domingo, 27 de fevereiro de 2011

Melhores vinhos portugueses de 2010

Valor Econômico - Eu & Prazeres - 24.02.2011 -D10

Revistas especializadas elegem os melhores de Portugal Vinhos
por Jorge Lucky

As publicações especializadas em vinhos de Portugal, "Revista de Vinhos" e "Wine - Essência do Vinho", divulgaram, como sempre fazem em suas edições de fevereiro, os melhores do ano anterior em cada categoria. Além de produtores, vinícolas, e pessoas que mais se destacaram em 2010, as duas revistas relacionam os melhores vinhos do período.

A primeira, a mais antiga do setor no país, e agora com padrão gráfico renovado, concede "Prêmios de Excelência" a rótulos que no entendimento de sua equipe de degustadores, "mais se destacaram qualitativamente". A "Wine", por sua vez, especifica e os classifica pela pontuação alcançada, um ranking que vai sendo atualizado ao longo do ano, premiando como "Vinho do Ano" aquele que terminou na liderança. Independentemente dos critérios que ambas utilizaram, as listas são sempre boa referência para saber quem está com prestígio na terrinha e quais vinhos vale correr atrás - daí minha iniciativa de especificá-los em tabela.

Para ser bem honesto, e talvez precipitado, uns dois ou três entre os premiados pela "Revista de Vinhos" não mereceriam fazer parte desse grupo (interesses em jogo?), mas vou prová-los na minha próxima ida a Portugal, em maio, torcendo para ser um devaneio da minha parte e estar equivocado.

No que diz respeito aos melhores em suas categorias, a escolha foi criteriosa, tanto que, fato pouco comum, alguns nomes foram indicados por ambas as publicação, caso de João Portugal Ramos (Personalidade do Vinho), pela "Wine", e Viticultura do Ano, pela "RV", e Sogrape, melhor produtor pela "Wine" e empresa do ano pela "RV".

João Portugal Ramos é uma das figuras mais importantes do Alentejo, tendo, primeiro como consultor, feito um grande trabalho na região, em particular na Carmim, Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsarraz, um modelo no gênero e, a propósito, eleita cooperativa de 2010 pela "RV". Foi deixando a função de assessor à medida que sua própria vinícola ganhou corpo em 1997 (representada no Brasil pela Casa Flora/Porto a Porto).

A Sogrape, por sua vez, poderia se apresentar como maior grupo vitivinícola português, mas o termo "maior" tem uma conotação de "indústria" que não faz justiça ao padrão e dedicação que o grupo impõe a cada uma de suas marcas individualmente. Comandado pela família Guedes, seu corpo técnico é de alto gabarito, com funções e responsabilidades bem especificadas, abraçando as principais regiões do país onde ela está presente, com vinhedos e adegas de vinificação próprios. Compõem seu estrelado portfólio rótulos do porte de Barca Velha e Quinta da Leda, no Douro (importados pela Zahil), os Vinhos do Porto Ferreira (Inovini), Offley (Zahil) e Sandeman (Pernod Ricard), Quinta dos Carvalhais, no Dão, Herdade do Peso, no Alentejo (ambos com Zahil), além dos projetos além mar, caso da Finca Flichman (La Pastina), em Mendoza, Framinghan, na Nova Zelândia (Zahil) e Château Los Boldos, adquirida recentemente no Chile.

Um dos prêmios de maior expressão nas listas das duas revistas sempre é o destinado ao enólogo do ano, função que pela sua grande importância gera enorme expectativa. O escolhido pela "RV" foi o talentoso e competente Francisco Olazabal, o Xito, responsável pelo irrepreensível e altamente consistente padrão de qualidade dos vinhos da Quinta do Vale Meão, propriedade de sua família. Xito, além de comandar o Meão, assessora a Quinta do Vallado (Cantu), de seus primos, a família Ferreira, e de um novo e promissor projeto no Dão, o Munda. Olazabal tem a quem puxar. É neto de Fernando Nicolau de Almeida, uma das maiores personalidades do setor em Portugal no século 20, mentor e criador do mítico Barca Velha.

A "Wine" elegeu o igualmente talentoso António Luis Cerdeira, produtor do Soalheiro Alvarinho (Mistral), uma referência em vinhos do gênero. Seu Primeiras Vinhas 2009, foi considerado "vinho do ano" pela mesma publicação e foi contemplado com o "Prêmio de Excelência" pela "RV". Da mesma região, o Minho, e mestre em trabalhar a mesma casta, alvarinho, Anselmo Mendes recebeu o título de "Produtor do Ano" pela revista.

Acompanhar ano a ano a lista de premiados pela "RV" permite não só ficar a par de quem se destacou durante o período, mas também atentar a quem possivelmente fará sucesso no futuro. E estes muitas vezes começam sendo escolhidos como "produtor revelação" pela "RV". Nas edições passadas, receberam a menção, por exemplo, Vale d'Algares (Premium), do Tejo, Altas Quintas (Decanter), Herdade do Rocim (Premium) e Solar dos Lobos (Mercovino), vinícolas que seguiram se aprimorando e hoje são opções de vinhos seguras para o consumidor sedento por bons (e ainda acessíveis) vinhos portugueses. Não é por acaso que o Solar dos Lobos Grande Escolha, listado na tabela, já tenha alcançado um "Prêmio de Excelência". Diante disso, é bom não perder de vista a Monte da Raposinha, do Tejo, selecionada em 2010.

Como vinhos de mesa e fortificados fazem parte de mundos distintos, com discernimento a "RV" tem por bem separá-los, outorgando prêmios à parte para empresa e enólogo dos dois gêneros. Assim, a vinícola selecionada este ano na categoria "vinhos generosos" foi a J. H. Andressen, uma casa familiar de pequeno porte, fundada em 1845 e nas mãos de portugueses. Apesar de pouco conhecida, a Andressen é cultuada pela crítica por seus ótimos colheitas de mais idade e belos "tawnies".

Singular, ainda, foi a escolha de Ricardo Barbeito, produtor da Madeira, como "enólogo do ano". Não só por sair fora do eixo Vinho Porto-Moscatel, celeiro de ganhadores na categoria, mas também em função de os madeiras serem bem tradicionais e não permitirem grandes inovações. Na verdade, Barbeito não inventou nada, simplesmente se esmerou nos detalhes e na melhoria da imagem desses vinhos, enfatizando, entre outras coisas, seus atributos na harmonização com a comida. Harmonização, tudo a ver. Algo bem diferente de ser lembrado apenas como componente de molhos, aqueles que contribuem para os tão difundidos "filé ao molho madeira".



Matérias sobre educação e modalidades de cursos do Jornal Folha de Londrina

Folha de Londrina, 25/02/2011 - Londrina PR

Iniciação Científica para carreira acadêmica

A Iniciação Científica é uma oportunidade que o estudante tem de entrar em contato com a área científica já desde a graduação. Além disso, a participação em projetos conta pontos para quem quer seguir a pós-graduação stricto sensu. ''Na Iniciação Científica, o aluno acompanha um professor que desenvolve um trabalho de pesquisa ou um estudante de mestrado ou doutorado em suas pesquisas'', conta a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UEL em exercício, Carmen Neves. No momento, a universidade possui 1.200 alunos de Iniciação Científica.

Para participar, o aluno também pode ter acesso a bolsas do CNPq, e ainda da Fundação Araucária ou da própria UEL. ''Para o aluno que tem interesse, é importante que ele procure um professor orientador para se inscrever para as bolsas'', a pró-reitora avisa. Cada professor que possui um projeto recebe uma cota de bolsas, e é com eles que os alunos devem pleitear sua bolsa. Portanto, para escolher o projeto, o estudante deve levar em conta a disciplina e a linha de pesquisa que o professor segue. Ao final do projeto, o aluno deve apresentar trabalho oral e escrito a representantes do CNPq em evento que acontece todo ano na UEL, integrando as universidades estaduais.(M.F.C.)





Folha de Londrina, 25/02/2011 - Londrina PR

Mestrado profissional ganha espaço em Londrina

São poucos os mestres e doutores que trabalham em empresas, mas esta possibilidade pode ser benéfica para ambos os lados. Por isso, há dois anos, o Ministério da Educação normatizou a atividade de mestrado profissional, curso que visa formar profissionais mestres e com conhecimento para trabalhar na indústria. Mayka Pedrão, diretora de pesquisa e coordenadora do primeiro mestrado profissional em Tecnologia de Alimentos no Brasil, recém-implantado no campus da Universidade Tecnológica do Paraná em Londrina (UTF-PR), explica que, como são poucos os doutores que trabalham na indústria, o curso permite professores sem o título no corpo docente. Se o know-how do profissional for comprovado, ele pode ser agrupado ao corpo docente.

O mestrado profissional propicia ao aluno um conhecimento mais focado na dinâmica da indústria, mas ao mesmo tempo dando a ele um título de mestre. Não é como uma pós-graduação lato sensu, porque é um estudo mais aprofundado. O aluno vai afunilar sua área de atuação no momento em que procura o seu orientador para o desenvolvimento da sua dissertação. Também não é um mestrado convencional porque o aluno não precisa estar envolvido com a pesquisa clássica. Para Mayka, a região possui histórico de grande número de indústrias de alimentos, desde a grande até pequena, nas mais diferentes áreas. ''Cresce muito a busca pelo profissional na área.'' A preocupação cada vez maior com a sanidade dos alimentos, desenvolvimento de produtos, inovação e controle de qualidade pela indústria intensifica ainda mais a procura por profissionais capacitados. Mie Francine Chiba Reportagem Local





Folha de Londrina, 25/02/2011 - Londrina PR

Alta demanda em educação e saúde

Instituições lançam cursos nas áreas para atender necessidade da cidade

Uma considerável parcela dos cursos oferecidos pelas instituições este ano são das áreas de saúde e educação. O lançamento de cursos novos na cidade é reflexo das necessidades no mercado de trabalho, segundo declaram as instituições de ensino superior. Os onze cursos que a Universidade Norte do Paraná (Unopar) oferece pela primeira vez em 2011 atuam em três frentes: Educação, Saúde e Gestão. ''Até pelas características da cidade'', observa o coordenador de Pós-Graduação da Universidade Norte do Paraná (Unopar), Paulo Afonso Espínola de Oliveira Lima. ''Temos muitos hospitais, clínicas e necessidade de mão de obra cada vez maior para que essas empresas sejam tocadas.''

Com 15 turmas já confirmadas, a pró-reitora de Pesquisa e Pós- Graduação do Centro Universitário Filadélfia (Unifil), Damares Tomasin Biazin, acredita que a instituição seja reconhecida pelos cursos de pós-graduação em saúde. Enfermagem Obstétrica, UTI, Saúde Coletiva e Auditoria são os tradicionalmente mais procurados, ela diz. Este último, inclusive, é recomendado pelo Ministério da Saúde. Para 2012, a previsão é que cursos de pós nas áreas de Biomedicina e Medicina Veterinária sejam ofertados pela Unifil. No pólo do Cesumar (Centro Universitário de Maringá) em Londrina, os três novos cursos ofertados são da área de educação. ''É uma necessidade hoje capacitar o professor tanto da rede pública quanto privada que não tem condições de assistir a uma aula presencial'', declara o diretor do Núcleo de Educação a Distância do Cesumar, Willian Kendrick Silva.

