sexta-feira, 4 de maio de 2012
Homenagem ao trabalho voluntário na semana do Dia do Trabalho
Jornal do Commercio – 03.05.2012 – B-13
Coluna da Lucila Cano
Homenagem ao trabalho voluntário
Uma vez, no hospital, fui surpreendida por um grupo de senhorinhas animadas que percorriam os corredores cantando, dançando e distribuindo flores de papel crepom. A canção era aquela do Benito di Paula – Mulher brasileira – e o refrão “Mulher brasileira em primeiro lugar” ecoava andar por andar, por onde elas passavam. Era Dia Internacional da Mulher.
Outras vezes, no mesmo hospital, cruzei com muitas dessas senhoras, ora organizando filas para a coleta de sangue, ora dando informações para as pessoas, chamando pacientes para exames e consultas. A lembrança delas, sempre dispostas, sempre arrumadas, não me saiu da cabeça, justamente na terça-feira, Dia do Trabalho.
O Brasil se destaca no voluntariado corporativo. As grandes empresas, cada vez mais envolvidas com projetos sustentáveis, incentivam seus colaboradores para a prática do voluntariado e reservam datas especiais para isso.
Mas, além das empresas e dos seus funcionários, há um contingente de voluntários “individuais”. Espontaneamente, e através de atitudes muito simples, na maioria das vezes, esses trabalhadores sem remuneração também fazem a diferença entre os mais necessitados.
Quase 43 milhões de voluntários
Desde que a ONU elegeu 2001 como o Ano Internacional do Voluntariado, a adesão à causa só fez crescer, embora não saibamos, ao certo, quantos são os voluntários no Brasil, ou no mundo.
Em dezembro de 2000, pesquisa realizada no Instituto de Estudos da Religião (Iser) pela professora Leilah Landim, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, indicava que cerca de 30 milhões de pessoas, ou seja, 22,6% da população brasileira se dedicavam ao voluntariado.
Segundo o levantamento, um em cada cinco brasileiros fazia algum tipo de trabalho não remunerado em escolas, igrejas, hospitais ou comunidades carentes. Se transportarmos esse percentual para a soma da população brasileira, de acordo com o Censo 2010, teremos quase 43 milhões de voluntários nos dias de hoje.
Mundialmente, a estimativa da Universidade John Hopkins, dos Estados Unidos, era de cerca de 140 milhões de voluntários em dezembro de 2011.
Embora percentuais mais expressivos ajudem a identificar alguns tipos de voluntários, desconheço a existência de um consenso sobre quem é voluntário e quais os motivos dessa inclinação.
Em comum, todos os voluntários concordam que ajudar faz bem e que eles se sentem úteis, mais felizes, motivados e fortalecidos por prestarem um serviço à comunidade.
Iluminados
O mundo passa por transformações profundas e países antes prósperos experimentam situações desesperadoras. A falta de emprego corresponde a sonhos interrompidos, a vidas sem perspectivas.
Poucos tiveram o que comemorar no 1º. de maio de 2012 e talvez por isso eu tenha lembrado daquelas senhorinhas voluntárias no hospital. Mas não só delas.
Lembrei do senhor simpático que no bairro passava de casa em casa pedindo embalagens vazias, e limpas, de margarina. Os potes eram para o grupo da sopa, uma turma de voluntários que saía à noite, a bordo de uma Kombi, para distribuir sopa a moradores de rua.
Pensei muito no casal solidário que se revezava para acompanhar o irmão de uma amiga a seções de hemodiálise. A amiga sofreu um acidente, passou por cirurgia e o irmão precisava de ajuda.
Também lembrei da Sueli, que faz quitutes deliciosos para vender e arrecadar fundos para a casa de caridade que ela frequenta, assim como de todas as pessoas que eu conheço e que dão aulas gratuitas, de artesanato a idiomas, no intuito de capacitar quem procura uma ocupação.
Os voluntários da minha lembrança são exemplo de um universo de pessoas capazes do desprendimento dos compromissos e dos problemas de suas próprias vidas para se doarem por uma boa ação. E as ações que praticam, aparentemente pequenas, são grandiosas para quem se beneficia delas.
Nesta época de tanta desesperança, bom seria que a força interior que ilumina e move os voluntários pudesse se espalhar para todo mundo.
Dois casos recentes de discusssão sobre voto múltiplo na eleição de membros do conselho de adminsitração, embora não previsto no projeto de Cód. Comercial
Valor Econômico – Empresas – 03.05.2012 – B2
Gestoras pedem adoção de voto múltiplo na
Gafisa
Os acionistas minoritários
do Banco Mercantil do Brasil (BMB) que contestam desde 2009 aumentos de capital
feitos pela direção do banco, elegeram nesta semana dois dos nove membros do
conselho de administração. Foram eleitas as filhas do acionista Sergio Araujo,
Daniela e Cristina. Pela primeira vez no Brasil se utilizou em uma instituição
financeira o voto múltiplo na assembleia geral.
