos depois dessa experiência pioneira é que um segundo produtor de vinhos apareceu no Vale do São Francisco. Hoje, são oito vinícolas na região.

Registro sindical no MTE

STJ - 17/04/2008 - 10h19
Sindicato precisa ter registro no Ministério do Trabalho para propor ação judicial
Sem registro no Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE), um sindicato não é sujeito de direito e, por isso, não pode propor ação em juízo, já que não detém a representatividade da categoria. Esse entendimento, manifestado pela Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pôs fim a uma ação do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) contra a Universidade Federal de Ouro Preto e a União. O Andes pleiteava a restituição de valores descontados dos proventos de seus associados a título de contribuição previdenciária, no seu entender, indevida. A ação havia sido extinta por ilegitimidade ativa da entidade. Para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), o sindicato não comprovou o registro no MTE, um requisito para sua existência legal de acordo com a Constituição Federal. Sem isso, o sindicato não pode ingressar com ação em juízo em favor de seus associados. Inconformado com a decisão, o Andes recorreu ao STJ. Alegou que bastaria o registro civil, que lhe garantiria personalidade jurídica. No entanto a Primeira Turma manteve o posicionamento do TRF-1. De acordo com o relator, ministro Luiz Fux, a Constituição Federal desobriga a autorização do Estado para fundação de sindicato, mas ressalva a obrigatoriedade de registro da entidade no MTE. No entender do ministro, o registro é imprescindível por constituir o meio de verificação da unicidade sindical (existência de um único sindicato por categoria profissional). Além disso, é o ato vinculado que complementa e aperfeiçoa sua existência legal, afirmou o ministro Fux. O relator acrescentou, em seu voto, precedentes nesse sentido não só do STJ como do Supremo Tribunal Federal (STF). (Resp 711.624)

Reforma processual

Valor Econômico - Legislação & Tributos - 18, 19, 20 e 21.04.08 - E1

Pacote de 12 projetos conclui reforma infraconstitucional
Fernando Teixeira, de Brasília

O Código de Processo Civil (CPC) deve passar por uma segunda fase de reformas para dar seqüência ao pacote oito leis aprovadas desde 2005 no Congresso Nacional e que alteraram a legislação processual do país. O mesmo grupo responsável por apresentar a parte mais importante da chamada "reforma infraconstitucional" do Poder Judiciário - as duas leis que mudaram a execução cível - deve levar ao Ministério da Justiça no fim deste semestre um pacote de 12 novos projetos (veja quadro abaixo), encerrando o ciclo de mudanças no processo civil. Elaborados pela Sociedade Brasileira de Direito Processual (SBDP), os textos mexem com temas diversos: criam julgamentos em bloco nos tribunais locais, eliminam recursos, alteram as regras processuais seguidas pelo poder público e um deles até diminui o número de feriados do Judiciário - reduzindo folgas de fim de ano e Semana Santa.
O secretário-geral da SBDP, Petrônio Calmon, diz que os projetos serão debatidos em um congresso em Florianópolis no fim de maio e depois colocados em uma espécie de consulta pública. A versão final deverá ser encaminhada ao ministro da Justiça para integrar o bloco de projetos da reforma do Judiciário. No início de 2003, o SBDP levou ao então ministro Márcio Thomaz Bastos a primeira versão das leis de execução de títulos judiciais e extrajudiciais, hoje em vigor. A maior parte dos textos que serão levados ao Ministério da Justiça este ano foi escrita pelo próprio Calmon, pelo ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Athos Gusmão Carneiro e pela professora da Universidade de São Paulo (USP) Ada Pellegrini.
Segundo Calmon, o pacote deve ser a última parte da reforma do processo civil, pois a partir de então devem começar as discussões para a elaboração de um novo Código de Processo Civil. O atual foi escrito em 1961 por Alfredo Buzaid - fundador da Sociedade Brasileira de Direito Processual - e sancionado em 1973. De acordo com Petrônio, isto significa que ele foi formulado no contexto do Brasil dos anos 50, ainda uma economia rural, em que a Justiça tinha um número pequeno de temas civis - algumas disputas comerciais, imobiliárias e de direito de família. Não havia direito do consumidor ou direito ambiental e o Estado era muito menor - ou seja, não havia disputas de massa. As mudanças exigem procedimentos mais simples para absorver o volume de processos sem a necessidade de multiplicar em várias vezes o número de juízes. Além disso, diz, o código atual está baseado em um pressuposto de individualização do processo, e o Brasil vive cada vez mais em um princípio de coletivização das disputas.
Entre os "remendos" propostos ao CPC estão um código de processos coletivos, alterando regras e unificando dispositivos hoje dispersos da ação civil pública, a ação popular e o mandado de segurança coletivo. Há três dispositivos direcionados para disputas de massa: a reforma da execução fiscal, o fim do recurso obrigatório em processos do poder público e o julgamento em bloco na segunda instância - medida semelhante às adotadas nos tribunais superiores. Outras alterações restringem a apresentação de recursos e simplificam procedimentos. Quatro dos projetos já foram levados ao Ministério da Justiça entre 2006 e 2007, mas não foram levados ao Congresso. A proposta de mudança na execução fiscal, por exemplo, acabou sendo substituída por uma versão elaborada pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), e o código de ações coletivas foi colocado em discussão e não chegou ao ser enviado ao Congresso.