O diretor de Pós-Graduação e Pesquisa, Valdecir Bertoncello, considera que os cursos relacionados a educação são muito procurados por profissionais formados em licenciaturas. ''A educação é um eixo temático na pós porque tem muito professor em áreas de conhecimentos como engenharia, química, biologia que não tem formação para docência e, quando entram em sala de aula, passam por dificuldades.'' Finanças, Gestão e Direito são cursos que sempre têm procura garantida, diz o decano do campus da PUC-PR em Londrina, Charles Vezozzo. ''O Brasil tem um sistema tributário complexo'', diz. Mie Francine Chiba Reportagem Local





Folha de Londrina, 25/02/2011 - Londrina PR

Cursos valorizados

Para a Unifil, Londrina é referência em saúde e faltam profissionais capacitados

Reconhecidos na região, os hospitais e clínicas de Londrina atraem habitantes até de municípios vizinhos para tratamento. De carona, vem a alta demanda por profissionais capacitados na área, e os cursos de pós-graduação têm grande responsabilidade de absorvê-las. O Centro Universitário Filadélfia (Unifil) oferece três novos cursos relacionados à área de saúde. Pela primeira vez o curso de pós-graduação em Gerontologia será ofertado. ''Sabemos que a população dos idosos é a que mais tem crescido no mundo. O Brasil está em 16º lugar em população total de idosos. A previsão é que, em 2020, ele esteja na 6 posição,'' contextualiza a pró-reitora de Pesquisa e Pós Graduação da Unifil, Damares Tomasin Biazin.

Pedagogia Hospitalar - Ainda pouco presente nos hospitais, o pedagogo pode fazer diferença na vida de crianças que precisam ficar um longo tempo internadas. O curso de pós-graduação em Pedagogia Hospitalar visa capacitar esse profissional. ''Essas crianças ficam muito tristes pela ausência da escola, perdem o contato com a sociedade, agravando o quadro da doença'', afirma a coordenadora do núcleo de apoio pedagógico da Unifil, Miriam Maria Bernardi Miguel. Musicoterapia - O curso de Musicoterapia é outra novidade da Unifil. ''É voltado não só ao músico, mas a qualquer profissional que quer trabalhar com música.'' De acordo com a coordenadora, esta é uma opção também voltada à área de saúde.(M.F.C.) Mie Francine Chiba Reportagem Local





Folha de Londrina, 25/02/2011 - Londrina PR

Mestres e doutores na indústria

Quem faz pós-graduação stricto sensu não precisa obrigatoriamente seguir a carreira acadêmica. Josiane Vignoli, pesquisadora no setor de Pesquisa e Desenvolvimento da Café Iguaçu, tem mestrado e doutorado na área de alimentos. Para ela, a pós stricto sensu é fundamental para a área de pesquisa dentro das indústrias. E vice-versa. Tanto que, na ocasião do doutorado, a empresa cedeu projeto de pesquisa sobre antioxidantes no café para a sua tese, e o estudo foi utilizado para desenvolver produto dentro da indústria. ''Principalmente na área de pesquisa e desenvolvimento, as indústrias exigem, no mínimo, mestrado, porque é lá que se tem ideia de como desenvolver um projeto, trabalhar com desenvolvimento de produtos'', pontua. Mesmo para quem não atua na área de pesquisa, a pós stricto sensu pode contribuir no trabalho dentro da indústria. Para o supervisor do setor de Controle de Qualidade, André Mori, mestre na área de alimentos. ''O mestrado agrega muita informação, te dá uma visão mais ampla. Principalmente no momento em que você se depara com situações não previstas, a visão da área acadêmica contribui muito.''(M.F.C.)





Folha de Londrina, 25/02/2011 - Londrina PR

Pós-graduação a distância

Modalidade oferece mais flexibilidade de horários e interatividade on-line; aulas contam também com trabalhos em grupo, leituras e dinâmicas

O crescimento do Ensino a Distância ocorre inclusive na pós-graduação. São muitas as facilidades que justificam este crescimento, mas as principais são a flexibilidade de horários e recursos midiáticos que viabilizam o aprendizado. Os cursos de pós-graduação a distância têm encontros com teleaulas. Os professores, espalhados por qualquer lugar do País, podem gerar aulas para o Brasil inteiro. Os alunos se reúnem em pólos na sua cidade para assistirem a transmissão da aula. Em cada sala, há um tutor presente que faz a mediação entre os alunos e o professor. A comunicação se dá por meio de chats.

A professora universitária Josilaine Burque Ricci Nascimento resolveu fazer um curso de especialiação EAD sobre Ensino à Distância pela praticidade e porque deseja se informar sobre esta modalidade de ensino. ''As vantagens são a a flexibilidade em relação ao tempo. A gente pode adaptar bem funções pessoais enquanto está trabalhando. Às vezes estou em casa, à noite, com a família, e posso tirar um tempo para estudar na internet.'' Acompanhando o crescimento da modalidade, ela deseja estar preparada para dar aulas no EAD no futuro. ''O que observo é que há uma expansão do Ensino à Distância no Brasil. E queira ou não, esses avanços do EAD estão chegando no presencial também.''

Também durante os encontros, os alunos têm aulas atividades, com trabalhos em grupo, leituras , dinâmicas. Nos intervalos entre um encontro e outro, os alunos encontram atividades também na internet, nas quais são acompanhadas por uma tutoria eletrônica. É preciso, no entanto, ter disciplina e organização para estudar no EAD, haja vista a autonomia dada ao aluno para estudar. O perfil do aluno do Ensino A Distância é do autodidata. A estrutura disponibilizada on-line ao alunos da Unopar Virtual conta com webaulas, avaliações virtuais, produções textuais e biblioteca digital, por onde as aulas podem ser revistas a qualquer hora. Cerca de 48 horas antes de cada aula, o material didático é disponibilizado no ambiente virtual. A Unopar é uma das instituições em Londrina que oferecem a modalidade. A instituição possui 427 pólos de apoio presencial em todos os estados.

Pela internet, também há tutoria eletrônica que o estudante pode contatar através de fóruns e mensagens. O tutor eletrônico conta com o suporte do professor e coordenação para orientar os alunos. As avaliações também são realizadas presencialmente. ''Quando o EAD começou, as pessoas vinham com desconfiança. Hoje, o EAD já está bem consolidado, e as pessoas procuram pela facilidade que permite. Poder conciliar famíla, estudo e trabalho'', declara a pró-reitora de Ensino A Distância da Unopar Virtual, Elisa Maria de Assis. ''Com a disseminação da tecnologia da comunicação e da informação, as pessoas têm procurado mais estes cursos. E a tendência é crescer bastante nos próximos anos.'' Segundo ela, o EAD na Unopar Virtual começou com 1.000 alunos e 2003 para chegar em 2011 com 130.000. Só na pós, são 5.000 alunos. ''O aluno que está inserido no mercado de trabalho, que ficou longe dos estudos por tempo sinificativo, volta a estudar com as opções que o EAD oferece.'' Este ano, a Unopar Virtual está oferecendo nove cursos novos na modalidade nas áreas de educação, saúde e gestão.

Cesumar - Na pós-graduação do Cesumar, dos 2 mil alunos mais da metade estuda pelo EAD. As aulas são transmitidas ao vivo via satélite a cada três semanas e o aluno estuda, nos intervalos, pelos ambientes virtuais. No Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), o aluno tem acesso a conteúdo específico do curso e a atividades avaliativas via internet com o apoio de professor mediador para as dúvidas. No Cesumar, o estudante tem a possibilidade de assistir às aulas de casa, através da internet. A instituição possui 58 pólos espalhados pelo Brasil, inclusive em Londrina. A oferta de cursos do Cesumar este ano aumentou com mais três pós-graduações na área de educação. Mie Francine Chiba Reportagem Local





Folha de Londrina, 25/02/2011 - Londrina PR

Lato sensu ou stricto sensu?

Desde o primeiro ano do ensino superior, o aluno já deve pensar no seu futuro depois da graduação; saiba quais são os caminhos

Ao entrar na universidade, várias palavras e termos novos entram no vocabulário do estudante. A pós-graduação é uma delas. ''Uma coisa que muitas pessoas não sabem é que existem dois tipos de pós: lato sensu e stricto sensu'', lembra a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação em exercício da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Carmem Silvia Vieira Janeiro Neves. ''O estudante pode fazer os dois, sem demérito para nenhum, mas cada um tem sua especificidade'', ela continua. Aos ingressantes, é bom já ficar atento e se informar mais sobre o assunto, porque é no decorrer do curso que o aluno deve decidir qual lado seguir e qual a especialização que deseja fazer. A carreira profissional já começa a ser construída desde o primeiro dia de aula, observa a pró-reitora em exercício. Por isso, é importante pensar, desde o início, a direção que se quer tomar na vida profissional. ''Uma dica é, já ao longo do curso, começar a perceber dentro das várias disciplinas a que se identifica mais, tem mais vontade de se aprofundar.'' ''Antigamente, o profissional só graduava. Hoje, muitas empresas, além da experiência e histórico escolar, preferem profissionais com mais formações'', avisa a pró-reitora.

Lato sensu - A pós-graduação lato sensu é mais indicada para os estudantes que já se encontram inseridos no mercado de trabalho e desejam se especializar. Para isso, ele vai buscar, em sua instituição, as especializações. ''Estas especializações são para atender o mercado de trabalho'', diz Carmen. ''As especializações são mais rápidas. Em um ano o estudante consegue o diploma.'' A carga horária mínima é de 360 horas. No caso das residências, elas podem durar dois anos. As aulas geralmente acontecem duas vezes por semana. Os critérios de seleção para as especializações podem incluir prova escrita, entrevista e análise de currículo. Os residentes não pagam mensalidade, uma vez que estão prestando um serviço à comunidade. Já nos outros casos, a mensalidade vai variar de acordo com a área. Na conclusão do curso, o aluno precisa apresentar uma monografia. Todas as especializações da UEL disponíveis podem ser conhecidas através do site.
Stricto sensu - Na área acadêmica, atividades no decorrer do curso são determinantes para o futuro do estudante. ''Às vezes, só no fim do curso que cai a ficha e o aluno não fez estágio. Isso, para quem está prestando mestrado, pode ser fatal'', afirma Carmen. O mestrado entra na pós-graduação stricto sensu. ''Se o estudante gosta da carreira acadêmica, de ser professor de universidade, ou quer ser pesquisador, seguir carreira científica, tem que ter, no mínimo, mestrado. Em algumas áreas, sem doutorado ele não consegue pontuação em nenhum curso'', explica a pró-reitora. Dois anos é o tempo de duração de um mestrado, que exige, ao final, a apresentação de uma dissertação. No doutorado, o aluno vai aprimorar e aprofundar o trabalho realizado no mestrado, com mais quatro anos de estudos. Na conclusão, o aluno deve apresentar sua tese. Na UEL, existem 39 cursos de mestrado e 16 de doutorado.

