segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Cursos de idiomas pela Internet

:: Tecnologia
Jornal do Commercio - Tecnologia - 22, 23 e 24.01.2010 - B-9

22/01/2010

Aprenda do seu jeito

Ataide de Almeida Jr.

Para aprender um novo idioma não é preciso mais passar horas em uma sala de aula e dividir a atenção do professor com outros alunos. A internet trouxe a oportunidade de aprender uma nova língua a qualquer hora, em qualquer lugar e no ritmo certo para cada pessoa. A rede está repleta de sites - gratuitos ou pagos - que ensinam ao internauta a gramática, a conversação e os macetes de diversos idiomas. Dois desses cursos pela internet chamam atenção pela quantidade de usuários cadastrados. A EnglishTown, que oferece apenas o inglês, possui mais de 15 milhões de estudantes - 25 mil deles só no Brasil. O Livemocha proporciona o aprendizado de 22 idiomas, desde o russo até o vietnamita, e tem 3,5 milhões de usuários no mundo.

O estudante Paulo Fernando Bispo precisou aprender inglês o mais rápido possível para preencher uma vaga na construção civil no Canadá em 2007. "Tinha um mês para estudar a língua e conseguir essa vaga temporária no exterior. Como não tinha tempo para frequentar uma escola regular, busquei ajuda na internet e descobri vários cursos rápidos de idiomas", diz. O gerente geral da EnglishTown, Pércio De Luca, explica que cada vez mais há alunos que só encontram tempo de estudar na frente do computador. "O fato de o aluno entrar a qualquer momento na escola é um enorme benefício, principalmente por ele não precisar se deslocar para fazer a aula e por conseguir aproveitar períodos menores do dia, como o horário de almoço, para estudar", afirma.

Paulo optou pelo site da Livemocha e decidiu pagar cerca de US$ 10 (o equivalente a R$ 17) na época por um curso de inglês rápido para turistas. "Nem sempre pude ter o auxílio de professores do site, pois como são nativos na língua ficaria um pouco complicada a comunicação. Mas os vídeos e os arquivos de áudios ajudaram muito", afirma.

O Livemocha também pode ser utilizado de graça, porém, oferece menos recursos multimídia e depende mais da ajuda de usuários da comunidade, o que nem sempre é sinônimo de um aprendizado correto do idioma. "Em certo momento tive dúvidas se iria aprender mesmo a língua, mas ao chegar lá vi que funcionou. Sabia falar o básico e aprendi mais na convivência com amigos", diz Paulo.

Em 2008, uma das escolas mais tradicionais de cursos de inglês no Distrito Federal optou por oferecer o aprendizado pela internet. A Casa Thomas Jefferson conta com 500 alunos matriculados e pretende expandir as opções de cursos neste ano. "Percebemos que o ensino a distância está em franco crescimento e que tínhamos que desenvolver competências nessa área. Além disso, o público que procura um curso online tem um perfil diferente daquele do curso presencial e queríamos atender a eles também", explica Isabela Villas Boas, coordenadora acadêmica geral da Thomas.

Recursos multimídia

O curso online da Thomas Jefferson oferece interatividade e recursos multimídia para o aprendizado. "Utilizamos também os recursos educacionais gratuitos disponíveis na web, como wikis, blogs, nings", explica a coordenadora, Isabela Villas Boas. O curso para iniciante possui tudo que é utilizado em uma sala de aula: imagens, audios, vídeos, prática de pronúncia, exercícios e avaliações, além de contar com marcação de tempo em cada lição e relatório de desempenho do aluno.

Para que o aluno não caia na tentação de navegar em outros sites enquanto estuda, os cursos criam métodos para estimular o interessado. A EnglishTown oferece acompanhamento personalizado do professor ao longo do curso, relatórios detalhados sobre o que o aluno realizou e aprendeu e, a cada nível completado, é dado um diploma atestado por uma universidade e reconhecido pelo mundo.

O Livemocha criou um método de competição entre os alunos, e há, ainda, o encorajamento por parte de membros da comunidade. Já na Casa Thomas Jefferson, o foco é a interação. "Em nossos cursos exclusivamente online, os alunos são inseridos numa turma virtual, na qual eles veem os rostos dos colegas e são estimulados a interagir com eles e com o professor", explica a coordenadora acadêmica.

