terça-feira, 18 de janeiro de 2011

ISO de responsabilidade social

Jornal do Commercio - Responsabilidade Social - 14.01.2011 - B16
Lucila Cano

No final de 2010, com as costumeiras retrospectivas do ano que se encerrava, poucos atentaram para a importância do lançamento oficial da Norma ISO 26000 em Genebra, Suíça.

A norma estabelece diretrizes para que a responsabilidade social abra caminho seguro para a sustentabilidade em um mundo vulnerável à degradação. Sua importância deve-se à atualidade da questão social, mas também a algumas características significativas.

A ISO 26000 resulta do envolvimento de representantes de mais de 90 países e mais de 40 organizações internacionais junto à International Organization for Standardization (ISO) durante oito anos de debates.
Reflete um consenso entre as diferentes realidades dos mais diferentes países. Dispensa o tradicional selo de identificação para a organização que a adota e materializa-se em um guia de práticas que podem ser seguidas em qualquer lugar do planeta.

Seu principal objetivo é contribuir para que as empresas alcancem o desenvolvimento sustentável através de um comportamento ético em todos os níveis de suas relações, com todos os seus públicos, e em decorrência de suas atividades nos planos econômico, social e ambiental.

ASPECTOS RELEVANTES
Em sua abrangência, a ISO 26000 visa nortear a conduta das organizações para que atuem em favor da sustentabilidade, com a responsabilidade social que esse compromisso exige. Esse conceito implica em aspectos de grande relevância como a governança, os direitos humanos, as práticas trabalhistas e operacionais, o meio ambiente, o relacionamento com os consumidores e fornecedores, o envolvimento com a comunidade e o desenvolvimento.

Os diversos públicos de interesse de uma organização (colaboradores, acionistas, consumidores, fornecedores e a sociedade como um todo), identificados no meio empresarial como “stakeholders”, cada vez mais tomam conhecimento e consciência da necessidade de um comportamento socialmente responsável. Incorporado ao dia a dia da organização, esse comportamento pode proporcionar benefícios a todos.

Os mecanismos que influenciam essa reação social estão à nossa volta e, como todos sabem, são provocados por uma série de comportamentos irresponsáveis (apenas para contrapor o sentido de responsabilidade) das pessoas e das organizações.

Por isso, o reconhecimento público que toda organização busca depende da medida de sua eficiência no trato do meio ambiente, da equidade social e da boa governança corporativa. Ou seja, da prática das diretrizes propostas pela ISO 26000.

BENEFÍCIOS

VANTAGEM COMPETITIVA
A percepção do desempenho de uma organização no âmbito da responsabilidade social pode influir, entre outros aspectos, na vantagem competitiva; na reputação; na habilidade de atrair e reter colaboradores, clientes, consumidores, investidores; na moral dos colaboradores; no comprometimento e na produtividade deles.

Essa influência se estende a uma visão positiva de investidores, proprietários, doadores, patrocinadores e da comunidade financeira. O relacionamento com outras companhias, governos, a mídia, fornecedores, consumidores e a comunidade em que uma organização atua devem igualmente ser considerados.

Da maneira como foi concebida, a ISO 26000 pode ser adotada por qualquer tipo de organização, independentemente de porte.

Portanto, a partir de agora, colocá-la em prática, depende das organizações. Os conceitos, termos e definições relativos à responsabilidade social estão disponíveis para todos. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) contribuiu decisivamente para enriquecer o conteúdo da ISO 26000 quando, já em 2004, lançou a Norma Brasileira de Responsabilidade Social (ABNT NBR 16001).

VERSÃO EM PORTUGUÊS
Em dezembro passado, a ABNT (www.abnt.org.br) publicou uma versão da ISO 26000 em português. A associação é o endereço certo para as organizações que, sem demora, se lançarem no caminho da responsabilidade social rumo à sustentabilidade.

Lucila Cano
lcano@terra.com.br

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Feriados Federais e Pontos Facultativos de 2011

Secretaria-Executiva
Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração
Coordenação-Geral de Recursos Humanos



Comunicado aos Servidores nº. 109/2010/CGRH/SPOA/SE/MTE


Assunto: Dias de Feriado Nacional e de Pontos Facultativos no ano de 2011


Comunicamos aos servidores deste Ministério que foi publicada a Portaria SE/MP nº. 735, de 1º de dezembro de 2010, no DOU de 02 de dezembro de 2010, que divulga os dias de feriado nacional e de pontos facultativos no ano de 2011, para cumprimento pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo, sem que haja prejuízo da prestação dos serviços considerados essenciais, conforme segue:

a) 1º de janeiro, Confraternização Universal – sábado (feriado nacional);
b) 07 de março, Carnaval - 2ª feira (ponto facultativo);
c) 08 de março, Carnaval – 3ª feira (ponto facultativo);
d) 09 de março, 4ª feira de Cinzas (ponto facultativo até as 14 horas);
e) 21 de abril, Tiradentes – 5ª feira (feriado nacional);
f) 22 de abril, Paixão de Cristo - 6ª feira (ponto facultativo);
g) 1º de maio, Dia Mundial do Trabalho – domingo (feriado nacional);
h) 23 de junho, Corpus Christi – 5ª feira (ponto facultativo);
i) 07 de setembro, Independência do Brasil – 4ª feira (feriado nacional);
j) 12 de outubro, Nossa Senhora Aparecida – 4ª feira (feriado nacional);
k) 28 de outubro, Dia do Servidor Público - art. 236 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 (ponto facultativo) comemoração do dia 28 de outubro – 6ª feira;
l) 02 de novembro, Finados – 4ª feira (feriado nacional);
m) 15 de novembro, Proclamação da República – 3ª feira (feriado nacional);
n) 25 de dezembro, Natal (feriado nacional) – sábado.