Por meio deste mecanismo,
que está previsto em uma instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
qualquer acionista com mais de 5% do capital tem o direito de exigir que a
eleição do conselho não seja feita em bloco, mas que seja feita
individualmente.
Sérgio Araujo tem 6%. O
presidente da instituição, Milton Araújo, foi reeleito para o cargo. O
Mercantil do Brasil é o único de varejo com sede em Minas Gerais. Em 2010 teve
um lucro líquido de R$ 135,2 milhões, sobre um patrimônio líquido de R$ 673,1
milhões.
Em dezembro de 2009, a instituição fez um
aumento de capital de R$ 45 milhões, para a adequação do banco aos índices
exigidos pelo acordo de Basileia. Neste ano, no mês passado, foi feito um novo
aporte de R$ 12 milhões. A ata da reunião do último dia 11 ainda não foi
publicada, e o banco ainda não divulgou a composição oficial do novo conselho
de administração.
Gestoras pedem adoção de voto múltiplo na
Gafisa
Por Ana
Paula Ragazzi | De São Paulo
A Gafisa informou
ontem que a consultoria de voto Institutional Shareholder Services (ISS)
recomendou aos acionistas da empresa voto favorável à chapa de conselheiros
indicado pela administração da companhia.
A Gafisa não tornou
público, no entanto, o fato de alguns de seus acionistas terem solicitado o
processo de voto múltiplo para a eleição do novo conselho, marcada para
assembleia dia 11.
O Valor apurou que, há duas semanas,
a gestora de recursos Rio Bravo e a Funcef, fundo de pensão dos funcionários da
Caixa, pediram o voto múltiplo. Nesta semana, a gestora Polo Capital também fez
a mesma solicitação, acompanhada de um pedido público de procuração para que
outros acionistas apoiem o mecanismo de voto e também sugeriu nove nomes para o
conselho. Se adotado o voto múltiplo, todos os candidatos, inclusive os
indicados pela gestão, poderão receber votos, em vez de eles serem dirigidos à
chapa.
A Gafisa não é
obrigada a divulgar ao mercado que recebeu solicitações de voto múltiplo. Assim
como não é obrigada a tornar pública a recomendação feita pela ISS - no mercado
não se tem notícia, inclusive, de outra companhia que tenha feito isso.
Até o momento, a
Gafisa divulgou apenas uma manifestação favorável às indicações de sua gestão
ao conselho, sem informar aos investidores sobre as alternativas pleiteadas por
outros acionistas. É dever da companhia divulgar qualquer informação que possa
ser relevante para os assuntos discutidos em assembleia.
A Gafisa não deu
entrevista, só informou que fará as divulgações "de acordo com prazos
legais".
Há informações no
mercado de que os acionistas desejam maior voz no conselho para promover também
modificações na equipe que comanda a empresa. Polo, Funcef e Rio Bravo também
não deram entrevista.
A Gafisa -e a atual
administração - vive dificuldades por conta da compra da Tenda, em 2008. A incorporadora fez
forte redução de seu orçamento quando divulgou o último balanço.
A companhia não tem
controle definido e por essa razão tanto administração quanto conselho ganham
pesos ainda maiores
A proposta da Polo
quer aumentar a quantidade de acionistas no conselho da empresa. O conselho
atual só conta com o investidor Guilherme Affonso Ferreira. Ele não está
indicado pela administração para um novo mandato, mas está entre os nomes
sugeridos pela Polo.
Essa não é a
primeira vez que a administração da Gafisa toma medidas que desagradam
investidores. Na assembleia do ano passado, a gestão quis incluir em seu
estatuto uma limitação do poder de voto dos acionistas a 5% do capital,
alegando que a medida protegeria a dispersão de seu capital. Já os investidores
questionaram a proposta, que acabou retirada, por avaliarem a iniciativa como
uma ameaça a seu direito de investir mais na companhia e de ampliar sua
participação nas decisões. A empresa também já rejeitou a adoção de voto
múltiplo na assembleia passada alegando que a eleição era apenas para dois
membros do conselho e não para todo o órgão. Recentemente ainda, a
administração negou uma proposta de compra de ativos feita pela GP e por Sam
Zell sem consultar os acionistas.
Segundo a Gafisa, a
ISS argumentou que "os acionistas dissidentes não conseguiram apresentar
uma análise racional suficientemente detalhada ou convincente" que
garantam uma recomendação contraria à chapa da administração."
Jornal Valor Econômico –
15.04.2011
Minoritário do Mercantil do
Brasil elege conselho
Cesar Felicio | De Belo
Horizonte
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