No entanto, o aprendizado de outro idioma na internet não depende apenas da quantidade de recursos, mas também da disposição e boa vontade do aluno. De acordo com Pércio De Luca, uma pessoa que fica com preguiça de estudar em casa, com certeza vai ter mais preguiça de ir à escola. "Claro, há os dois lados, o da conveniência que faz com que você aproveite o tempo melhor, por outro lado tem as pessoas que se acomodam. Depende da disciplina do aluno." (AA)

Praticar é preciso

Para quem já realizou cursos de idiomas, a internet também é grande aliada para continuar a prática da língua. Além de sites de notícias e entretenimento de vários lugares que oferecem vídeos e textos, há na web páginas voltadas para o contínuo aprendizado. A BBC traz o BBC Learning English, no qual textos retirados do site de notícias são transformados em áudio e em testes online para trabalhar a interpretação e a leitura em inglês.

Outra opção é Language Guide. O site é um projeto mantido por doações que, por meio de arquivos de áudio, ensina de graça 13 idiomas. Como são os próprios usuários que disponibilizam o material, é necessário cautela. Não precisa cadastro para acessar o conteúdo.

Para quem quer aprender pelo celular, é possível baixar da internet podcasts com lições em vários idiomas. O ESL Pod oferece, de graça, áudios em inglês para ouvir pelo aparelho telefônico e também pelo computador. O Learn French by Podcast cobra US$ 25 para baixar os arquivos e praticar o francês. (AA)

www.englishtown.com

www.livemocha.com

www.thomas.org.br

www.bbc.co.uk/worldservice/learningenglish

www.languageguide.org

www.eslpod.com

www.learnfrenchbypodcast.com

Transferência de arquivos pesados na Internet

Jornal do Commercio - Tecnologia - 21.01.2010 - B-8

21/01/2010

Como transferir grandes arquivos


José Ramalho


À medida que nos integramos à internet, nossas necessidades de trocar informações aumentam. O e-mail é a principal forma de enviar e receber documentos e arquivos. Contudo, essa tecnologia ainda está longe de ser algo totalmente descomplicado. Não pelo envio em si, que é bem simples, mas muitas vezes os provedores dos destinatários têm limites quanto ao tamanho do arquivo que pode ser baixado, ou os usuários têm limites físicos no tamanho da caixa postal.

Se você tem banda larga, pode fazer uso de alguns sites e serviços gratuitos que tornam o processo de envio de grandes arquivos bastante simples. Veja alguns deles: o site http://transferbigfiles.com permite enviar arquivos simplesmente digitando o endereço do destinatário e selecionando o arquivo que deseja enviar.

O site envia uma mensagem ao recipiente, dando indicações de como fazer o download do arquivo, que fica disponível por cinco dias. O site também oferece um programa gratuito, chamado TBF Dropzone, que permite o envio dos arquivos sem ter que acessar a página.

O http://www.mediafire.com é igualmente simples, mas funciona como um disco virtual onde se pode manter arquivos que deseja compartilhar com outras pessoas.

Na primeira vez que usar o site, você deverá, depois de enviar o arquivo, cadastrar seu e-mail e senha para poder acessar os arquivos que foram mandados. Ele armazena os arquivos por tempo indeterminado e não faz menção a limitações de espaço para armazenamento. No site, você pode selecionar o arquivo e enviar um link para a pessoa que deseja que faça o download dele.

Movimentos do mercado de curso superior

Valor Econômico - Empresas - 25.01.2010 - B1

Educação: Em 10 anos, o número de faculdades privadas no país dobrou para 2,3 milNova onda de consolidação no ensino superior começa em 2010

Beth Koike e Paola de Moura, de São Paulo e do Rio
25/01/2010

Escala, gestão e qualidade no ensino. A combinação desses fatores tem levado instituições ao sucesso ou a sérias crises no concorrido mercado privado de ensino superior, que começa o ano aquecido (ver operação entre Kroton e Iuni nesta página). O setor pode movimentar neste ano cerca de R$ 2 bilhões em fusões e aquisições, segundo a consultoria Hoper.

Nos últimos anos, o setor de ensino superior privado mudou completamente de perfil. Até o final da década de 90, havia poucos grupos - a legislação não permitia a atuação de instituições de ensino superior com fins lucrativos. Hoje, há cerca de 2,3 mil faculdades particulares - número equivalente ao dobro de 10 anos atrás. Na Grande Florianópolis, por exemplo, havia apenas quatro faculdades em 1998. Hoje são 40.

A expansão acelerada, alimentada por aquisições, dividiu o mercado, a grosso modo, em dois: os grandes grupos, cuja estratégia é crescer comprando concorrentes, e as universidades e pequenas faculdades, que enfrentam sérias dificuldades financeiras.