Panem et circenses e Don Juan

Jornal do Commercio - Artes - 18, 19, 20 e 21.04.08 - C-8



O berço da palavra

Pão e circo
Para muita gente, as classes menos favorecidas têm sido alimentadas, ao longo dos séculos, por pão e circo - derivativos que as afastariam de reivindicações políticas e sociais que, embora justas, poderiam ameaçar a ordem estabelecida. A expressão panem et circenses (pão e circo), foi originalmente mencionada numa das sátiras do escritor latino Décimo Júnio Juvenal. Para ele, essa ocupação da plebe romana, que gerava ociosidade, foi uma das causas do declínio do Império. É conhecida uma afirmação de Lorenzo de Médici, o Magnífico, no século 15: Pane e feste tengono il popolo quieto (Pão e festas conservam o povo tranqüilo). Essa política de diversão e entorpecimento da população mais numerosa - e carente - fazendo-a esquecer da cruel realidade que a assola, continua a ser adotada, intencionalmente ou não, como forma de, digamos, anestesiar as mentes mais rebeldes, conscientes e dispostas a sublevar-se contra o statu quo que as oprime.É receita geralmente bem-sucedida, pelo menos por algum tempo. Como ocorreu na própria Roma e na França revolucionária, a boa vida um dia pode acabar em banho de sangue. É famoso o desdém de Maria Antonieta, rainha da França, ao reagir assim à sensata à advertência de que o povo estava sem pão. "Pois que comam brioches", teria respondido ela com cínico enfado. Mal sabia que pouco depois ficaria sem pão, sem brioches e sem cabeça, na guilhotina. DON JUAN - Ser um Don Juan é o mesmo que ser um conquistador incorrigível, um libertino. Essa figura famosa na galeria teatral apareceu pela primeira vez na peça El Burlador de Sevilla, estreada em 1630 e imitada por autores como Molière, Goldoni, Dumas e outros. Mozart converteu a história de Don Juan em ópera, sob o título Don Giovanni. Na verdade, esse mulherengo inveterado não passa da lenda de um sujeito dotado de incrível habilidade para seduzir centenas de mulheres. Aliás, não é de hoje que inúmeros têm sido os don juans badalados pela mídia. Um deles, o incrível Porfírio Rubirosa. Mesmo sem eira nem beira, casou-se com Flor de Oro Trujillo, filha do ditador dominicano Rafael Leônidas Trujillo. Rubi, como era conhecido, possuía descomunal instrumento de serviço, de nada menos de 28 centímetros, o que causava sensação na parcela mais fogosa do mulherio, fazendo-o assumir com compreensível gosto o apelido de Toujours Prêt, ou seja, "sempre pronto". Freqüentou a cama de apetitosas atrizes como Marilyn Monroe, Kim Novak, Rita Hayworth e milionárias como Barbara Hutton, a segunda fortuna do mundo na época, e delas recebeu até aviões de presente. Acabou morrendo ao bater sua Ferrari numa árvore do Bois de Boulogne, em Paris, deixando viúvas desconsoladas pelo mundo afora. SCHWEPPES - Primeira marca de refrigerantes carbonatados do mundo, ela surgiu em 1783 em Londres. Nesse ano, o alemão Jean Jacob Schweppe montou uma pequena indústria de água mineral gaseificada - entre nós, também hilariantemente conhecida como água de bolinha. O produto logo conquistou os ingleses e se espalhou por outros países, inclusive o Brasil, onde chegou em 1991. Em 1999, a empresa foi adquirida pela Coca-Cola, mantendo seu principal carro-chefe, a água tônica Schweppes em sua inconfundível garrafinha. Também muito consumida é sua Club Soda, figurinha fácil para muitos dos bebedores de uísque. Tipo da dupla que freqüenta os melhores bares do planeta.A leitora Ana Carolina Martins de Oliveira de Valparaíso, Goiás, deseja saber o berço da palavra sinistro. Ela vem do latim sinistru, esquerdo, desfavorável. Como você e todo mundo sabe, quer dizer tragédia, acontecimento fatal, funesto. A própria expressão "entrar com o pé direito" significa começar de maneira feliz, o que pressupõe que, com o pé esquerdo, poderia trazer desgraça - nas festas da Roma Antiga, aos convidados se sugeria que entrassem no recinto com o pé direito (dextro pede), para evitar o azar, veja você.De fato, a palavra esquerdo, por força da acepção etimológica de sinistro, tem tido, ao longo dos tempos, um significado negativo. Tudo parece ter seu berço nos antigos áugures, sacerdotes que adivinhavam o futuro observando o vôo das aves. Garantiam que se elas surgissem no céu do lado esquerdo, era sinal de maus augúrios, e o oposto se vinham do lado contrário. De lendas, superstições e ilusões se nutre a mente humana desde priscas eras.

Registre as histórias, fatos relevantes, curiosidade sobre Paulo Amaral: rasj@rio.com.br. Aproveite para conhecê-lo melhor em http://www2.uol.com.br/bestcars/colunas3/b277b.htm

Eis o veículo (Motorella) que tenho utilizado para andar na ciclovia da Lagoa e ir ao trabalho sem suar