Nem o mestrado nem o doutorado são pagos, e o estudante pode pleitear bolsas de estudo. Na UEL, são distribuídas bolsas da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão subordinado ao Ministério da Educação, e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), subordinado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, de acordo com a classificação do aluno e com os critérios de cada curso. Na pós-graduação stricto sensu, o aluno escolhe o assunto em que deseja se aprofundar de acordo com a linha de pesquisa e o direciona na sua dissertação e tese. O processo de seleção no mestrado também envolve prova escrita, entrevista e análise de currículo. No caso do doutorado, entra na análise do currículo do aluno a publicação de artigos em revistas científicas. Mie Francine Chiba Reportagem Local





Folha de Londrina, 25/02/2011 - Londrina PR

Reconhecimento dos cursos

Antes de escolher o curso de pós-graduação, é importante lembrar que os cursos lato sensu podem ser oferecidos apenas por instituições de ensino superior credenciadas pelo MEC (Ministério da Educação), enquanto os stricto sensu (programas de mestrado e doutorado) devem ser autorizados, reconhecidos e renovados pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Na categoria lato sensu, as instituições credenciadas devem oferecer cursos apenas nas áreas em que possuem competência e serem diretamente responsáveis pelos cursos. Diferente dos programas de mestrado e doutorado, não dependem de autorização ou reconhecimento. Os interessados podem consultar as instituições credenciadas no site emec.mec.gov.br.
Já as instituições que oferecem cursos stricto sensu precisam submeter seus programas de mestrado e doutorado a avaliação da Capes para poderem expedir diplomas com validade nacional reconhecidos pelo MEC. Os programas que integram o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) são acompanhados anualmente e avaliados trienalmente por comissões de consultores vinculados a instituições de várias regiões do País. A eles, são atribuídas notas de 1 a 7, sendo que os cursos que obtiveram nota igual ou superior a 3 são recomendados e, posteriormente, reconhecidos pela entidade.

Já as propostas de cursos novos de pós-graduação devem ser avaliados pela Capes para integrarem o SNPG. Neste caso, a Capes analisa a qualidade das propostas e se elas atendem ao padrão exigido. Para consultar a lista de cursos de pós-graduação stricto sensu, o interessado deve acessar o site da Capes (www.capes.gov.br). O Paraná possui 23 instituições de ensino superior com 320 programas de mestrado e doutorado reconhecidos pela Capes. Destes, 202 são programas de mestrado, 99 de doutorado, e 19 de mestrado profissional.(Reportagem Local)





Folha de Londrina, 25/02/2011 - Londrina PR

Master in Business Administration: o que é?

Depois de entender que existem dois tipos de pós-graduação - a stricto e a lato sensu - para muitos ainda deve ter ficado uma dúvida: e o tal MBA, o que é? O termo, muito difundido no meio acadêmico, vem do inglês Master in Business Administration, e como o próprio nome diz, é voltado à área de negócios, gestão e administração. O MBA é considerado pelo Ministério da Educação (MEC) como uma categoria de especialização lato sensu. O curso vai desenvolver no aluno capacidades que vão lhe ajudar em tarefas relacionadas a cargos de liderança, como direção e alta gerência. Um consenso relacionado à opção é que ela leva mais em conta a visão prática do

aprendizado que o teórico, sempre com o acompanhamento de estudos de caso. ‘‘No curso de economia, por exemplo, o aluno aprende a teoria básica e depois parte para estudos de caso, de situações econômicas de países, situações financeiro-econômicas de empresas’’, exemplifica José Carlos Abreu, professor e coordenador acadêmico de cursos de MBA do ISAE/FGV (Instituto Superior de Administração e Economia/ Fundação Getúlio Vargas).

No Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) Londrina, os MBAs também são uma opção. Os cinco cursos nas áreas industrial, de construção civil, de projetos e de meio ambiente, os gestores são levados a dominar ferramentas de gestão com foco na prática. ‘‘O MBA vai colocar o aluno a par do que há de mais moderno na atuação naquela ferramente de administração do dia a dia e, a partir daí, melhorar sua performance’’, afirma o coordenador executivo de MBA e Pós-Graduação do Senai Londrina, José Luis Dalto. Como qualquer outro curso lato sensu, a carga horário mínima exigida é de 360 horas. Mas uma diferença fundamental é que profissionais de qualquer área podem fazer o MBA, diferente das outras pós-graduações. Mie Francine Chiba Reportagem Local.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Origem das sete notas musicais

Jornal do Commercio - Dicas de Português - Dad Squarisi - B14 As sete notas da acentuação gráfica
 
São sete as notas musicais. Nós as conhecemos de cor e salteado -- dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. O nome delas tem origem pra lá de curiosa. Até o ano 1000, a transmissão das músicas se fazia oralmente. O monge beneditino Guido Arezzo não se conformava com a restrição. Queria porque queria que as composições fossem guardadas e reproduzidas. Como? Precisavam ser escritas. Para dar nome às notas, tomou a primeira sílaba de cada verso de um hino de louvor a São João Batista. Do primeiro ao último verso, a 1ª sílaba subia de dó a si. Eis a forma latina:
 
Ut queant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve polluti
Labii reatum
Sancte Iohannes
 
Tradução: Para que teus servos/ Possam, das entranhas/ Flautas ressoar/ Teus feitos admiráveis / Absolve o pecado / Desses lábios impuros/ Ó São João.
 
No século 17, houve a troca de ut por dó, mais fácil de cantar. O si nasceu da abreviação de sancte Iohannes (em português, São João).

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Oferta pública alternativa - APO

Valor Econômico - EU & Investimentos - 16.02.2011 - D1

Oferta na casca
Bancos oferecem operação alternativa para pequenas e médias abrirem capital nas bolsas dos EUA.
Por Ana Paula Ragazzi, São Paulo

As pequenas e médias empresas brasileiras, esquecidas na retomada recente de ofertas de ações no mercado doméstico, começaram a receber uma oferta tentadora: abrir o capital nos Estados Unidos.

Butiques e bancos de investimento internacionais, com ajuda de bancos médios no Brasil, estão vendendo o APO (oferta pública alternativa, na sigla em inglês) no lugar do IPO, jargão do mercado financeiro para oferta pública inicial.

Nos últimos três anos, essa operação tem sido muito comum entre companhias de pequeno porte da China e da Índia, que passaram a negociar ações nas bolsas americanas.

O primeiro passo é fundir a empresa de capital fechado com uma companhia de capital aberto dos Estados Unidos, geralmente não operacional, em sua maioria de capital de risco.

Essas "empresas-cascas" existem em grande quantidade no mercado americano, registradas em segmentos diferenciados, como o de pequenas e médias da bolsa eletrônica Nasdaq ou da American Stock Exchange (Amex), ou no chamado mercado de balcão.

Na operação, a companhia americana passa a ser a dona da brasileira, mas o acionista da empresa do Brasil fica sendo o dono da companhia americana.

Um aumento de capital com integralização de ações é realizado e, como exemplo, os brasileiros ficam com 95% da companhia, enquanto os acionistas iniciais detêm 5% - futuramente, eles podem vender a fatia e sair do negócio.

A partir de então, os bancos que estão fazendo a operação passam a trabalhar para promover uma oferta privada de ações da companhia. O próximo passo são as reuniões com investidores, nas quais será acertada a capitalização. Nesse momento, o controle permanece em mãos do acionista brasileiro, mas sua fatia é diluída, para um percentual perto de 75%, por exemplo.

Estão olhando para o Brasil o banco de investimento Rodman & Renshaw e a Halter Financial Group que já tem quatro executivos trabalhando em São Paulo.

Além deles, o banco BVA já apresenta a opção para as mais de 400 companhias de sua carteira de clientes.

Podem ser candidatas à operação empresas com faturamento anual entre R$ 100 milhões e R$ 500 milhões. É imprescindível que tenham balanços auditados e revistos, por um período de três anos, por uma empresa internacional. A captação, via oferta privada, varia de US$ 20 milhões a US$ 30 milhões, em média

Depois de feita a colocação, os agentes cuidam da vida inicial da companhia como empresa aberta. Fazem relatórios de cobertura, assessoram no relacionamento com investidores e aprimoram aspectos de governança, nos moldes dos trabalhos feitos pela bolsa brasileira no Bovespa Mais, mercado de acesso para pequenas e médias.

Nos últimos três anos, mais de 300 empresas indianas e chinesas lançaram mão dessa alternativa para serem negociadas nas bolsas americanas.

Artigo veiculado em janeiro na revista "The New Yorker" descreve a operação como um toque de mágica. "[As empresas chinesas] unem-se a cascas, mudam o nome, e 'presto' (como diria Merlin), estão listadas na Nasdaq ou na Amex ", diz o texto.

O ponto de crítica, reforçado pelo fato de algumas companhias não terem apresentados bons resultados após abrir o capital, é o fato de essas empresas terem vindo ao mercado sem passar por nenhum tipo de crivo dos investidores, como acontece na tradicional oferta pública inicial de ações.

Ruy Ramos de Toledo Piza, chefe da área internacional do BVA, reforça que as brasileiras serão avaliadas por uma auditoria internacional e terão de apresentar seus balanços conforme as regras contábeis americanas.

As que mais se encaixam à operação são aquelas cujos negócios têm conseguido absorver o forte crescimento da classe C no país, mas, por seu tamanho, só tem acesso a financiamento por meio de crédito bancário.

Segundo ele, na carteira de relacionamento do BVA, há companhias que têm crescido 20% ao ano e já tem um histórico para mostrar. Elas têm ainda controle familiar e governança em estágio inicial.

Uma das vantagens apontadas por essa operação é o fato de a empresa conseguir uma avaliação de preço maior do que se se associasse a um fundo de investimentos em participações. Os "private equities" costumam colocar descontos para entrar nas companhias, entre outras razões, porque não sabem quando haverá uma "janela de liquidez" para poder se desfazer com lucro de sua participação.

Na oferta alternativa, a empresa fica com cotação na bolsa, e terá um preço de mercado e liquidez praticamente imediata.

Marat Rosenberg, sócio Halter Financial Group, diz que a oferta alternativa possibilita à empresa conseguir condições melhores do que o crédito privado que hoje tem acesso no Brasil. Além disso, cria valor para o acionista.

"Essas operações irão impulsionar o crescimento das companhias locais", diz. Rosenberg afirma que a decisão de iniciar negócios no Brasil foi influenciada por solicitações de seus investidores, que têm interesse em colocar dinheiro no país - a Halter é líder nessas operações na China.

"A percepção é que os fatores econômicos do Brasil são os que puxam os investimentos em todas as empresas emergentes", diz. A Halter prepara, segundo ele, "algumas operações de companhias brasileiras".

Piza, do BVA, lembra ainda que, uma vez listada na bolsa americana, a empresa pode seguir vários caminhos. Pode ser alvo de aquisições ou fazer uma oferta de ações subsequente e, nesse caso, já terá uma história de empresa aberta para mostrar ao mercado o que pode levar a uma melhor avaliação.

Uma outra possibilidade, aponta, é optar pela dupla listagem. "Depois de ter acesso ao financiamento e encorpar seu negócio, a companhia pode fazer uma oferta pública no Brasil."

O BVA já prepara uma operação e tem outras 15 empresas já identificadas como candidatas.