Um conjunto de fatores explica esse quadro: a concorrência acirrada jogou os preços das mensalidades para baixo; a inadimplência por parte dos alunos aumentou; o endividamento das instituições com bancos e o Fisco cresceu; a superoferta de faculdades fez cair a demanda; a adoção do ensino a distância reduziu o faturamento; e, em vários casos, a gestão não profissionalizada e a falta de rigor no controle dos gastos pioraram a situação.

Em 1996, o valor médio das mensalidade era de R$ 840, caiu para R$ 510 em 2005 e ficou em R$ 457 no ano passado. A receita do setor entre 2005 e 2009 saltou de R$ 21,9 bilhões para R$ 24,9 bilhões - comprovando o processo de consolidação. "Hoje, os maiores 20 grupos educacionais detêm 32% dos alunos das faculdades particulares. Há cerca de cinco anos, esse percentual era de 19%", diz Ryon Braga, sócio da Hoper.

A concorrência tem sido tão acirrada que há instituições de ensino que se tornaram praticamente "incompráveis", observa Braga. Em suas contas, há cerca de 27 faculdades com dívidas equivalentes a 1,5 vez o seu faturamento anual. "Praticamente todas as faculdades pequenas são familiares e têm dívidas. As suas margens operacionais são baixas e ao mesmo tempo elas têm pouca capacidade de investimento, tendo que buscar socorro nos bancos", diz Ricardo Scavazza, vice-presidente operacional da Anhanguera, uma das gigantes do ensino superior no país e que fez, até agora, o maior número de aquisições, um total de 25.

O endividamento alto é detectado em instituições de diversas regiões do país. Enfrentam, ou já tiveram problemas financeiros recentes, as cariocas Cândido Mendes e Gama Filho, a gaúcha Ulbra, a mineira UNI-BH, e as paulistas Unib e São Marcos, entre outras.

O professor Cândido Mendes, reitor da universidade fluminense que leva seu nome, diz que outro fator que o levou à beira da bancarrota é a legislação, conhecida como "lei do calote", que permite ao aluno inadimplente continuar cursando a universidade durante o semestre, mesmo não pagando a mensalidade. Segundo Mendes, essa lei fez com que a inadimplência do setor subisse para 30%. "Muitos alunos que renegociam a dívida para fazer a matrícula, depois não honram o compromisso. Por isso, temos dificuldade de honrar nossos compromissos ao longo do semestre", explica o professor, que tem dívidas com bancos e aderiu ao Refis 4 para parcelar os depósitos atrasados do FGTS.

Entre as instituições de médio e grande portes de controle familiar, a grande desvantagem, em geral, é a ausência de uma gestão tão profissionalizado como a dos grupos que já abriram o capital e têm fundos de investimento por trás. Mais de 80% das faculdades médias e grandes vendidas tiveram como motivação problemas societários. "As grandes instituições são do tempo da inflação, reserva de mercado e grande demanda de alunos, época em que era fácil ganhar dinheiro com educação. Agora, o cenário é outro e exige um alto nível de gestão", diz Braga.

Passados pouco mais de 10 anos da abertura de mercado, a concorrência no setor cresce a passos galopantes. Mas a qualidade no ensino tem sofrido. O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) referente a 2008 mostra que 27,1% das instituições privadas tiveram notas 1 e 2 - consideradas ruins. A nota máxima é 5. Entre os grandes grupos consolidadores, cuja receita cresce constantemente, a nota média no Enade é de 3.

O professor Francisco Barone, da Escola de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é um dos críticos do atual cenário no ensino superior. Ele diz que vários vestibulares passaram a ser apenas "de fachada" e lembra o caso de um analfabeto que chegou a ser aprovado no Rio de Janeiro.

Mas a questão da má qualidade no ensino parece já estar incomodando os próprios alunos e algumas instituições começam a enxergar a importância de um ensino melhor. A paulistana Uniban, onde uma estudante de vestido curto causou uma confusão nos corredores no ano passado, vem atraindo menos alunos do que gostaria. "O número de alunos na Uniban vem caindo há algum tempo. Não é só devido ao caso Geisy. Lá só há três aulas por período. Com a concorrência, o preço das mensalidades é muito semelhante e o aluno acaba optando por aquela faculdade em que o ensino é um pouco menos defasado", diz uma fonte que até pouco tempo trabalhava na Uniban.