É importante que essa programação esteja disponível nos gabinetes das unidades deste Ministério para consulta e conhecimento de todos os servidores.


Brasília, 07 de dezembro de 2010.


COORDENAÇÃO-GERAL DE RECURSOS HUMANOS
CGRH/SPOA/SE/MTE

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ajuda de sangue

O Amigo (e também meu advogado) pede pela sua avó, que está internada no CTI e precisou de mais duas transfusoes de sangue. Precisamos agora repor este sangue doado. Peço aos que puderem colaborar que o façam, ou indiquem amigos ou repassem este email, o que ja sera de grande valia para nos.
 
LOCAL DA DOAÇAO: Hospital da Ordem Terceira da Penitencia (Rua Conde de Bomfim, 1033 Tijuca)
Paciente: CLIMENE DE CASTRO MACIEL  (Hospital Ipanema Plus) mencionar isso na doaçao.
Horarios: 2a a 6a de 07:30 as 16:00hs
Idade entre 18 e 65 anos.
Levar documento com foto
Nao pode estar tomando antidepressivos ou antibiotico.
 
Marcelo agradece MUITO A TODOS que de alguma forma puderem colaborar.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Felicidade Interna Bruta

Jornal do Commercio - JC & Carreira - 07.01.2011 - B16
Prosperidade é...

Por Lucila Cano
No momento em que damos as boas-vindas a um novo governo, acredito que seja oportuna a releitura do conceito de FIB (Felicidade Interna Bruta) e de seus indicadores.

Tomei conhecimento da expressão Felicidade Interna Bruta em 2008, no boletim eletrônico do Instituto Ethos. Assim como o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), adotado pela Organização das Nações Unidas, poderia dizer que o padrão FIB amplia as possibilidades de uma medida qualitativa e mais efetiva da condição social de um país.

Na prática, o IDH considera o PIB (Produto Interno Bruto) per capita, a longevidade e o nível educacional da população. Registra os índices de analfabetismo e as taxas de matrícula em vários graus do ensino. Por si só, o IDH representa uma evolução perante outros medidores de desenvolvimento.

O FIB avança no sentido de aferir que a prosperidade não se instala só pelo crescimento da economia, mas pelo progresso geral da sociedade em um conjunto de itens muito além do dinheiro.

Do Butão para o mundo
A proposta do FIB surgiu em 1972, por obra do monarca do Butão, um pequeno país da Ásia, e logo se propalou para o mundo. Em outubro de 2008, na I Conferência Nacional sobre FIB no Brasil, Karma Dasho Ura, representante do Butão, afirmou que “a felicidade das pessoas deve ser o objetivo das políticas públicas do governo”.

Na oportunidade, ele também esclareceu a composição do FIB, a partir da análise de 73 variáveis que mais contribuem para o alcance do bem-estar da população. Essas variáveis foram sintetizadas em nove itens: bom padrão de vida econômico, gestão equilibrada do tempo, bons critérios de governança, educação de qualidade, boa saúde, vitalidade comunitária, proteção ambiental, acesso à cultura, bem-estar psicológico.

Quando encarados como indicadores da satisfação social de um país, esses termos podem revelar as áreas que mais necessitam de cuidados. Ou seja, o FIB pode sim ser ferramenta para o aprimoramento da gestão pública.

Indicadores de qualidade
Para que haja bom padrão de vida econômico, deve-se promover a avaliação dos bens e serviços oferecidos à população, além da renda propriamente dita. Essa variável inclui o nível de endividamento e as condições habitacionais das famílias.

Quanto tempo a população dedica ao trabalho, à família e à cultura? A satisfação pessoal dos indivíduos resulta do equilíbrio desse tripé.

Por bons critérios de governança, recomenda-se entender como a população enxerga o governo do país quanto a características básicas e indispensáveis: responsabilidade, honestidade e transparência.

A educação é indicador preciso da realidade de um país. Segundo o FIB, é preciso identificar o crescimento das taxas de alfabetização e do acesso ao ensino em seus diversos níveis. Mas não só isso. A eficácia da educação deve ser igualmente aferida.

O FIB avalia a saúde em sua totalidade e inclui, desde a expectativa de vida até informações sobre nutrição, práticas de amamentação e condições de higiene, por exemplo. Lembro que, só nesse quesito, mais de 50% da população brasileira não dispõem de saneamento básico.

A vitalidade comunitária é constatada pelo grau de identidade entre os habitantes e pelas interações comunitárias, como o voluntariado.