Com relação aos custos, do ponto de vista das companhias, a operação, assessorada pelos bancos, sai por cerca de US$ 750 mil - esse valor inclui arquivamento de documentos na SEC, a CVM americana, advogados, auditores e assessoria para relacionamento com investidores. Além da assessoria legal e fiscal para o empresário brasileiro, que passa a ser dono de uma estrangeira.

Piza explica ainda que nesses níveis intermediários, os custos de registros na SEC são menores do que para uma empresa listada na Nyse. Segundo ele, o a quantidade de exigências da Sarbanes-Oxley são menores.

Para manter-se aberta na bolsa americana, nas contas do executivo do executivo do BVA, o gasto anual é próximo a US$ 250 mil.

O BVA, afirma Piza, mantém conversas com bancos e butiques de investimento americanas. De acordo com o executivo, eles percebem que um parceiro doméstico, que consiga identificar as empresas candidatas no Brasil a concretizar essa operação, faz diferença para fazer o negócio decolar. O BVA avalia a possibilidade de associar-se a um parceiro internacional para atuar nesse segmento.

"Estamos analisando qual será o melhor caminho", diz.

Entre as vantagens ainda está o fato de a operação ser concluída entre seis e oito meses, se a companhia já tiver balanço auditado. Numa oferta inicial tradicional, esse prazo pode superar um ano.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Banco de microcrédito de Bangladesh inicia atividades no Brasil

Valor Econômico - Finanças. - 15.02.2011 - C8
Gramen, o banco dos pobres, iniciará operações no Brasil

Depois de dois anos de olho no Brasil, o Grameen Bank anuncia hoje o início de seu processo de implantação no país. Fundado há 35 anos em Bangladesh pelo professor de economia Muhammad Yunus, o banco estabeleceu um programa de microcrédito para aquele país que foi replicado pelo mundo. Com o trabalho realizado no Grameen Bank, Yunus, já mundialmente conhecido como o banqueiro dos pobres, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2006.
O modelo do Grameen é emprestar quantias pequenas para pessoas que vivem na pobreza e estimulá-las a criar uma espécie de autoemprego. Em Bangladesh, um dos países mais pobres do mundo, as atividades relacionadas ao campo predominam.

"Não fazemos caridade. A pessoa pega o empréstimo e tem que pagar por ele, com juros, inclusive", afirma H. I. Latifee, diretor-gerente do Grameen Trust, empresa-irmã do Grameen Bank. Ele está no Brasil, com Tamim Islam, diretor de desenvolvimento. Vieram assinar um empréstimo de US$ 6 milhões contraído de um banco doméstico, cujo nome e condições devem ser conhecidos hoje. A partir daí iniciam-se os trabalhos para estabelecer o Grameen no Brasil.


Os empréstimos concedidos pelo Grameen Bank deverão ser, em média, de US$ 200, seguindo modelo já adotado em outros países da América do Sul. Os juros cobrados ao ano vão variar de 20% a 25%. A cada semana, quem tomou os empréstimo deve prestar contas de suas atividades, pagar juros e direcionar um outro pedaço para a poupança.

Latifee está ao lado de Yunus desde o começo do negócio. A filosofia do banco de Bangladesh é "disciplina, união, coragem e trabalho duro", o que faz com que população do país consiga melhorar seu padrão de vida. "Acreditamos no potencial das pessoas. Em nossa visão, se dermos as condições, elas vão ter iniciativas e ideias para melhorar suas vidas", diz. "Se os mais pobres conseguirem o acesso ao capital, irão fazer o seu melhor. Mas precisam de alguém que confie neles e lhes dê a oportunidade para mostrar que podem e manter a esperança no futuro."

O Grameen, portanto, foca os menos favorecidos, mas, como qualquer outro banco, foi criado para dar lucro - que é reinvestido no próprio negócio para alimentar a concessão de empréstimos. "O nosso verdadeiro lucro é o impacto social que causamos. É melhorar a vida das pessoas."

O Grameen vai chegar ao Brasil, inicialmente, controlando uma sociedade de crédito ao microempreendedor (SCM), que precisará de autorização do Banco Central e um decreto presidencial para começar a funcionar, o que pode levar até seis meses. O mesmo modelo de sucesso em Bangladesh será replicado por aqui. O Brasil um dos poucos países da América do Sul em que o banco ainda não iniciou as operações. Latifee diz que não sabe dizer exatamente por quê. "Temos uma imagem do Brasil como um país rico, que está crescendo muito. Mas sabemos dos problemas de distribuição de renda", conta.

Ele reconhece que um fator decisivo para a vinda do banco ao país foi o envolvimento da advogada Marina Procknor, 33, sócia do escritório Mattos Filho, com 15 anos de experiência com o mercado financeiro. Em outubro do ano passado, Marina passou três semanas em Bangladesh estagiando no Grameen. E de lá acertou que o Mattos Filho seria o escritório do banco no Brasil. A associação foi estabelecida dentro do programa de "pro bono" (sem remuneração) do escritório brasileiro. "Marina mostrou ser uma pessoa muito comprometida a nos ajudar a auxiliar os mais pobres", diz Latifee.

Agora, os executivos d e Bangladesh vão estudar com dedicação o Brasil para definir os critérios do banco por aqui, mas eles deverão seguir os moldes de programas já implementados na Colômbia, México ou Argentina, daí a estimativa de que os empréstimos por aqui serão da ordem de US$ 200. "A lógica é que a pessoa passe a ter noção de seu fluxo de caixa e aprenda a lidar com as finanças", diz Marina. Ela explica que o Grameen quer chegar às pessoas que hoje não são atendidas pelos bancos no país. Elas podem começar com alguma atividade simples, por exemplo uma mulher que inicie uma produção caseira de doces.

"À medida que for aprendendo a lidar com o dinheiro, pode contrair empréstimos maiores, até conseguir montar seu próprio negócio", diz a advogada.

Quando já tiverem melhorado o padrão de vida, a ideia é que saiam da carteira do Grameen e passem a ser atendidos pelos bancos de varejo tradicionais.

Um executivo virá de Bangladesh para a gestão das operações por aqui. Também haverá treinamento para os agentes de campo, que entrarão em contato com os clientes e serão brasileiros. Um conselho de administração será formado. Latifee não faz previsões para o início das operações. "Começarão assim que for possível." Ele diz que está entusiasmado com o Brasil, assim como com outros lugares do mundo - ele divide suas viagens internacionais entre os 40 países onde o Grameen já está e aqueles em que pode ingressar. "Nós podemos ter sucesso em qualquer lugar em que exista a pobreza", conta.

Provavelmente, as atividades no país se iniciarão no Sudeste. Depois de viabilizar a ideia, a intenção é espalhá-la pelo país, até que a operação ganhe volume e o Grameen funcione aqui também como um banco.

A maior parte dos clientes do bancos pelo mundo é formada por mulheres, 97%. Segundo Latifee, a experiência mostra que, nas camadas mais pobres, as mulheres têm menos acesso a financiamentos do que os homens. "Quando elas conseguem esse empréstimo, se dedicam muito para aproveitar a oportunidade e manter essa linha aberta e contínua", diz, acrescentando que a mulher tende a ser mais preocupada com o futuro, especialmente o dos filhos.

Operaçao do BNDES com debêntures sob investigação

O procurador da República do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Natal, confirmou ontem que abriu um inquérito civil público para apurar possíveis irregularidades na operação de aquisição de títulos no valor de R$ 3,4 bilhões do frigorífico JBS pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele esclareceu que ainda está aguardando informações do banco.

O comunicado foi publicado no Diário Oficial da União de sexta-feira e noticiado pela revista "Veja" no fim de semana. O procedimento administrativo para apurar denúncias relativas a essa negociação foi convertido em inquérito civil público em 4 de fevereiro e está desde o dia 9 aguardando resposta de ofício.

O BNDES, segundo informou sua assessoria, não recebeu nenhuma notificação sobre a abertura, pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, de inquérito civil público relativo à aquisição de títulos do grupo JBS. O banco ratificou, contudo, seu compromisso com a transparência de suas operações e reforçou que está à disposição do MPFRJ e de qualquer órgão oficial fiscalizador para prestar todos e quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários. Também procurado pelo Valor, o JBS foi na mesma direção: "Todas as operações da companhia são transparentes, públicas e realizadas de acordo com as regras do mercado de capitais e com as respectivas leis", afirmou a empresa por meio de sua assessoria.

Valor Econômico - EU & S.A. - 15.02.2011 - D11
Procurador investiga BNDES e JBS

O BNDES é sócio do frigorífico JBS desde 2007, quando realizou um aporte de capital em ações na companhia de R$ 1,13 bilhão, equivalente à aquisição de 139 milhões em ações, para o frigorífico aprofundar sua internacionalização por meio da compra da Swift nos EUA. Outro aporte no JBS foi feito pelo banco em 2008, no valor de R$ 1,6 bilhão e equivalente à aquisição de 230 milhões de ações do frigorífico. Esse segundo aporte foi feito para capitalizar a empresa para a aquisição de uma outra companhia nos EUA. Esses dois aportes de capital garantiram ao BNDES uma participação de 20,6% no capital do frigorífico.

No fim de 2009, quando o JBS partiu para a incorporação do grupo Bertin e para outra aquisição nos EUA, fez uma oferta de debêntures de R$ 3,4 bilhões compradas pelo BNDES com cláusula em contrato que permite ao banco converter esses títulos em ações até o fim de 2011. É essa operação que o procurador Carlos Alberto Natal está investigando. Depois dela, porém, houve novidades. Em dezembro, o JBS anunciou que negocia com o BNDES uma operação de recompra dessas debêntures no valor de R$ 3,4 bilhões permutáveis em ações e a emissão de R$ 4 bilhões de debêntures conversíveis em ações. Na prática, essa nova emissão, quando concretizada, substituirá a primeira. (Colaborou Fernando Lopes, de São Paulo)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Itamar Franco defende candidatura avulsa para o executivo

Valor Econômico - Política - 11.02.2011 - A11
Itamar proporá fim da reeleição e condidatura avulsa

Integrante da comissão de senadores criada ontem pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para apresentar proposta de reforma política em 45 dias, o ex-presidente Itamar Franco (PPS-MG) vai propor o fim da reeleição para chefes do Poder Executivo e a adoção no país da candidatura avulsa, pela qual o político pode disputar uma eleição sem vínculo partidário.

A tese do fim da reeleição tem a simpatia de Sarney, que diz preferir um mandato maior para o governante, de cinco ou seis anos, em vez da possibilidade de recondução. Uma eventual extinção do princípio da reeleição não atingiria os atuais chefes de Executivos, eleitos sob a regra atual.

A proposta de candidatura avulsa - defendida pela ex-senadora Marina Silva (PV-AC) em seu discurso de despedida do Senado - é vista por Itamar como uma saída para o "domínio das cúpulas partidárias", que decidem quem pode disputar eleição no país. Para ele, a tese da lista fechada de candidatos, que tem defensores no Congresso, dificultaria ainda mais a participação de políticos novos.

A ideia de permitir candidatos avulsos também não é descartada pelo presidente do Senado, que vê nela a possibilidade de se "evitar as ditaduras partidárias". Para Sarney, a principal alteração necessária no sistema eleitoral do país é o fim do voto proporcional, adotado na eleição de deputados estaduais, federais e vereadores. Por esse sistema, o candidato pode não ser eleito, mesmo obtendo boa votação, porque ele depende das vagas conquistadas pelo partido ou coligação - o que segue um cálculo matemático, que leva em conta número de votos e vagas disputadas.