A carioca Estácio de Sá, cuja nota no Enade 2008 foi 3, reconhece o problema e está investindo parte de R$ 10 milhões para melhorar a qualidade do ensino.

"Em um futuro não muito distante, o mapa competitivo no setor já estará definido. O grande elemento diferenciador será o valor da marca, a credibilidade da instituição" diz Ryon.


Maurício de Nassau investe no Norte

Murillo Camarotto, do Recife
25/01/2010

Leo Caldas/Valor

Bezerra Diniz, da Maurício de Nassau, com sede em Pernambuco, tem o Cartesian como sócio e negocia aquisições
Em Pernambuco, apesar de um sentimento comum de insatisfação com as condições do mercado, é possível se observar situações bastante díspares entre as instituições privadas de ensino superior. Enquanto algumas crescem e se preparam para protagonizarem o inevitável processo de consolidação do setor, outras se desdobram para fechar as contas do mês e sobreviver aos novos tempos.

No rol das que crescem, chama a atenção a Faculdade Maurício de Nassau, presente em cinco Estados do Nordeste e com planos avançados para ingressar na região Norte. Atualmente com nove unidades, o grupo está prestes a abrir outras duas, em Caruaru (PE) e Fortaleza (CE). Além dessas, negocia com outras seis instituições, sendo que pelo menos três aquisições devem surgir dessas conversações, segundo contou ao Valor o presidente do conselho de administração, Janguiê Bezerra Diniz.

Segundo ele, que também preside Sindicato das Instituições Particulares de Ensino do Estado de Pernambuco (Siespe), uma das três aquisições será na região Norte, com chances para Amapá, Rondônia e Pará. As duas outras aquisições devem ser fechadas no Nordeste. A expansão da Maurício de Nassau ganhou fôlego financeiro há exatamente um ano, quando o grupo vendeu uma participação minoritária para o fundo americano Cartesian Capital, por valores não divulgados. Atualmente com cerca de 30 mil alunos, a instituição dispõe de R$ 40 milhões para seu plano de crescimento, pelo qual espera abocanhar ao menos 10 mil novos alunos.

A entrada do grupo americano no capital da faculdade acarretou em algumas mudanças no sistema de gestão. Além de se tornar uma sociedade anônima de capital fechado - há planos para que seja aberto -, a Maurício de Nassau adotou o sistema de metas para seus profissionais e passou a ser gerida por um conselho de administração composto por cinco membros.

Segundo Janguiê, a expansão é necessária para grupos que querem ser consolidadores. "Os grupos que estão capitalizados e com um bom sistema de gestão não têm outro caminho", afirma. "Os grandes grupos tendem a forçar os pequenos a serem vendidos. Em cinco anos, quase todas as pequenas terão que fazer parcerias ou aceitarem serem compradas".

Nesse cenário, a Escola Superior de Marketing, mais conhecida como FAMA, também com sede em Pernambuco, faz as contas para sobreviver. Segundo a diretora-acadêmica da instituição, Ana Carla Lemos, os tempos são de fechamento de turmas por falta de alunos. "A demanda é muito pouca para a quantidade de vagas. E as pessoas estão com pouca disposição para investir em educação", queixa-se.

Para se defender das grandes concorrentes, a faculdade, hoje com cerca de 1,3 mil alunos, aposta na qualificação dos dois únicos cursos que oferece: Publicidade e Administração de Empresas com habilitação em Marketing. A ideia é se tornar referência nesses dois campos, para que os alunos optem por cursá-los na FAMA. "Tenho que me concentrar na excelência para tentar sobreviver", diz.

A estratégia de sobrevivência, contudo, não para por aí. A gestão rigorosa dos custos pode ser vital e a faculdade faz o que pode. "Esses dias o pessoal da informática me disse que precisava atualizar alguma coisa nos computadores. Perguntei se eles estavam funcionando. Responderam que sim. 'Então vamos esse usar dinheiro em outras coisas' [, eu disse]. Infelizmente, coisas que podem ficar para segundo plano vão ficar", diz, desgostosa, a acadêmica.

Além das dificuldades mercadológicas, as instituições privadas estão vivendo um problema específico em 2010, relacionado ao vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com o atraso motivado pela realização de uma segunda prova, muitos estudantes ainda aguardam os resultados de vestibulares cujas notas são atreladas ao exame. "Isso motivou um decréscimo importante no número de matrículas", aponta Janguiê.