Quanto à proteção ambiental, os indicadores do FIB registram o estado dos recursos naturais, as pressões sobre os ecossistemas, a diversidade e a capacidade de recuperação ecológica.

Por sua vez, o acesso à cultura deve ser medido não só pela diversidade e o número de ofertas culturais, mas também pelos costumes locais, tradições e mudanças.

Finalmente, para se ter uma noção do bem-estar psicológico, é preciso saber o grau de satisfação e de otimismo que cada indivíduo tem em relação à sua própria vida.

Condensei as informações sobre o FIB em função do espaço desta coluna. Para quem quiser saber mais, sugiro uma visita ao site http://www.felicidadeinternabruta.com.br/

* Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna. 

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Correlação entre vinho e petróleo

Valor Econômico - EU & Investimentos - 11.01.2011 - D3

Investimentos Alternativos: Estudo de economistas do FMI mostra que aplicação em bebida traz pouca diversificação.

Vinhos e petróleo, muita coisa em comum

Por Javier Blas, Financial Times, de Londres

 

O sabor é muito melhor, mas vinhos finos como os Bordeaux e os Rioja não oferecem mais diversificação ao investidor do que o petróleo bruto do tipo Brent. A constatação é de uma pesquisa feita por dois economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Os investimentos em vinhos aumentaram muito nos últimos anos, em parte pela crença de que eles são uma diversificação ao riscos de se ter apenas ações, bônus e commodities como o petróleo e o cobre.

 

Mas os economistas Serhan Cevik e Tahsin Saadi Sedik estão agora lançando dúvidas sobre isso. Eles descobriram que o comportamento dos preços do petróleo e dos vinhos finos têm uma similaridade incrível. "Nossos resultados sugerem que, embora os vinhos finos possam ser considerados investimento, seu comportamento não é significativamente diferente do de outras commodities, e desse modo eles podem não servir para melhorar a diversificação de uma carteira", escreveram eles.

 

Cevik e Sedik afirmam que fatores que influem na oferta - como clima, qualidade das uvas, envelhecimento e classificações de qualidade - conduzem os preços. "Os preços dos vinhos finos são sensíveis aos choques macroeconômicos, assim como o petróleo e de outras commodities", disseram, acrescentando que a demanda é o que realmente importa. "O comércio de vinhos aumentou rapidamente na última década, assim como os níveis de renda, sobretudo nas economias emergentes, estimulando os vinhos 'investment grade' como ativo alternativo."

 

Os dois economistas estudaram o comportamento do petróleo e os preços dos vinhos finos entre janeiro de 2002 e junho de 2010. A correlação entre eles se fortaleceu desde a crise financeira, aponta o estudo dos economistas, intitulado "A Barrel of Oil or a Bottle of Wine: How Do Global Growth Dynamics Affect Commodity Prices?"

 

Eles constataram que "o comportamento estatístico do petróleo bruto e os preços dos vinhos finos demonstraram uma correlação de mais de 90% durante o período de amostra". Após caírem em conjunto durante a recessão, a recuperação do pós-crise proporcionou uma alta aos preços do petróleo e dos vinhos finos, que foi respectivamente de 86% e 62% entre janeiro de 2009 e junho de 2010.

 

Segundo as estimativas dos economistas, uma queda de pontos porcentuais no crescimento da produção industrial nos mercados emergentes, que estão conduzindo os preços das commodities, induziria a uma queda de 22% nos preços do petróleo e uma queda de 15% nos preços reais dos vinhos.

 

Cevik disse ter ficado surpreso com os resultados, que ele chamou de experimentais. Ele disse que a pesquisa não se concentrou inicialmente na correlação dos preços do petróleo e dos vinhos, e sim em quais eram os fatores mais importantes que estavam conduzindo os preços das commodities para cima.

 

Expansão da Estácio de Sá

Ensino: São Paulo, Minas, Norte e Centro-Oeste estão na mira para futuras aquisições
Após dois anos de GP, Estácio vai retomar processo de expansão
Carolina Mandl | Do Rio
10/01/2011

Do alto do 6º andar de um prédio na Barra da Tijuca, no Rio, funciona uma das três maiores redes de ensino superior do país, a Estácio. Mas alguém desavisado poderia pensar que se trata de qualquer outro lugar. O cenário típico das salas de aula passa longe dali. Quadro branco e pincel atômico dão lugar a mesas de escritório, computadores e gráficos e mais gráficos com metas de gestão.

Hoje, diante desse novo cenário, Eduardo Alcalay, presidente da Estácio, considera que parte de sua missão, assumida dois anos e meio atrás, foi cumprida. As classes, espalhadas em 78 unidades em 16 Estados e até no Paraguai, ficam distante do escritório administrativo, de onde são comandadas compras, contratações, finanças, marketing e até os currículos das 2 mil disciplinas de toda a rede.

É uma realidade bem diferente daquela encontrada por Alcalay em 2008. Sócio da GP Investments desde 2005, o executivo se deparou com um gigantesco conglomerado de escolas cujas decisões eram tomadas de forma totalmente descentralizada. Da grade dos cursos à compra de papelaria, cada unidade tinha autonomia para comandar tudo.