A constituição de uma comissão para elaborar uma proposta de reforma política é vista com ceticismo na Casa. O tema é um dos mais constantes dos discursos parlamentares, mas as propostas nunca saem do papel por causa das divergências entre os partidos.

O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) vai presidir o grupo, que será integrado pelos ex-presidentes Itamar Franco e Fernando Collor (PTB-AL), pelos ex-governadores Aécio Neves (PSDB-MG), Roberto Requião (PMDB-PR), Luiz Henrique (PMDB-SC), Wellington Dias (PT-PI), Jorge Viana (PT-AC) e Eduardo Braga (PMDB-AM), além de Pedro Taques (PDT-MT), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e Demóstenes Torres (DEM-GO) - este último presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no último biênio.

Outros seis foram indicados suplentes: Humberto Costa (PT-PE), Vital Filho (PMDB-PB), Waldemir Moka (PMDB-MS), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Vicentinho Alves (PR-TO)

A tarefa da comissão é analisar os projetos sobre o assunto que estão tramitando na Casa, realizar audiências públicas com especialistas e elaborar uma proposta para ser submetida à votação.

Desanima alguns integrantes da comissão o fato de que, mesmo que consigam consenso em torno de um texto, ele terá de ser submetido à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ao plenário e, depois, à Câmara dos Deputados - Casa que, por sua vez, deverá constituir sua própria comissão, segundo o presidente, Marco Maia (PT-RS).

Sobre reforma política, as divergências existem até internamente, num mesmo partido. Aécio Neves afirmou, em discurso, que a proposta de reforma política deve conter pelo menos três pontos: voto distrital misto, financiamento público de campanha e uma cláusula de barreira para os partidos que não conseguem representação mínima no Congresso.

O ex-governador paulista José Serra (PSDB), em reunião com deputados do seu partido, defendeu o voto distrital, mas considerou o financiamento público "uma tragédia".

O petista Wellington Dias, ex-governador do Piauí e também integrante da comissão especial criada por Sarney, cita o financiamento público como um dos pontos da reforma política, assim como melhoria das regras de fidelidade partidária, com o fim das coligações nas eleições proporcionais e a unificação das eleições, para que elas não ocorram de dois em dois anos.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

10 passos para as crianças amarem os livros

Blog da Dad (Dad Squarisi)
Correio Braziliense
Terça-feira, 24 de agosto de 2010 06:00 http://www.dzai.com.br/blogdadad/blog/blogdaddad?tv_pos_id=65841

Os 10 passos para amar livros


O louco por livros não nasce por geração espontânea. Cultiva-se. Pais, avós, tios, amigos, professores contribuem para a formação e desenvolvimento da habilidade de ler. Como? O Instituto EcoFuturo dá 10 dicas. Ei-las:

1 – Leia em voz alta com as crianças. Explore com elas os livros e outros materiais de leitura – revistas, jornais, folhetos, almanaques, manuais de instruções, cartazes, placas… Todo material impresso pode ocasionar momento de troca centrado na leitura.

2 – Ofereça a elas ambiente rico em termos de letramento: faça atividades com leitura, mesmo com bebês e crianças bem pequenas. Continue fazendo com as crianças e jovens que estão na escola.

3 – Converse com elas e escute-as quando falam. O diálogo ajuda muito no desenvolvimento da linguagem oral.

4 – Peça-lhes que recontem histórias ou informações que você leu em voz alta. Cuidado para que a atividade não acabe virando aula. Não é esse o espírito da proposta. O encontro precisa ser agradável e descontraído.

5 – Incentive-as a desenhar e fazer de conta que escrevem histórias que ouviram. Peça, depois, que "leiam" em voz alta. Parece absurdo? Pois não é. Afinal, elas passam o tempo fazendo de conta que cozinham, que dirigem carros, que lutam com inimigos perigosos, que são médicos e professores. Não se esqueça: a ideia é brincar de ler.

6 – Dê o exemplo: faça que elas vejam você lendo e escrevendo. E, por favor, não faça a bobagem de dizer que elas devem aprender a ser diferentes de você, que não gosta de ler. O que conta não é o que você discursa sobre leitura, escrita, estudo. É o que você oferece como exemplo.

7 – Vá à biblioteca regularmente com as crianças. Se for uma biblioteca de empréstimo, é bom cada uma ter a própria ficha de inscrição.

8 – Crie uma biblioteca em casa e uma biblioteca pessoal para a criança, onde ela se acostume a guardar os livros e a buscá-los. Na hora de comprar presentes para seu filho, lembre-se dos livros. De quebra, ele ganha competência para lidar com o mundo e abertura da imaginação.

9 – Faça mistério para aguçar a curiosidade. Por exemplo: você tem três livros na mão e diz à criança que ela pode escolher entre dois. Ela certamente vai dizer que são três, não dois. Você faz de conta que se enganou e põe um deles de lado. Adivinha qual deles ela vai querer… Use a imaginação. É jogo. O resultado é que a criança ganha sempre – e para toda a vida.

10 – Leve as crianças sempre que houver hora do conto, teatro infantil e atividades similares na comunidade.

Entrevista do prof. Vicente Willians sobre a utilização da internet na educação

Acesse o link: http://conexaozuggi.com.br/?p=438 para ver a entrevista que o prof. Vicente Willians, do Colégio Cruzeiro, deu para o site Conexão Zugi sobre o uso da Internet na educação.

site do professor Vicente Willians: http://sites.google.com/site/vicentewilliansnunes

blog educacional: http://vwnunes.blog.uol.com.br/

Advogado: doutor por excelência

Recebi o texto abaixo do meu amigo e advogado Marcelo Roque Ávila.
Vale a pena uma leitura esclarecedora do tratamento do doutor dirigido aos advogados.

ADVOGADO: DOUTOR POR EXCELÊNCIA

O título de doutor foi concedido aos advogados por Dom Pedro I, em 1827. Título este que não se confunde com o estabelecido pela Lei nº 9.394/96 (Diretrizes e Bases da Educação), aferido e concedido pelas Universidades aos acadêmicos em geral.

A Lei de diretrizes e bases da educação traça as normas que regem a avaliação de teses acadêmicas. Tese, proposições de idéias, que se expõe, que se sustenta oralmente, e ainda inédita, pessoal e intransferível.

Assim, para uma pessoa com nível universitário ser considerada doutora, deverá elaborar e defender, dentro das regras acadêmicas e monográficas, no mínimo uma tese, inédita. Provar, expondo, o que pensa.

A Lei do Império de 11 de agosto de 1827: “ cria dois cursos de Ciências Jurídicas e Sociais; introduz regulamento, estatuto para o curso jurídico; dispõe sobre o título (grau) de doutor para o advogado”. A referida Lei possui origem legislativa no Alvará Régio editado por D. Maria I, a Pia (A Louca), de Portugal, que outorgou o tratamento de doutor aos bacharéis em direito e exercício regular da profissão, e nos Decreto Imperial (DIM), de 1º de agosto de 1825, pelo Chefe de Governo Dom Pedro Primeiro, e o Decreto 17874 A de 09 de agosto de 1827 que: “Declara feriado o dia 11 de agosto de 1827”. Data em que se comemora o centenário da criação dos cursos jurídicos no Brasil. Os referidos documentos encontram-se microfilmados e disponíveis para pesquisa na encantadora Biblioteca Nacional, localizada na Cinelândia (Av. Rio Branco) – Rio de Janeiro/RJ.

A Lei 8.906 de 04 de julho de 1994, no seu artigo 87 (EOAB – Estatuto da OAB), ao revogar as disposições em contrário, não dispôs expressamente sobre a referida legislação. Revoga-la tacitamente também não o fez, uma vez que a legislação Imperial constitui pedra fundamental que criou os cursos jurídicos no país. Ademais, a referida legislação Imperial estabelece que o título de Doutor é destinado aos bacharéis em direito devidamente habilitados nos estatutos futuros. Sendo assim, basta tecnicamente para

ostentar o título de Doutor, possuir o título de bacharel em direito e portar a carteira da OAB, nos termos do regulamento em vigor.

O título de doutor foi outorgado pela primeira vez no século XII aos filósofos – DOUTORES SAPIENTIAE, como por exemplo, Santo Tomás de Aquino, e aos que promoviam conferências públicas, advogados e juristas, estes últimos como JUS RESPONDENDI. Na Itália o advogado recebeu pela primeira vez título como DOCTOR LEGUM, DOCTORES ÉS LOIX. Na França os advogados eram chamados de DOCTORES CANONUM ET DECRETALIUM, mais tarde DOCTORES UTRUISQUE JURIS, e assim por diante em inúmeros outros países. Pesquisa histórica creditada ao digníssimo Doutor Júlio Cardella (Tribuna do Advogado, 1986, pág.05), que considera ainda que o advogado ostenta legitimamente o título antes mesmo que o médico, uma vez que este, ressalvado o seu imenso valor, somente recebeu o título por popularidade. E mais além, para àqueles que a Bíblia detém alguma relevância histórica, são os juristas, àqueles que interpretavam a Lei de Móises, no Livro da Sabedoria, considerados doutores da lei.

Não obstante, o referido título não se reveste de mera benesse monárquica. O exercício da advocacia consubstancia-se essencialmente na formação de teses, na articulação de argumentos possíveis juridicamente, em concatenar idéias na defesa de interesses legítimos que sejam compatíveis com o ordenamento jurídico pátrio. Não basta, portanto, possuir formação intelectual e elaborar apenas uma tese. “Cada caso é um caso”. As teses dos advogados são levadas à público, aos tribunais, contestadas nos limites de seus

fundamentos, argumentos, convencimento, e por fim julgadas à exaustão. Se confirmadas pela justiça, passam do mundo das idéias, para o mundo real, por força judicial. Não resta dúvida que a advocacia possui o teor da excelência intelectual, e por lei, os profissionais que a exercem devem ostentar a condição de doutores. É o advogado, que enquanto profissional do direito, que deve a si mesmo o questionamento interior de estar à altura de tão elevada honraria, por mérito, por capacidade e competência, se distinto e justo na condução dos interesses por Ele defendido. Posto que apreendemos no curso de direito que uma mentira muitas vezes dita aparenta verdade. Mas na sua essência será

sempre mentira.

Não é difícil encontrar quem menospreze a classe dos advogados, expurgando dos seus membros o título legítimo de Doutor. Mas é inerente a capacidade intelectual compreender que o ignorante fala, e só, nos domínios dos conhecimentos seus, e, portanto, não detém nenhum domínio.

Apenas energia desperdiçada inutilmente! A jóia encravada no seu crânio é estéril.