Kroton está mais perto de comprar Iuni

De São Paulo
25/01/2010

Após receber aporte do fundo americano Advent no ano passado, a mineira Kroton está prestes a fechar o maior negócio da área de ensino na história recente do país. A instituição, que tem como um dos sócios o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, recebeu o sinal verde para comprar 100% do grupo matogrossense Iuni, numa transação estimada em R$ 600 milhões.

A Kroton tem até 2 de março para concluir a operação, que gerou uma disputa acirrada com os grupos educacionais americanos Laureate e Apollo, além dos fundos BR Educacional, de Paulo Guedes, e Gávea, de Armínio Fraga, além da própria Kroton.

"Estamos muito satisfeitos em sermos o escolhido. Temos crédito suficiente para adquirir o Iuni", disse ao Valor Luiz Kauffman, presidente da Kroton, executivo com passagens pelas companhias Santelisa, Vale e Medial. A Kroton tem em caixa R$ 444 milhões e registrou lucro líquido ajustado de R$ 45 milhões nos nove primeiros meses do ano passado.

O Iuni, por sua vez, encerrou o ano com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) de R$ 72 milhões e uma receita líquida de R$ 320 milhões.

Com a conclusão do negócio, a Kroton tem nas mãos a chance de dobrar de tamanho e fincar o pé no ensino superior, uma vez que, até então, seu foco de atuação era o ensino básico com a marca Pitagorás. Se fechar a operação, a Kroton terá uma carteira com quase 100 mil universitários distribuídos em 43 campi e uma rede com 650 escolas associadas, que somam 230 mil alunos.

TAC para veiculação de mensagem contra fraudes trabalhistas diversas

Valor Econômico - Legislação & Tributos - 25.01.2010 - E1

Destaques


25/01/2010

Fraude trabalhista

A empresa de bebidas Viton 44, que comercializa as marcas Guaravita e Guaraviton, veiculará nos rótulos de todos os produtos e nos cartazes publicitários mensagem de conscientização contra fraudes trabalhistas. A medida é decorrente de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público do Trabalho (MPT) no Rio de Janeiro. A campanha será iniciada no próximo dia 1º e terá duração de dois anos. O descumprimento do TAC acarretará multa diária de R$ 2 mil. O MPT abriu investigação contra a empresa após receber denúncias referentes a pagamentos indevidos - como salários "por fora" -, terceirização ilícita e jornada irregular. A empresa pagava uma parte do salário sem que os valores estivessem registrados na carteira de trabalho e assim ficava isenta do pagamento de encargos trabalhistas, previdenciários e tributários. As frases utilizadas nos rótulos e cartazes são provenientes de campanha desenvolvida pelo Núcleo de Combate às Fraudes Trabalhistas da Procuradoria Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ) em 2008.

Mudanças na Lei do Inquilinato

Valor Econômico – Legislação & Tributos – 25.01.2010 – E2
Os reflexos da nova lei do inquilinato