"O mérito dos últimos 40 anos foi construir uma rede de ensino nacional. Depois, com a GP veio um freio de arrumação. Foi um passo para trás, para agora darmos dois para a frente", diz Alcalay, que só agora, com a casa em ordem, pretende tocar o projeto de expansão. Maior acionista individual da Estácio, com 19,4%, a tarefa da GP, ao menos inicial, foi outra: arrumar uma casa que começou a ser construída 40 anos atrás pela família Uchôa Cavalcanti em um imóvel no Rio e que se transformou em uma rede de ensino com 220 mil alunos, ligeiramente abaixo da concorrente Anhanguera, que tem 227 mil alunos.

A tarefa está sendo tocada por um inseparável trio de executivos: Alcalay, o presidente, Paula Caleffi, diretora de ensino, e Rogério Melzi, diretor de operações. Juntos, os três já visitaram 68 das 78 unidades da Estácio para explicar o novo modelo pedagógico e, é claro, de negócios. "A ideia é mostrar que não existe separação entre gestão e academia. Uma coisa depende da outra", diz Alcalay, que antes de ser sócio da GP trabalhou em banco, no UOLe chegou a montar sua própria butique de investimento.



Do lado da gestão, está Rogério Melzi, diretor de operações, com passagem pela Suzanoe pela Ambev. Apesar do jeito bonachão, Melzi causa certo temor todo fim de mês, quando as metas são cobradas. Internamente, os funcionários apelidaram o período de TPM: tensão pré-Melzi. A cobrança recai sobre quase todo o quadro executivo da Estácio. Nem os 8 mil professores escapam: os 20% que receberam melhores notas dos alunos e da coordenadoria acadêmico são premiados. Por outro lado, a recompensa vem para todos na forma de bônus, a tão conhecida política de meritocracia da GP.

De outro lado, com fala mansa e pausada, Paula, que trabalhava na Unisinos, do Rio Grande do Sul, cuida da unificação dos currículos. Das 22 aulas por semestre, 15 delas são padronizadas para criar unidade na qualidade de ensino.\

Os cursos da Estácio também passaram por uma faxina. Aulas de gestão de negócios de surf e de Carnaval, deram lugar à criação de grades mais próximas da necessidade do mercado, logística e petróleo e gás. Mas isso implicou um custo para a Estácio, que precisou manter as faculdades até que os alunos se formassem.

Agora, passada essa fase de reestruturação, começa outro desafio para o trio: fazer a Estácio crescer. É o aumento do número de alunos que vai fazer a rede de ensino tirar proveito dessa arrumação. A estrutura de suporte às faculdades, segundo Alcalay, tem capacidade para receber o dobro de alunos que a escola tem hoje.

Depois de dois anos sob o comando da GP, a Estácio fez só uma pequena aquisição, a da Atual da Amazônia, com 4,5 mil alunos, por R$ 20 milhões. É um caminho diferente daquele seguido pelos fundos de "private equity" Pátria, na Anhanguera, e Advent, na Kroton. Diverge também daquele seguido por dois casos de sucesso que passaram pelo portfólio da própria GP: BR Mallse Hypermarcas.

Para Alcalay, a Estácio se aproxima mais da distribuidora e geradora de energia Equatorial, que também foi da GP e da qual ele foi conselheiro. Apesar de a Equatorial não ter feito nenhuma aquisição sob a gestão da GP - até porque questões societárias impediam isso - a reestruturação de três anos e meio trouxe aos cotistas do fundo um dos maiores retornos da história da gestora. Comprada por R$ 30 milhões em 2007, foi vendida três anos e meio depois por R$ 493 milhões ao fundo PCP. "A criação de valor na Estácio passa mais pela gestão, como na Equatorial", afirma o presidente.

Parte dessa transformação já está sendo captada pelos investidores. Quando a GP entrou na companhia, em maio de 2008, pagou R$ 261,2 milhões por 20% da Estácio. Hoje a fatia de 19,4% da GP vale R$ 427 milhões. Ainda é pouco para os padrões de retorno exigidos por investidores de fundos de "private equity", mas Alcalay diz que a GP ainda pretende ficar pelo menos mais três anos na companhia.

Nos resultados, o trabalho de gestão tem aparecido. A lucratividade sobe ano após ano, mesmo com pouca variação no faturamento. Mas analistas ouvidos pelo Valorainda cobram melhoras na margem operacional da Estácio, que estava em 13,1% nos nove primeiros meses de 2010 e em 16,8% no terceiro trimestre. Está abaixo, por exemplo, da margem Ebtida - relação entre a receita e lucro antes de juros, impostos, depreciação ou amortização - da Anhanguera, que foi de 24,1% nos nove primeiros meses de 2010.(Ver números acima)"É como se a máquina estivesse pronta agora para começar a produzir mais", diz um analista.

O fato de a família fundadora da Estácio ter reduzido sua participação de 52,2% para 10,5% em uma oferta de ações de R$ 686 milhões em outubro também é visto por alguns investidores como um ponto que pode acelerar a vinda de mais resultados.