As razões de direito e argumentos jurídicos aduzidos, fincam convicção de que ostentar o título de doutor, para o advogado é um direito, e não uma mera benevolência. Tal raciocínio nos conduz a conclusão de que o título acadêmico e o título dado à classe advocatícia não se confundem, possuem natureza diversa. E sustentar qualquer um dos dois é sem dúvida um ato de imensa coragem e determinação. Exige do ser humano o mínimo de capacidade intelectual em concatenar idéias, assimilar conhecimentos, fatos e

atos, correlacionar, verbalizar, o todo, a parte... etc. Melhor ir além...e no caso do advogado, sem dúvida, exige mais... independência de caráter, isenção, continuidade, credibilidade, responsabilidade. Aos doutores advogados por tanto e tanto, deve-se, seguramente, elevada estima e grande consideração, por entregarem suas vidas profissionais à resolução de conflitos de interesses, dando muitas vezes a casos insolúveis, admirável solução.

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Marcelo Maciel Avila
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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Decreto 7381/2010 que regulamenta a Lei de Política Nacional de Turismo

DECRETO Nº 7.381, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2010.

Regulamenta a Lei no 11.771, de 17 de setembro de 2008, que dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico, e dá outras providências.

Desemprego mundial entre os jovens

Exptessões como "hittistes", ns Tunísia, ,"shahab atilen", "neets" no Reino Unido, "freeters" no Japão, "milleuristas", na Espanha, "boomerangs" nos EUA (porque voltam para a casa dos pais após a universidade) são expressões designam jovens sem emprego no mundo. Veja a matéria completa, publicada no Valor

Valor Econômico - Especial - 09.02.2011 - A-12

Na Tunísia, os jovens que ajudaram a derrubar um ditador são chamados de "hittistes" - gíria franco-árabe para "aqueles que ficam encostados no muro". Seus colegas do Egito, que em 1º de fevereiro forçaram o presidente Hosni Mubarak a dizer que não vai tentar a reeleição, são os "shahab atileen", os jovens desempregados. Os hittistes e os shahab possuem irmãos e irmãs em todas as partes do mundo. No Reino Unido, eles são os NEETs - "sem escola, emprego ou treinamento". No Japão eles são os "freeters": uma mistura da palavra inglesa "freelance" com a palavra alemã "arbeiter", ou trabalhador. Os espanhóis os chamam de "mileuristas", o que quer dizer que eles não ganham mais que € 1 mil por mês. Nos EUA, eles são os "boomerangs", que voltam para a casa dos pais depois da faculdade porque não conseguem encontrar trabalho. Até mesmo a China, que vem crescendo em ritmo acelerado e onde a falta de mão de obra é mais comum que o excesso, tem a sua "ant tribe" (literalmente, tribo de formigas) - jovens recém-formados nas faculdades que se amontoam em flats baratos na periferia das grandes cidades, porque não conseguem encontrar empregos bem remunerados.
Em todos esses países, a economia que não consegue gerar empregos suficientes para absorver a mão de obra jovem. E isso criou uma geração perdida de ressentidos, desempregados ou subempregados. No ano passado, estudantes britânicos ultrajados com uma proposta de aumento das mensalidades escolares atacaram a sede do Partido Conservador em Londres. Enfrentamentos com a polícia vêm ocorrendo repetidamente em manifestações de estudantes pela Europa. E, na Califórnia, estudantes que protestavam contra o aumento das mensalidades escolares fecharam uma rodovia importante.

Mas o mais comum é o desespero silencioso de uma geração na chamada "waithood" (que pode ser definido como adolescência prolongada ou o período de estagnação na vida de jovens recém-formados que não conseguem emprego). Aos 26 anos, Sandy Brown do Brooklin, Nova York, possui diploma superior, é mãe de dois filhos e não trabalha há sete meses. "Procurei trabalho em todos os lugares e não consegui nada", diz ela. "É como se eu tivesse tirado meu diploma para nada."

Os detalhes diferem de um país para outro, mas o elemento comum é o fracasso - não só dos jovens de conseguir um lugar na sociedade, como também da própria sociedade em aproveitar a energia, inteligência e entusiasmo da próxima geração. Eis aqui o que torna tudo isso muito mais preocupante: o mundo está envelhecendo. Em muitos países, os jovens estão sendo esmagados por uma gerontocracia de trabalhadores mais velhos que parecem determinados a ficar com os melhores empregos, enquanto isso for possível, e depois, quando se aposentarem, exigir pensões públicas e privadas insuportavelmente ricas, que a geração mais nova terá que bancar.

Em resumo, a distância entre os jovens e os velhos está aumentando. Jeffrey A. Joerres, executivo-chefe da Manpower, uma firma de serviços temporários com escritórios em 82 países, acrescenta: "O desemprego entre jovens será a epidemia da próxima década, a menos que o enfrentemos já".

As taxas mais altas de desemprego entre os jovens são encontradas no Oriente Médio e norte da África, cerca de 24% em cada região, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Na maior parte do resto do mundo, o desemprego está na ponta mais alta de uma dezena - exceto no sul e no leste da Ásia, as únicas regiões em que o desemprego entre os jovens está na casa de um dígito.

No ano passado, a OIT vislumbrou um sinal de esperança. Ao analisar dados de 56 países, pesquisadores estimaram que o número de desempregados com 15 a 24 anos nesses países caiu em cerca de 2 milhões em 2010, para pouco menos de 78 milhões. "De início, achamos que isso era uma coisa boa", diz Steven Kapsos, economista da OIT. "Parecia que os jovens estavam se saindo melhor. Mas, então, começamos a perceber que as taxas de participação na força de trabalho estavam caindo. Os jovens estavam só desistindo."

Mas a incapacidade dos jovens de alçar voo próprio tem graves consequências para a sociedade - conforme descobriram Mubarak do Egito e o presidente destituído da Tunísia, Zine AL-Abidine Ben Ali. A mesma coisa fez o presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad, que em 2009 despachou policiais munidos de bastões contra jovens que protestavam contra sua polêmica reeleição. "A juventude instruída está na vanguarda das rebeliões contra as autoridades certamente desde a Revolução Francesa", diz Jack Goldstone, sociólogo da Universidade George Mason.

Um bolsão demográfico está contribuindo para as tensões no norte da África e no Oriente Médio, onde os jovens de 15 a 29 anos são a maior parte da população. A pirâmide egípcia que importa agora é a que representa a estrutura etária da população - larga na ponta mais baixa jovem e estreita no topo velho. Os jovens de 15 a 29 anos são 34% da população do Irã, 30% da Jordânia e 29% de Egito e Marrocos. Nos EUA, são 21%.

Em muitos países, os jovens estão sendo esmagados por uma gerontocracia de trabalhadores mais velhos

Num país com a economia saudável, uma explosão de novos talentos estimula o crescimento. Mas os Estados esclerosados e autocráticos do Oriente Médio estão mal equipados para tirar vantagem desse dividendo demográfico.

Para os jovens desempregados, o tempo livre forçado pode ser uma agonia. Em Belfast, Irlanda do Norte, Declan Maguire, 19, diz que se candidatou a 15 empregos nas últimas três semanas e até agora não teve nenhuma resposta. "Estou pensando em emigrar, mas também não tenho dinheiro para isso. É muito humilhante."

Durante décadas Mubarak enfrentou o problema do desemprego entre os jovens no Egito ampliando o número de vagas nas faculdades. Essa estratégia não poderia durar para sempre. Em março de 2010, os acadêmicos Ragui Assaad e Samantha Constant da Middle East Youth Initiative, uma iniciativa da Brookings Institution e da Dubai School of Government, expuseram a situação sem rodeios: "No Egito, os jovens letrados que passam anos à procura de um emprego formal, principalmente no setor público, estão agora abdicando dessa possibilidade, já que o número de empregos oferecidos pelo governo vem caindo."

Mubarak não deu sinais de saber o quanto a situação era explosiva, mas seus ministros vinham dizendo repetidamente que o Egito precisava crescer em ritmo acelerado para absorver a mão de obra jovem. O país começou a se mexer em 2004, quando Mubarak nomeou um governo com mentalidade empresarial sob o comando do primeiro-ministro Ahmed Nazif. O país reduziu os impostos corporativos e as tarifas de importação, privatizou companhias de telecomunicações e aumentou as exportações. A economia cresceu 7% ao ano entre 2006 e 2008, caiu 5% em 2009 e caminhava para um crescimento de mais de 5% no ano passado, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Isso foi bom e ruim. Embora o crescimento seja essencial para aliviar as tensões sociais no longo prazo, ele pode exacerbá-las no curto prazo num país como o Egito. Isso porque, segundo disse o ex-ministro das Finanças Youssef Boutros-Ghali à "Businessweek" vários anos atrás, os primeiros frutos do crescimento vão para aqueles que já são ricos.

A falta de democracia no Egito e outras partes do Oriente Médio só piora as coisas. Jack Goldstone, da George Mason, diz que Mubarak está indo contra o "paradoxo da autocracia", uma frase cunhada pelo falecido sociólogo Timothy L. McDaniel. "Qualquer governante autoritário interessado em modernizar seu país precisa educar a força de trabalho", diz Goldstone. "Mas quando você educa a força de trabalho, você também cria pessoas que não estão mais dispostas a seguir a autoridade. Assim, você cria essa ameaça de rebelião e desordem." As democracias são "muito melhores na administração de grandes números de pessoas altamente instruídas", observa Goldstone. A taxa de desemprego entre os jovens é muito maior na Espanha que no Egito, mas os jovens espanhóis não estão tentando derrubar o governo.

Mesmo assim as democracias ricas ignoram o perigo que o desemprego entre os jovens representa. Nas 34 nações industrializadas da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), pelo menos 16,7 milhões de jovens estão desempregados, na escola ou em treinamento, e cerca de 10 milhões deles nem mesmo estão procurando emprego. Nos países mais desenvolvidos, o mercado de trabalho dividiu-se entre os empregos de altos salários, para os quais muitos jovens não estão capacitados, e os empregos de salários baixos, com os quais eles não conseguem vivem, diz Harry J. Holzer, professor da Universidade Georgetown. Muitos dos empregos que outrora pagavam bons salários para os profissionais com segundo grau foram automatizados ou terceirizados.

Embora a recessão tenha acabado no terceiro trimestre de 2009, a taxa de desemprego entre os jovens continua perto de seu ponto cíclico mais alto. Nos EUA, 18% dos jovens com 16 a 24 anos estavam desempregados em dezembro de 2010, segundo o Departamento do Trabalho, um ano e meio depois da recessão ter tecnicamente acabado. Para os negros da mesma faixa etária o porcentual era de 27%.

E, quando os empregos retornarem, os empregadores poderão optar por evitar os desempregados de hoje, que poderão parecer "produtos estragados", e procurar funcionários na próxima safra de graduados. Começar uma carreira durante uma recessão pode ter consequências negativas no longo prazo. Lisa B. Kahn, economista da Yale School of Management, estima que para os alunos brancos e do sexo masculino que cursam faculdade nos EUA, um aumento de 1 ponto porcentual na taxa de desemprego na ocasião da formatura provoca uma perda inicial de salário de 6% a 7% - e, 15 anos após a recessão, os graduados ganham cerca de 2,5% menos do que ganhariam se não tivessem terminado a faculdade na recessão.

Há também um impacto psicológico. "Os indivíduos que crescem durante as recessões tendem a acreditar que o sucesso na vida depende mais da sorte que do esforço, apoiam mais a redistribuição do governo, mas são menos confiantes em relação as instituições públicas", concluíram Paola Giuliano, da Anderson School of Management da UCLA, e Antonio Spilimbergo, do FMI, em um estudo de 2009. As recessões, sugere o estudo, criam liberais inseguros.

