sexta-feira, 4 de maio de 2012

Dois casos recentes de discusssão sobre voto múltiplo na eleição de membros do conselho de adminsitração, embora não previsto no projeto de Cód. Comercial

Valor Econômico – Empresas – 03.05.2012 – B2

Gestoras pedem adoção de voto múltiplo na Gafisa


Por Ana Paula Ragazzi | De São Paulo

A Gafisa informou ontem que a consultoria de voto Institutional Shareholder Services (ISS) recomendou aos acionistas da empresa voto favorável à chapa de conselheiros indicado pela administração da companhia.

A Gafisa não tornou público, no entanto, o fato de alguns de seus acionistas terem solicitado o processo de voto múltiplo para a eleição do novo conselho, marcada para assembleia dia 11.

O Valor apurou que, há duas semanas, a gestora de recursos Rio Bravo e a Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, pediram o voto múltiplo. Nesta semana, a gestora Polo Capital também fez a mesma solicitação, acompanhada de um pedido público de procuração para que outros acionistas apoiem o mecanismo de voto e também sugeriu nove nomes para o conselho. Se adotado o voto múltiplo, todos os candidatos, inclusive os indicados pela gestão, poderão receber votos, em vez de eles serem dirigidos à chapa.

A Gafisa não é obrigada a divulgar ao mercado que recebeu solicitações de voto múltiplo. Assim como não é obrigada a tornar pública a recomendação feita pela ISS - no mercado não se tem notícia, inclusive, de outra companhia que tenha feito isso.

Até o momento, a Gafisa divulgou apenas uma manifestação favorável às indicações de sua gestão ao conselho, sem informar aos investidores sobre as alternativas pleiteadas por outros acionistas. É dever da companhia divulgar qualquer informação que possa ser relevante para os assuntos discutidos em assembleia.

A Gafisa não deu entrevista, só informou que fará as divulgações "de acordo com prazos legais".

Há informações no mercado de que os acionistas desejam maior voz no conselho para promover também modificações na equipe que comanda a empresa. Polo, Funcef e Rio Bravo também não deram entrevista.

A Gafisa -e a atual administração - vive dificuldades por conta da compra da Tenda, em 2008. A incorporadora fez forte redução de seu orçamento quando divulgou o último balanço.

A companhia não tem controle definido e por essa razão tanto administração quanto conselho ganham pesos ainda maiores

A proposta da Polo quer aumentar a quantidade de acionistas no conselho da empresa. O conselho atual só conta com o investidor Guilherme Affonso Ferreira. Ele não está indicado pela administração para um novo mandato, mas está entre os nomes sugeridos pela Polo.

Essa não é a primeira vez que a administração da Gafisa toma medidas que desagradam investidores. Na assembleia do ano passado, a gestão quis incluir em seu estatuto uma limitação do poder de voto dos acionistas a 5% do capital, alegando que a medida protegeria a dispersão de seu capital. Já os investidores questionaram a proposta, que acabou retirada, por avaliarem a iniciativa como uma ameaça a seu direito de investir mais na companhia e de ampliar sua participação nas decisões. A empresa também já rejeitou a adoção de voto múltiplo na assembleia passada alegando que a eleição era apenas para dois membros do conselho e não para todo o órgão. Recentemente ainda, a administração negou uma proposta de compra de ativos feita pela GP e por Sam Zell sem consultar os acionistas.

Segundo a Gafisa, a ISS argumentou que "os acionistas dissidentes não conseguiram apresentar uma análise racional suficientemente detalhada ou convincente" que garantam uma recomendação contraria à chapa da administração."
 

Jornal Valor Econômico – 15.04.2011

Minoritário do Mercantil do Brasil elege conselho


Cesar Felicio | De Belo Horizonte


Os acionistas minoritários do Banco Mercantil do Brasil (BMB) que contestam desde 2009 aumentos de capital feitos pela direção do banco, elegeram nesta semana dois dos nove membros do conselho de administração. Foram eleitas as filhas do acionista Sergio Araujo, Daniela e Cristina. Pela primeira vez no Brasil se utilizou em uma instituição financeira o voto múltiplo na assembleia geral.


Por meio deste mecanismo, que está previsto em uma instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), qualquer acionista com mais de 5% do capital tem o direito de exigir que a eleição do conselho não seja feita em bloco, mas que seja feita individualmente.


Sérgio Araujo tem 6%. O presidente da instituição, Milton Araújo, foi reeleito para o cargo. O Mercantil do Brasil é o único de varejo com sede em Minas Gerais. Em 2010 teve um lucro líquido de R$ 135,2 milhões, sobre um patrimônio líquido de R$ 673,1 milhões.


Em dezembro de 2009, a instituição fez um aumento de capital de R$ 45 milhões, para a adequação do banco aos índices exigidos pelo acordo de Basileia. Neste ano, no mês passado, foi feito um novo aporte de R$ 12 milhões. A ata da reunião do último dia 11 ainda não foi publicada, e o banco ainda não divulgou a composição oficial do novo conselho de administração.


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