Isso, porém virá principalmente do crescimento. Duas unidades serão abertas em São Paulo neste ano. A maior delas, no Morumbi, com 12 mil alunos. Ao mesmo tempo, a Estácio quer voltar às compras, principalmente em São Paulo, Minas e nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Hoje cerca de metade de seus alunos está no Rio, território onde em dezembro a Anhanguera, mais forte no interior de São Paulo, anunciou sua entrada com a aquisição do Centro Universitário Plínio Leite.

Para tocar esse projetos, a Estácio tem R$ 184 milhões em caixa e pegou em dezembro outros US$ 30 milhões em um empréstimo por dez anos com o International Finance Corporation (IFC), braço de financiamento privado do Banco Mundial.

GP reestrutura gestão e busca mais qualidadeDo Rio
10/01/2011
Texto:-A +A CompartilharImprimirEnviar por e-mail Ao mesmo tempo em que executa uma reestruturação administrativa da Estácio de Sá, a GP Investmentstoca alterações na qualidade de ensino da rede de faculdades. Sob o comando de Paula Caleffi, diretora de ensino, as grades curriculares estão sendo unificadas ao mesmo tempo em que um sistema de internet é montado com os programas de aula para os professores. O objetivo é estabelecer um padrão para toda a Estácio.

Concursos internos selecionam quem são os docentes que vão montar as grades. Os computadores mostram até o tempo estimado para cada atividade em classe, deixando porém 7 aulas, de um total de 22 por semestre, para o professor explorar e acrescentar o que julgar necessário.

Para evitar que por problemas financeiros os alunos deixem que comprar os livros, eles estão incluídos no valor da mensalidade e são entregues na casa do estudante todo começo de semestre.

Para padronizar o ensino, até mesmo as provas têm o mesmo nível em toda a rede. Depois de elaboradas, as questões vão para um computador que automaticamente faz uma seleção das perguntas para cada turma.

Em outra ponta, os professores vão começar a ser avaliados pelos níveis de frequência e de evasão dos alunos.

Isso, porém, não significa que a Estácio tenha a pretensão de concorrer com renomados centros de ensino do país, como Fundação Getúlio VargaseInsper, de acordo com Eduardo Alcalay, presidente da Estácio. Mas o objetivo é deixar bem longe um padrão que fez a Estácio ganhar as páginas de jornal em 2001, quando um padeiro analfabeto foi aprovado no vestibular para o curso de Direito.

"O que a Estácio quer é promover a ascensão profissional dos alunos", diz Alcalay. Em breve, afirma o executivo, a rede vai começar a medir a evolução dos salários deles. (CM)

sábado, 8 de janeiro de 2011

Primeira denominação de origem brasileira (DO) e nova indicação de procedência para vinhos

Informativo Dannemann Siemsen Nº 29 - dezembro 2010 / fevereiro 2011

:: INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS
LITORAL NORTE GAÚCHO - a primeira denominação de origem brasileira
Ana Lúcia de Sousa Borda
O primeiro reconhecimento de uma indicação geográfica brasileira pelo INPI ocorreu em 19 de novembro de 2002 para a indicação de procedência VALE DOS VINHEDOS, em favor da APROVALE - Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos, para a designação de "vinhos tintos, brancos e espumantes". A julgar pelo fato de que apenas 10 anos depois desse primeiro reconhecimento o Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI - concedeu o registro para a primeira denominação de origem brasileira - LITORAL NORTE GAÚCHO (para arroz) - conforme logotipo abaixo reproduzido, é inegável que o nosso País tem muito a comemorar com relação à evolução desse tema.
A concessão dessa denominação de origem foi publicada na Revista da Propriedade Industrial de 24 de agosto de 2010 sob o nº. IG200801 em favor da Associação dos Produtores de Arroz do Litoral Norte Gaúcho. Os motivos para uma celebração tornam-se ainda mais claros, se levarmos em consideração que uma denominação de origem, nos termos da Lei de Propriedade Industrial, pressupõe que as "qualidades ou características do produto se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico", ou seja, os critérios para o seu reconhecimento são rígidos, sendo necessária comprovação científica da ligação existente entre o produto e o meio geográfico, ligação essa que deve resultar em características únicas para o produto dali oriundo.
Diferentemente da indicação de procedência, em que basta a comprovação de uma reputação, vinculando determinado produto ou serviço a certo país, cidade, região ou localidade, na denominação de origem é indispensável atestar que as características únicas de um dado produto decorrem, comprovadamente, de um meio geográfico específico. Este é um aspecto de vital importância para o reconhecimento de uma denominação de origem.
No caso específico da denominação LITORAL NORTE GAÚCHO, sua qualidade superior é atestada no mercado pelo alto rendimento de grãos inteiros, translucidez e vitricidade. Tais características se devem, primeiramente, à grande estabilidade das temperaturas médias que, por sua vez, decorrem do alto índice de umidade relativa do ar e das grandes massas de água presentes naquela região, que engloba a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico. Outro fator determinante das características e que agrega efetivo valor ao arroz oriundo do "Litoral Norte Gaúcho", consiste no regime dos ventos predominante naquela região. Tais ventos ocasionam a dissipação do calor, o que é especialmente importante quando da formação do grão do arroz e daí o alto aproveitamento de grãos inteiros, conforme já mencionado anteriormente. Portanto, a estabilidade de temperaturas médias e um regime de ventos próprio daquela região se conjugam, fazendo surgir condições geográficas tidas como ideais para o cultivo de um arroz com características únicas, levando a uma maior valorização do produto no mercado.
Esse é exatamente o papel das indicações geográficas, aí compreendidas as indicações de procedência (vínculo estabelecido por meio de uma comprovada reputação) e as denominações de origem (características únicas decorrentes essencialmente do meio geográfico): atestar que determinado produto possui características singulares quando comparado aos demais de sua categoria. Em especial no caso das denominações de origem, o valor agregado é ainda mais acentuado, propiciando aos produtores um ganho efetivo em termos de produtividade e competitividade.
Vale notar que quando escrevemos sobre este tema em nosso informativo, na edição de nº. 25 (junho/agosto de 2009), tratamos especificamente do reconhecimento da indicação de procedência VALE DOS SINOS em relação a "couro acabado". Em 13 de julho de 2010, o INPI reconheceu a indicação de procedência PINTO BANDEIRA para "vinhos tintos, brancos e espumantes" em nome da Associação de Produtores de Vinho de Pinto Bandeira - ASPROVINHO - na forma característica apresentada a seguir:

Em favor de produtores brasileiros existem, até o momento, oito indicações geográficas reconhecidas pelo INPI e, curiosamente, cinco delas foram obtidas por produtores do Rio Grande do Sul, estado que vem dando um excelente exemplo de que a união de produtores é o meio mais adequado para se chegar a um produto com diferenciação no mercado.
Não poderíamos concluir este artigo sem uma breve menção às indicações geográficas CACHAÇA, BRASIL e CACHAÇA DO BRASIL, valendo notar que o seu reconhecimento se deu por força do Decreto nº. 4.062, de 21 de dezembro de 2001. Cumpre esclarecer que a denominação "cachaça", por não constituir nome geográfico, não poderia ter o seu reconhecimento concedido pelo INPI, vez que tanto a Lei de Propriedade Industrial quanto a Resolução nº. 75/2000 (que estabelece as condições de registro das indicações geográficas pelo INPI) somente admitem o registro de indicação geográfica para nome geográfico de país, cidade, região ou localidade. O Decreto nº. 4.062/2001 foi, portanto, a solução encontrada para se conferir proteção adequada à indicação geográfica brasileira mais conhecida internacionalmente, a “cachaça”. Aguarda-se, ainda, o Regulamento de Uso das Indicações Geográficas CACHAÇA, BRASIL e CACHAÇA DO BRASIL, de acordo com previsto no artigo 4º do Decreto nº. 4.062.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

45 lições de vida

Escrito por Regina Brett, 90 anos de idade, assina uma coluna no The
Plain Dealer, Cleveland, Ohio.

"Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições
que a vida me ensinou.
É a coluna mais solicitada que eu já escrevi."

Meu hodômetro passou dos 90 em agosto, portanto aqui vai a coluna
mais uma vez:

1. A vida não é justa, mas ainda é boa.

2. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno .

3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.

4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus
amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.
5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.

6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.

7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.

8. É bom ficar bravo com Deus. Ele pode suportar isso.

9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.

10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.

11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.

12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.

13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é
a jornada deles.

14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.

15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe; Deus nunca pisca.

16. Respire fundo. Isso acalma a mente.

17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.

18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.

19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez
é por sua conta e ninguém mais.

20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.

21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use roupa chic. Não
guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.

22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.

23. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir roxo.

24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.

25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você..

26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras
'Em cinco anos, isto importará?'

27. Sempre escolha a vida.

28. Perdoe tudo de todo mundo.

29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.

30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo..

31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.

32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.

33. Acredite em milagres.

34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa
que você fez ou não fez.

35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.

36. Envelhecer ganha da alternativa -- morrer jovem.

37. Suas crianças têm apenas uma infância.

38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.

39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.

40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos
todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas
de volta.

41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.

42. O melhor ainda está por vir.

43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.

44. Produza!

45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.

Estima-se que 93% não encaminhará isto.
Se você for um dos 7% que o farão, encaminhe-o com o título 7%.