A única cura infalível para o desemprego entre os jovens, porém, é um crescimento econômico forte e sustentado, que gere tanta demanda por mão de obra que os empregadores não tenham escolha a não ser contratar os jovens. Economistas vêm quebrando a cabeça sobre isso há décadas. "Se soubéssemos o que é preciso para crescer de maneira correta, ganharíamos o Prêmio Nobel", diz Wendy Cunningham, uma especialista em desenvolvimento da juventude do Banco Mundial (Bird).

Na ausência de uma panaceia do crescimento, os economistas vêm trabalhando em soluções de microescala, como programas de treinamento para amenizar a transição da escola para o mercado de trabalho. Mas ainda não há nenhuma mágica para isso. "Parece que não temos uma ideia exata de como resolver o problema.", diz Sara Elder, economista da OIT.

Um motivo da escassez de respostas é que a mensuração rigorosa dos programas contra a pobreza se disseminou apenas na última década, graças em parte à influência de economistas como Esther Duflo e Abhijit Banerjee do Abdul Latif Jameel Poverty Action Lab, baseado no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Análises sérias exigem ferramentas como testes aleatórios e grupos de controle, que a maioria dos burocratas e milagreiros não conhece. E avaliar o impacto de longo prazo leva uma década ou mais.

Uma constatação surgida é que mais educação nem sempre é melhor. O que importa é casar as habilidades da força de trabalho com as habilidades que os empregadores exigem. Grande parte da ira que se abateu sobre Egito e Tunísia veio, na verdade, de jovens que se formaram em universidades mas não conseguem trabalho.

A China também vem produzindo mais diplomas universitários do que pode usá-los. O número de formandos quintuplicou na última década e "a economia chinesa não vem conseguindo criar a quantidade de empregos necessária para a mão-de-obra capacitada", afirma Anke Schrader, uma pesquisadora em Pequim do Centro de Economia e Negócios do Conference Board. A Manpower diz que recém-formados de escolas técnicas estão ganhando tanto ou mais que os formados por universidades, com salários mensais que vão de 2 mil a 4 mil yuans, chegando em alguns casos a 6 mil yuans, em comparação a 2 mil a 2,5 mil yuans para os formados em universidades.

Nos EUA e em grande parte da Europa, o problema é o oposto do mundo árabe: a falta de ensino superior, e não o excesso. Segundo um estudo da OCDE, os jovens menos instruídos têm uma propensão 4,6 vezes maior de ficarem desempregados nos EUA, em comparação aos mais instruídos - uma medida do poder do conhecimento em uma economia baseada no conhecimento. Isso significa que os EUA saíram do topo do ranking mundial das taxas de formatura em universidades na pior hora.

Mesmo em nações tecnologicamente sofisticadas, como os EUA, a universidade não é para todos. Mas os programas vocacionais tradicionais, embora populares, não são a melhor solução para o desemprego entre os jovens, segundo uma pesquisa sobre eficiência conduzida pelo Banco Mundial. Cunningham diz que os programas vocacionais "sempre são montados sem uma boa compreensão da demanda no mercado de trabalho e se tornam obsoletos logo".

Na ausência de crescimento, os economistas vêm trabalhando em algumas soluções de microescala

Hoje, há apreço por uma solução antiga, o período de aprendiz, porque ele facilita a transição do estudo para a prática. A Alemanha e a Áustria registraram um grau de desemprego menor entre os jovens durante a recessão mundial em parte devido aos programas de aprendiz para trabalhadores de chão de fábrica, afirma Stefano Scarpetta, diretor de questões sociais da OCDE. A OIT diz que no ano passado a taxa de desemprego entre os jovens da Alemanha foi de 13,9%, em comparação à média de 21,2% da Europa e 21% dos EUA.

Numa atualização da ideia do período de aprendiz, países como a Holanda estão encorajando estudantes de universidades a ganhar experiência no trabalho enquanto estão matriculados. Por outro lado, na Itália e em Portugal, apenas cerca de 10% trabalham enquanto ainda fazem a faculdade. A taxa de desemprego entre os jovens na Holanda está em apenas 11,2%.

Se o propósito é criar empregos, e não apenas preenchê-los, uma postura relaxada por ser necessária. O empreendedorismo - com todas as suas suposições e improvisações - pode ser o meio mais subexplorado de reduzir o desemprego entre os jovens. Em 2008, a Universidade de Miami começou um programa de empreendedorismo chamado "Launch Pad" (plataforma de lançamento) dentro de seu centro de carreiras, para transmitir a mensagem de que começar sua própria empresa é uma opção de carreira válida, e não apenas uma matéria de escola.

Desde então, os alunos da Universidade de Miami e diplomados recentes já lançaram 45 empresas. A Coral Morphologic recolhe e cria corais para a venda para donos de aquários. A Sinha Astronautics projetou um avião espacial para o lançamento de satélites em órbitas baixas. A Audimated, um site de música, permite aos aficcionados ganhar dinheiro promovendo seus artistas favoritos.

Para os economistas que defendem o livre mercado, uma solução para o desemprego entre os jovens é simples: acabar com os obstáculos criados pelo governo para a contratação de jovens. Eles dizem, por exemplo, que o salário mínimo elevado desencoraja as companhias a contratar jovens promissores que não tiveram a chance de acumular conhecimento ou experiência para justificar até mesmo o pagamento de um salário mínimo. Seguindo esse conselho, a maioria dos países europeus onde os salários mínimos são altos em relação ao salário médio está pagando salários mínimos menores para os trabalhadores jovens. Há evidências de que os salários mínimos elevados excluem alguns jovens, ao mesmo tempo que beneficiam outros elevando suas remunerações. Do mesmo modo, proteções fortes demais à força de trabalho permanente podem prejudicar os jovens porque eles não possuem proteções similares e arcam com a maior parte das demissões em períodos difíceis, segundo alertou a OIT em um relatório de 2009.

Certo ou errado, o argumento do livre mercado não vem prevalecendo: O Reino Unido e a Nova Zelândia na verdade aumentaram seus salários mínimos durante a recessão mundial. E o argumento para o efeito negativo das proteções ao trabalhador não convenceu a Áustria e a Alemanha, que possuem regras empregatícias fortes e tiveram nos últimos dois anos mercados de trabalho mais saudáveis do que países como os EUA, que protegem menos.

Pode não dar para resolver o problema do desemprego crônico entre os jovens. Mas há evidências de que ele pode ser reduzido através de esforços concentrados dos governos, mão de obra, empresas, escolas e dos próprios jovens. John Studzinski, diretor-gerente sênior da Blackstone Group, diz: "Até certo ponto, tudo que você pode fazer em relação ao desemprego entre os jovens é plantar sementes".

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Apoio às vítimas da região serrana do Rio

O professor klaus Denecke funda entidade de apoio às vítimas da tragédia na região serrana do Rio.
Clique no endereço abaixo para ver a entrevista dele ao Jornal das 10 da Globo News
http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1645735-17671,00.html

Alteração da idade para separação obrigatória

Lei 12.344, de 09/12/2010 - Altera a redação do inciso II do art. 1.641 da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para aumentar para 70 (setenta) anos a idade a partir da qual se torna obrigatório o regime da separação de bens no casamento. - D.O. 10/12/2010

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Vinhos da Serra Catarinense

Valor Econônico - Empresas - Tendências & Consumo - 26.01.2011- B9

Vinho sob frio intenso, região serrana conta com 160 produtores

Vinhos de qualidade produzidos em condições de frio extremo e em uma altitude de mais de 900 metros tornaram-se a marca da serra catarinense. Agora, o polo regional que lançou a primeira safra há pouco mais de cinco anos dá os primeiros passos na fabricação de espumantes. A região reúne 28 empreendimentos e cerca de 160 produtores de São Joaquim, Caçador e Campos Novos, ligados à Associação Catarinense de Vinhos Finos de Altitude (Acavitis).
A Villa Francioni, pioneira na fabricação de vinhos finos na região, lançou no fim de 2010 um lote de 6 mil garrafas do espumante Joaquim Brut Rosé. A primeira leva foi toda comercializada. Segundo o enólogo da vinícola de São Joaquim, Orgalindo Bettú, a bebida é uma composição das uvas syrah, pinot noir, cabernet franc, sangiovese e merlot, com pequenos percentuais de cabernet sauvignon, malbec e petit verdot, e segue características mais suaves, aproximadas do paladar brasileiro. O próximo passo, segundo Bettú, é o lançamento de um espumante que siga o método "champenoise", em que a última etapa de fermentação é feita na própria garrafa.

A Villaggio Grando, de Água Doce, lançou em 2010 o Espumante Brut feito com cortes de pinot noir, pinot meunier e chardonnay. Como o produto da Villa Francioni, também segue método "charmat" - quando a segunda fermentação ocorre em tanques e não na garrafa. Segundo seu proprietário, Guilherme Grando, o lote de 37 mil garrafas foi praticamente todo comercializado. Desde 2008, a vinícola também produz o demi-sec com a marca Le Chasseur, feito com uvas chardonnay e villenave.

A Pericó, em São Joaquim, foi a pioneira na fabricação de espumantes. Em 2008, lançou o Cave Pericó branco e rosé, ambos brut, também elaborados pelo método "charmat".

O polo que começa a ganhar reconhecimento nacional é o resultado do investimento do empresário Dilor de Freitas, fundador da Villa Francioni, e pioneiro na região. Antes de definir o investimento em vinhos, chegou a estudar o cultivo de flores na região que já era famosa pela produção de maçãs. A importação das primeiras mudas foi feita em parceria com a família Grando em 2000 e os primeiros vinhos foram lançados em 2005.

Ao contrário de projetos tradicionais que nascem pequenos e depois vão se expandindo, a Villa Francioni já nasceu grande, com estrutura para preparação de 300 mil garrafas e pronta para receber turistas. O negócio hoje é gerido por Daniela de Freitas, filha de Dilor, que faleceu em 2004.

Em 2010 a Villa Francioni faturou R$ 3 milhões e espera chegar a R$ 5 milhões este ano. Além do lançamento dos espumantes, Daniela diz que a estratégia para o crescimento da vinícola foi o lançamento de uma linha de produtos mais acessíveis, batizada de Aparados em homenagem à região. Os preços dos vinhos da empresa oscilam de R$ 25 (a linha mais em conta) a R$ 250, um vinho de sobremesa vendido em garrafas de 400 ml.

Segundo o enólogo Marcos Vian, da Associação Brasileira de Enologia, a região de São Joaquim oferece condições extremas para o desenvolvimento dos vinhedos. O frio intenso ocasiona uma retração no desenvolvimento dos frutos - que são colhidos cerca de 45 dias mais tarde em relação a outras regiões do país. As condições climáticas acabam favorecendo a fabricação de vinhos mais alcoólicos e mais estruturados. Antes da região começar a produzir, o teor alcoólico dos vinhos brasileiros era de 12,5%. Na serra catarinense, as bebidas atingem entre 13% e 14%.