Joyce de Alcalai Forster
25/01/2010

Entrou em vigor hoje a Lei nº 12.112, de 9 de dezembro de 2009, que trouxe em seu escopo inúmeras inovações para a locação de imóveis residenciais e comerciais, o que refletirá não só no conteúdo dos futuros contratos de locação, mas também no trâmite de ações judiciais que tenham o condão de discutir a relação locatícia.
Obviamente, profissionais do direito e do setor imobiliário comentam, desde o dia 10 de dezembro - data em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou referida lei-, as principais alterações trazidas pelo diploma legal em referência, bem como a expectativa do mercado imobiliário acerca de tais inovações.
Portanto, de acordo com as especulações do setor, num primeiro momento devemos ser otimistas com as alterações trazidas à baila pela nova lei, já que os especialistas acreditam no aquecimento do mercado imobiliário.
As incorporações na letra da lei, trarão maiores garantias, redução de prazos e outras facilidades aos locadores e tudo indica que isso resultará na queda da inadimplência por parte dos locatários, o que dará maior segurança aos proprietários de imóveis, que terão como objetivo fomentar novos negócios.
Em contrapartida, para melhorar o cenário também para os locatários, devemos lembrar que o mercado imobiliário é igualmente regido pela lei da oferta e da procura e, com todas essas inovações, os proprietários de imóveis estarão mais seguros para disponibilizar seus bens no mercado. Logo, quanto mais opções tiverem os locatários, menores serão os preços praticados pelos locadores a título de aluguel.
Assim, vale elucidar eventuais dúvidas que possam surgir com o advento da nova lei, motivo pelo qual destaca-se as principais alterações do instrumento legal em comento.
Pela legislação antiga - Lei nª 8.245, de 1991 -, para que o locador execute o despejo e tome posse do imóvel locado, tem que depositar um montante que varia de 12 a 18 meses de aluguel. Com a nova lei, o depósito será de, no mínimo, seis e, no máximo, 12 aluguéis. Trata-se, portanto, de uma redução significativa no valor despendido pelo locador que deseja fazer valer seus direitos em eventual ação judicial.
Outrossim, pela antiga legislação o locatário podia atrasar o aluguel por duas vezes no período de 12 meses, sendo certo que constatada a terceira inadimplência, podia o locador manifestar a intenção de não tê-lo mais como inquilino. Contudo, nos termos do novo texto legal, o locatário poderá atrasar o pagamento do aluguel por uma única vez, num período de dois anos.
Cumpre esclarecer também que pelo antigo texto, teoricamente, o locatário tinha seis meses para desocupar o imóvel, na hipótese de não renovação do contrato de locação. Porém, com a nova legislação, o locatário terá apenas 30 dias.
Ademais, com o novo instituto, o locador poderá desfrutar de uma liminar para desocupação do imóvel no prazo de 30 dias, quando formular pedido de retomada do imóvel em razão de melhor proposta apresentada por terceiro, não sendo mais necessário aguardar o prazo de 180 dias após o trânsito em julgado da sentença para que o locatário desocupe o bem.
Desta forma, é evidente que teremos um reflexo impactante no deslinde das ações judiciais, haja vista que com a diminuição dos prazos, as demandas tramitarão de forma mais célere e eficaz.
O fiador também usufruirá das benesses da nova lei, pois após o término do contrato de 30 meses, renovado automaticamente, este poderá pedir a sua exoneração da relação contratual. Neste caso, o locatário terá o prazo de 30 dias para apresentar ao locador um novo fiador ou oferecer outra garantia.
Frisa-se que, após notificar as partes, manifestando interesse em não mais figurar como fiador naquele negócio específico, o fiador permanecerá responsável pelo prazo de 120 dias.
É clarividente que tais alterações facilitarão a rotina do fiador, que poderá gozar do direito de requerer a sua saída do contrato, deixando de ficar vinculado ao negócio por prazo indeterminado.
Assim, outra expectativa do setor imobiliário é o desaparecimento da figura do fiador, com o retorno de outros tipos de garantias locatícias, como a caução e o seguro-fiança, que muito provavelmente ficarão mais acessíveis.
É claro que nem todos estão confortáveis com as alterações contempladas pela nova lei, a exemplo do Instituto Brasileiro dos Lojistas de Shopping (Idelos), que distribuiu ação direta de inconstitucionalidade (Adin) de nº 4366, na qual questiona a inconstitucionalidade do inciso IX, parágrafo 1º do artigo 59 b, que estabelece a possibilidade de despejo e liminar em 15 dias, na ocorrência de inadimplência de aluguéis e acessórios oriundos da locação. Contudo, certo é que há duas correntes diferentes discorrendo sobre o tema, cada qual com a sua argumentação tratando da legalidade ou não do referido dispositivo, cabendo-nos aguardar a decisão.
No entanto, considerando as inúmeras modificações trazidas pela nova lei, bem como a posição exarada pelo setor interessado, pode-se concluir de uma maneira geral, que a mudança na legislação surgiu em momento mais que oportuno, cabendo a nós utilizá-la, sempre que possível, de forma preventiva.
Logo, na ocasião da elaboração dos contratos de locação as partes e seus respectivos advogados, devem ser diligentes, esgotando e sanando todas as dúvidas acerca do tema. E ato contínuo à assinatura do pacto, estas devem realizar a gestão do instrumento sempre de forma documentada, com o objetivo de evitar os dissabores de uma discussão judicial. Mas quando isso não for possível, caberá ao advogado que patrocinar a causa, fazer uso da legislação atualizada, facilitando a condução do processo, em benefício do seu cliente.
Joyce de Alcalai Forster é advogada do escritório Benhame Sociedade de Advogados. Pós-Graduanda em direito contratual "latu senso" pela PUC -SP

Registre as histórias, fatos relevantes, curiosidade sobre Paulo Amaral: rasj@rio.com.br. Aproveite para conhecê-lo melhor em http://www2.uol.com.br/bestcars/colunas3/b277b.htm

Eis o veículo (Motorella) que tenho utilizado para andar na ciclovia da Lagoa e ir ao trabalho sem suar