Tente colocar bom senso na cabeça de um tolo e ele dirá que é tolice. -Eurípedes
 

Protesto de Certidão de Dívida Ativa

Valor Econômico – Legislação & Tributos – 05.01.2011 – E1

Portaria libera protesto por autarquias
De São Paulo
05/01/2011

Ricardo Benichio/Valor
Laura Ignacio
Uma portaria do Ministério da Fazenda e da Advocacia-Geral da União (AGU) autorizou o protesto extrajudicial de Certidões de Dívida Ativa (CDAs) da União. Tanto para os tributos federais devidos à Fazenda, quanto às taxas e contribuições devidas às autarquias e fundações públicas federais, como a taxa de fiscalização paga ao Ibama, por exemplo.
O protesto em relação às autarquias e fundações existia apenas em um projeto piloto. Em agosto de 2010, a Procuradoria-Geral Federal (PGF) celebrou um convênio com o Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil (IEPTB). A partir dai, as CDAs de valores abaixo de R$ 10 mil e de titularidade do Inmetro, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), constituídos nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, começaram a ser protestadas.
Segundo a AGU, a medida apresentou resultados favoráveis ao erário. Em outubro e novembro de 2010, o índice de recuperação foi superior a 30%. Por meio da execução fiscal, esse índice não supera o percentual de 2%. Para o órgão, com a nova portaria, essa recuperação deve aumentar.
O tributarista Pedro Lunardelli, do Siqueira Castro Advogados, afirma que a portaria é resultado da interpretação de várias leis. "Mas nenhuma delas autoriza expressamente a prática do protesto", diz. Já o advogado Paulo Sehn, sócio do Trench, Rossi e Watanabe Advogados, afirma que o Código Tributário Nacional (CTN) só permite o protesto judicial. "O objetivo da portaria é fazer com que o devedor se sinta constrangido com a publicidade da medida e quite a dívida", afirma. Ambos defendem que há outras formas legais de cobrança. Em agosto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi favorável ao Banco do Brasil, pela qual contestava o protesto do município de Duque de Caxias (RJ).
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) editou em 2006 a Portaria n321, permitindo o uso do protesto, mas não chegou a aplicá-lo. Para a coordenadora-geral da Dívida Ativa da União da PGFN, Nélida Araújo, a nova portaria traz segurança jurídica por ser interministerial. "O protesto é importante por otimizar a cobrança de crédito inscrito em dívida ativa", diz. Ainda não há previsão para o uso do protesto.

Palestras sobre asssuntos chatos encontram público

Valor Econômico - Tendências & Consumo - 03.01.2011 - B6
Os entusiastas dos assuntos chatos

Gautam Naik The Wall Street Journal, de Londres
03/01/2011
Gautam Naik / "The Wall Street Journal"