Entre as empresas que estão investindo e crescendo em 2011 está a Sanjo, cooperativa que também produz maçãs em São Joaquim. Ela investiu R$ 4,5 milhões na construção de um novo pavilhão para abrigar a vinícola e R$ 1,2 milhão em equipamentos

Hoje, a Sanjo tem capacidade para 150 mil garrafas. Com a inauguração da nova vinícola, a capacidade vai passar para 1 milhão de litros. Segundo a empresa, três rótulos são produzidos na região, entre variedades de cabernet sauvignon e chardonnay. A expectativa é ingressar no mercado de espumantes com um lançamento previsto para 2011, fabricado em método "champenoise". Em 2010, a Sanjo faturou cerca de R$ 70 milhões e os vinhos responderam por 5% do valor. A expectativa é dobrar essa participação a partir dos investimentos.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Vaga para estagiário

O Amigo e meu Advogado, Marceo Ávila, está precisando contratar um ESTAGIARIO DE DIREITO COM CARTEIRA DA OAB. Atuação na Justiça Federal, Juizados Especiais e Comarcas do Interior. Bolsa de R$ 600,00 + transporte.

Quem souber de alguem, por favor pode indicar. Ele agradece.


Marcelo Maciel Avila
marcelo avila | a d v o g a d o s
Rua México, 70 Gr. 1006
Centro RJ - 20031-140
21- 2544 7075
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mavila@openlink.com.br

Protesto cartorário de condenação trabalhista

Jornal Valor Econômico – Legislação & Tributos – 24.01.2011 – E1
Protesto em cartório não estimula pagamento de dívida trabalhista


Adriana Aguiar | De São Paulo
24/01/2011

Protesto em cartório não estimula pagamento de dívida trabalhista
O protesto em cartório de créditos trabalhistas ainda não gerou o efeito desejado pelo Judiciário. No Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região - que abrange a Grande São Paulo e a Baixada Santista -, primeiro a implementar a prática e o único a utilizá-la em larga escala, já foram lavrados 1.244 protestos, que cobram cerca de R$ 36 milhões. Deste total, só R$ 99,7 mil (0,28% do montante) foram recuperados, de acordo com levantamento realizado pela Corte trabalhista.
A prática, iniciada pelo TRT da 2ª Região no ano passado, mas prevista em convênio desde 2008, já foi adotada por outros tribunais trabalhistas, que fecharam convênios com institutos de protestos locais. Entre eles, os tribunais regionais de Campinas (SP), Piauí, Mato Grosso, Ceará e Paraíba. De acordo com o regulamento dessas Cortes, essa possibilidade só deverá ser usada como último recurso, depois de esgotadas todas as tentativas de execução, incluindo a penhora on-line de contas bancárias e bens. O protesto, quando aplicado, será imediato, pois os juízes podem requerê-lo por meio de um sistema on-line. A negativação vale para todo o país.


Apesar do baixo índice de recuperação, a juíza auxiliar da presidência do TRT de São Paulo, Maria Cristina Trentini, afirma acreditar que o convênio firmado atingiu sua finalidade. "A ideia não é apenas obter o pagamento imediato da dívida, mas retirar o devedor de sua zona de conforto. Ele é quem deverá procurar o credor para restabelecer suas linhas de crédito", diz a magistrada, acrescentando que, ao não localizar ativos financeiros e bens em nome de devedor, não restaria outra forma de cobrar o pagamento de uma dívida.

Em São Paulo, a maioria das dívidas foram quitadas antes da efetivação do protesto. Foram pagos 18 títulos, em um valor total de R$ 88,7 mil. Já após o protesto, somente quatro devedores regularizaram sua situação. Os créditos, vencidos há mais de dez anos, somaram cerca de R$ 11 mil. A juíza, porém, faz a ressalva de que existem outros acordos efetuados que ainda não foram contabilizados pelos cartórios. O pagamento em geral se dá, segundo Maria Cristina, nos processos de valores pequenos.

O mecanismo, na opinião da juíza, já contribui para a redução da inadimplência de uma forma geral. "Os empregadores que sabem dessa possibilidade de protesto não deixam mais a situação chegar a esse ponto", afirma. Segundo ela, o convênio é destinado principalmente aos processos antigos, cuja execução não foi finalizada por não se encontrar bens dos devedores passíveis de penhora.

Nem todas as varas do trabalho de São Paulo utilizam o sistema, de acordo com a juíza do TRT de São Paulo, embora a adoção da prática seja incentivada pela corregedoria. "Até mesmo o convênio Bacen-Jud (penhora on-line de contas bancárias) encontrou resistência entre os magistrados", diz. O convênio entre o TRT Paulista e o Instituto de Protesto de Títulos de São Paulo foi firmado em dezembro de 2008, mas só começou a ser utilizado no ano passado.

Outro tribunal que já utiliza os protestos é o TRT da 7ª Região (CE). A Corte assinou convênio com o Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil - Secção Ceará em maio do ano passado. Mas, por enquanto, apenas uma empresa foi protestada por dever quase R$ 1 mil, segundo dados da assessoria de imprensa do tribunal.

O TRT da 15ª Região (Campinas), que também já adotou a prática de protesto em cartório para tentar acelerar o pagamento de 380 mil processos, foi ainda mais longe. A Corte também firmou um convênio com a Serasa Experian para negativar o nome dos devedores. No entanto, segundo a assessoria de imprensa do tribunal, ainda não há um balanço sobre os protestos e negativações já efetuados. O TRT da 22ª Região (Piauí) também já anunciou ter firmado convênio com a Serasa.

Este mês, mais um tribunal resolveu implantar a medida. Agora foi a vez do TRT da Paraíba firmar convênio com o Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil. De acordo com a assessoria de imprensa, a Corte está fazendo um correição para avaliar quais dívidas serão levadas a protesto ainda em janeiro.

Arbitragem no estatuto social

Jornal Valor Econômico - Legislação & Tributos - 31.01.2011 - E2
Cláusula arbitral em estatuto social

Gustavo Tavares Borba

A Lei nº 10.303, de 2001, acrescentou um novo parágrafo ao artigo 109 da Lei nº 6.404 (Lei das Sociedades por Ações), de 1976, ficando, desde então, expressamente reconhecida na legislação pátria a possibilidade de inserção no estatuto social de cláusula compromissória prevendo que as divergências entre os sócios seriam solucionadas por meio de arbitragem.

Essa nova norma tem causado imensa celeuma no que se refere aos acionistas que não aprovaram a alteração estatutária, e que, portanto, não se consideram vinculados à cláusula compromissória arbitral inserida no estatuto.

A questão não é simples, uma vez que envolve o princípio constitucional da inafastabilidade do acesso ao Poder Judiciário (artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal), que é um dos pilares do Estado Democrático de Direito.

Para que se possa bem analisar a questão, afigura-se imprescindível que se faça um breve retrospecto sobre a posição da jurisprudência sobre a constitucionalidade da cláusula compromissória arbitral.

A constitucionalidade da Lei nº 9.307 (Lei da Arbitragem), de 1996, foi analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no agravo regimental na sentença estrangeira nº 5.206 (relator ministro Sepúlveda Pertence, DJ 30/4/2004), no qual, por cinco votos a quatro, prevaleceu a posição defendida pelo ministro Nelson Jobim, que entendia constitucional a cláusula compromissória arbitral, posto que a própria lei, prestigiando o princípio da autonomia da vontade, permitiu que os contratantes livremente renunciassem à jurisdição estatal.

A instituição da cláusula depende de manifestação expressa das partes
O acórdão, contudo, foi expresso ao consignar que a cláusula compromissória seria constitucional em razão de que "a manifestação de vontade da parte na cláusula compromissória, quando da celebração do contrato não ofende o artigo 5º, XXXV, da Constituição".

Dessa forma, ficou decidido que a instituição de cláusula compromissória arbitral dependeria de manifestação expressa dos interessados, sendo esse o pressuposto que fundamentou toda a argumentação no sentido da sua constitucionalidade.

Assim sendo, não seria cabível a imposição de cláusula arbitral estatutária em face de acionista que não concordou com a decisão assemblear que a inseriu no estatuto, uma vez que isso violaria o núcleo central do princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário.

Por essas razões, entendemos que a cláusula compromissória apenas vincularia aqueles que expressamente concordaram com a sua inserção no contrato social - aos dissidentes devem ser equiparados os acionistas ausentes e que se abstiveram de votar, uma vez que esse foi o critério adotado pela Lei das Sociedades por Ações para apurar a discordância (artigo 137, parágrafo 2º).

Mais difícil é a solução em relação aos acionistas que adquiriram as ações após a inserção da cláusula compromissória arbitral no estatuto. Nessa situação, poder-se-ia argumentar que, ao adquirir as ações, o novo acionista ingressou na sociedade já com aquela regra, de forma que haveria concordância tácita em relação à cláusula arbitral.

Contudo, o princípio da inafastabilidade é tão caro ao direito que a própria Lei de Arbitragem é expressa ao dispor que, nos contratos de adesão, a cláusula arbitral só teria validade se e quando o aderente assinasse um documento em separado ou em negrito manifestando expressa concordância (artigo 4º, parágrafo 2º).

Não se está com isso dizendo que a relação entre acionista e sociedade seria idêntica à que existe no contrato de adesão, mas apenas que também se encontra presente na formação do vínculo societário o caráter adesivo (AI nº 373.141.4/4-00 - 9ª CDP do TJ-SP), tanto que não é permitido ao acionista discutir as normas estatutárias quando da aquisição de ações.

Destarte, as mesmas razões que impuseram a manifestação inequívoca de aceitação da cláusula compromissória no contrato de adesão também estão presentes na relação estatutária, de forma que a cláusula estatutária arbitral não poderia ser obrigatória em relação aos acionistas que com ela não concordaram expressa e inequivocamente.

Assim, quanto aos novos acionistas, estes só estariam vinculados à cláusula estatutária compromissória arbitral quando assinassem um documento em separado manifestando expressa e específica concordância com a norma, uma vez que não poderia haver vinculação em virtude da simples compra de uma ação, considerando que o afastamento do acesso ao Judiciário exige concordância inequívoca.

Cumpre também observar que, naqueles casos em que existe litisconsórcio passivo necessário entre acionistas, a competência do Poder Judiciário sempre deverá prevalecer sobre a da arbitragem.

Por fim, saliente-se que a cláusula compromissória estatutária arbitral, quando inserida no estatuto social, não confere direito de recesso, pois as hipótese de direito de retirada da sociedade são "numerus clausus" (artigo 137 da Lei das Sociedades por Ações).

Do exposto, levando em conta o posicionamento do STF sobre a matéria, podemos concluir que a cláusula compromissória arbitral estatutária não vincula os acionistas que não concordaram com a sua inserção no estatuto, nem os novos acionistas que não assinarem termo expresso de anuência.

Gustavo Tavares Borba é mestre em direito comercial pela PUC-SP e procurador do Estado do Rio de Janeiro, atualmente exercendo suas funções na Junta Comercial do Rio de Janeiro (Jucerja)

Registre as histórias, fatos relevantes, curiosidade sobre Paulo Amaral: rasj@rio.com.br. Aproveite para conhecê-lo melhor em http://www2.uol.com.br/bestcars/colunas3/b277b.htm

Eis o veículo (Motorella) que tenho utilizado para andar na ciclovia da Lagoa e ir ao trabalho sem suar