Rhodri Marsden em sua palestra "O empate no críquete test"
"Preparem-se para cinco quentíssimos minutos de inércia", disse William Barret. Ele então começou a recitar os nomes de cada uma das 415 cores listadas num catálogo de tintas: sonho de ameixa, delfim, amarelo sala de estar, salmão morto... e assim por diante.
O discurso de Barry foi intitulado "Como ouvir a tinta secar" e, a julgar pelos rostos de cansaço do público, foi um sucesso. Ele estava falando, afinal de contas, numa conferência de entusiastas do tédio chamada Chatice 2010, realizada em 11 de dezembro em Londres.
Durante sete horas, 20 palestrantes discursaram sobre uma gama de digressões sombrias que iam de "A intangível beleza do estacionamento nos telhados" e "Reflexões pessoais sobre o café da manhã inglês" a "O empate no críquete test" e "Minha relação com as rotas de ônibus". Enquanto isso, alguns dos 200 participantes - cada um pagou US$ 24 pelo ingresso - tentavam não cochilar.
Surpreendentemente, muitos não cochilaram. "É algo essencialmente inglês olhar para algo chato como uma poça d'água e achá-la interessante", disse Hamish Thompson, que administra uma empresa de relações públicas e estava na plateia.
Chatice 2010 é obra de James Ward, de 29 anos, que trabalha para uma empresa de distribuição e produção de DVDs. Em sua outra vida, como o enviado do tédio, Ward edita o blog "I like boring things" (Eu gosto de coisas chatas). Ele também é um dos fundadores do Club da Papelaria, cujos 45 integrantes se reúnem para discutir canetas, clipes e post-its.
Para outro de seus projetos, Ward visitou, nos últimos 18 meses, 160 lojas de conveniência em Londres e fez notas cuidadosas sobre a popular barra de chocolate Twirl, incluindo a disponibilidade do produto, preço e condições de armazenamento. Ele publica os detalhes on-line.
O tédio se tornou um assunto sério para a pesquisa científica. Por exemplo, um estudo de 25 anos sobre servidores públicos ingleses publicado este ano mostrou que "chato de morrer" pode não ser mera metáfora. Pessoas que reclamam de "altos níveis" de tédio nas suas vidas têm o dobro de chances de morrer de um derrame ou doença do coração, concluiu o estudo.
As palestras do evento Chatice 2010, em Londres, abordaram desde uma coleção de gravatas até rotas de ônibus da cidade
O "Instituto da Chatice", que fica em South Orange, no Estado americano de Nova Jersey, começou como uma brincadeira. Seu website diz que agora desempenha um papel mais sério descrevendo "os perigos que estão associados a muito tédio e oferece conselhos sobre como evitá-lo".
Diga isso aos fuzileiros navais americanos. É um fato bastante conhecido que soldados que sofrem de traumas de guerra no campo de batalha têm risco maior de mostrar comportamento antissocial, como entrar em brigas ou negligenciar suas famílias, quando voltam para casa.
Mas uma pesquisa com mais de 1.500 fuzileiros navais americanos, publicada em setembro no jornal "Agressive Behavior", sugere que sofrer de tédio pode ser um fator de risco maior para tal comportamento do que o trauma de guerra.
Chatice 2010 nasceu quando Ward ouviu que um evento chamado "Conferência Interessante" havia sido cancelado. Ele publicou uma piada no twitter sobre a necessidade de se ter uma Conferência da Chatice no lugar. E se surpreendeu quando dezenas de pessoas responderam com entusiasmo.
Logo ele estava traçando planos para o primeiro encontro do tipo. Os primeiros 50 ingressos para Chatice 2010 foram vendidos em sete minutos.
"Acho que a piada é comigo", disse o descontraído Ward. "Criei essa armadilha e não há saída."
Os procedimentos para o esgotado evento foram iniciados pelo próprio Ward, que discutiu sua coleção de gravatas à exaustão, acompanhado por uma apresentação em PowerPoint.
Ele observou que até junho de 2010 ele possuía 55 gravatas e que 45,5% delas tinham uma única cor. Em dezembro, a coleção havia crescido 36%, apesar de a quantidade de gravatas com única cor ter caído 1,5%.
"As gravatas estão se tornando ligeiramente mais coloridas", notou Ward. Também, aparentemente, seu gosto está melhorando. Em dezembro, 64% das gravatas eram de poliéster, ante 73% em junho.
Ainda menos comovente foi uma degustação de leite. Ed Ross, um ator, girou, cheirou e provou cinco diferentes tipos de leite em taças de vinho, comentando o sabor, as sensações finais e o "alimento adequado" para acompanhar cada um. (Cereais foram muito mencionados.)
Um discurso ansiosamente aguardado foi sobre a meticulosa - e ainda em andamento - contagem de espirros do escritor Peter Fletcher. Com a ajuda de gráficos e quadros, Fletcher revelou ter espirrado 2.267 vezes nos últimos 1.249 dias, ganhando assim "um profundo entendimento da passagem do tempo". "Eu cheguei mesmo a espirrar quando registrava um espirro", disse.
Karen Christopher, de Chicago, que agora vive em Londres, encontrou pelo menos uma apresentação tão enfadonha que ela parou de prestar atenção. "Em vez disso comecei a pensar sobre os procedimentos da polícia sueca", disse ela.
Os organizadores fizeram o melhor para manter a plateia alerta. Muitos espectadores compraram café, e cada um recebeu uma sacola contendo uma barra energética.
Depois de um muito necessário intervalo, foi feito um sorteio. Alguns dos ganhadores levaram um DVD chamado "Helvetica", um documentário de 2007 sobre tipografia.
Para agitar as coisas, Ward e seus colegas criaram um quebra-cabeças de mil peças com caixas de cereais inglesas da década de 70. Cada participante recebeu algumas peças e um pedido para completá-lo.
Apesar de todas as brincadeiras, a conferência ocasionalmente foi do ridículo para o filosófico. A jornalista e autora Naomi Alderman falou da dificuldade de ter que observar o Sabá judeu quando criança. A palestra dela, "Como é fazer quase nada interessante por 25 horas por semana", terminou com uma inesperada e tocante observação. "Quando aprendemos a tolerar o tédio", disse ela, "descobrimos quem realmente somos."
Para chegar à conferência, Jo Lee enfrentou uma hora de viagem de trem da cidade litorânea de Brighton. Ela disse que valeu a pena porque tinha a ideia de como é divertido tirar fotos aleatórias de marcas deixadas nas paredes e de chicletes grudados embaixo de mesas.
"Somos todos superestimulados", disse Lee. "Acho que é importante parar tudo um pouco e ver como é se sentir entediado por várias horas."
Ela terá sua chance outra vez no ano que vem, quando Ward planeja o Chatice 2011. Ele espera incluir um discurso que não entrou na relação deste ano: "A facilidade de tirar eletricidade de prédios municipais e além: uma comparação." É sobre tomadas elétricas.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Camões, cabala e gerúndio

Reparem no poema de Camões o uso do gerúndio, abandonado em Portugal, mas de franco uso aqui (às vezes até em excesso) em terras conquistadas por esse país ibérico.

05/01/2011 -
Dicas de português – Os sete pecados do troca-troca de letras
Dad Squarisi
Correio Braziliense

O número preferido da Bíblia? É o cabalístico sete. Ele representa a completude. Eis por que Deus criou o mundo em sete dias. Definiu sete pecados capitais. Enumerou sete virtudes. Expulsou sete demônios do corpo de Maria Madalena. Mandou que perdoássemos sete vezes 70. E contou a história de amores. É o caso da paixão de Jacob por Raquel. Ele serviu o pai da moça durante sete anos. Passado o tempo de servidão, cadê? Em vez da amada, recebeu a irmã. Não desanimou. Ofereceu outros sete anos de labor para ter a mulher querida. O drama do casal inspirou poetas e pintores. Entre eles, Camões. Eis o soneto:

Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida;

Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: — Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida!

Registre as histórias, fatos relevantes, curiosidade sobre Paulo Amaral: rasj@rio.com.br. Aproveite para conhecê-lo melhor em http://www2.uol.com.br/bestcars/colunas3/b277b.htm

Eis o veículo (Motorella) que tenho utilizado para andar na ciclovia da Lagoa e ir ao trabalho sem suar