segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Cursos de idiomas pela Internet

:: Tecnologia
Jornal do Commercio - Tecnologia - 22, 23 e 24.01.2010 - B-9

22/01/2010

Aprenda do seu jeito

Ataide de Almeida Jr.

Para aprender um novo idioma não é preciso mais passar horas em uma sala de aula e dividir a atenção do professor com outros alunos. A internet trouxe a oportunidade de aprender uma nova língua a qualquer hora, em qualquer lugar e no ritmo certo para cada pessoa. A rede está repleta de sites - gratuitos ou pagos - que ensinam ao internauta a gramática, a conversação e os macetes de diversos idiomas. Dois desses cursos pela internet chamam atenção pela quantidade de usuários cadastrados. A EnglishTown, que oferece apenas o inglês, possui mais de 15 milhões de estudantes - 25 mil deles só no Brasil. O Livemocha proporciona o aprendizado de 22 idiomas, desde o russo até o vietnamita, e tem 3,5 milhões de usuários no mundo.

O estudante Paulo Fernando Bispo precisou aprender inglês o mais rápido possível para preencher uma vaga na construção civil no Canadá em 2007. "Tinha um mês para estudar a língua e conseguir essa vaga temporária no exterior. Como não tinha tempo para frequentar uma escola regular, busquei ajuda na internet e descobri vários cursos rápidos de idiomas", diz. O gerente geral da EnglishTown, Pércio De Luca, explica que cada vez mais há alunos que só encontram tempo de estudar na frente do computador. "O fato de o aluno entrar a qualquer momento na escola é um enorme benefício, principalmente por ele não precisar se deslocar para fazer a aula e por conseguir aproveitar períodos menores do dia, como o horário de almoço, para estudar", afirma.

Paulo optou pelo site da Livemocha e decidiu pagar cerca de US$ 10 (o equivalente a R$ 17) na época por um curso de inglês rápido para turistas. "Nem sempre pude ter o auxílio de professores do site, pois como são nativos na língua ficaria um pouco complicada a comunicação. Mas os vídeos e os arquivos de áudios ajudaram muito", afirma.

O Livemocha também pode ser utilizado de graça, porém, oferece menos recursos multimídia e depende mais da ajuda de usuários da comunidade, o que nem sempre é sinônimo de um aprendizado correto do idioma. "Em certo momento tive dúvidas se iria aprender mesmo a língua, mas ao chegar lá vi que funcionou. Sabia falar o básico e aprendi mais na convivência com amigos", diz Paulo.

Em 2008, uma das escolas mais tradicionais de cursos de inglês no Distrito Federal optou por oferecer o aprendizado pela internet. A Casa Thomas Jefferson conta com 500 alunos matriculados e pretende expandir as opções de cursos neste ano. "Percebemos que o ensino a distância está em franco crescimento e que tínhamos que desenvolver competências nessa área. Além disso, o público que procura um curso online tem um perfil diferente daquele do curso presencial e queríamos atender a eles também", explica Isabela Villas Boas, coordenadora acadêmica geral da Thomas.

Recursos multimídia

O curso online da Thomas Jefferson oferece interatividade e recursos multimídia para o aprendizado. "Utilizamos também os recursos educacionais gratuitos disponíveis na web, como wikis, blogs, nings", explica a coordenadora, Isabela Villas Boas. O curso para iniciante possui tudo que é utilizado em uma sala de aula: imagens, audios, vídeos, prática de pronúncia, exercícios e avaliações, além de contar com marcação de tempo em cada lição e relatório de desempenho do aluno.

Para que o aluno não caia na tentação de navegar em outros sites enquanto estuda, os cursos criam métodos para estimular o interessado. A EnglishTown oferece acompanhamento personalizado do professor ao longo do curso, relatórios detalhados sobre o que o aluno realizou e aprendeu e, a cada nível completado, é dado um diploma atestado por uma universidade e reconhecido pelo mundo.

O Livemocha criou um método de competição entre os alunos, e há, ainda, o encorajamento por parte de membros da comunidade. Já na Casa Thomas Jefferson, o foco é a interação. "Em nossos cursos exclusivamente online, os alunos são inseridos numa turma virtual, na qual eles veem os rostos dos colegas e são estimulados a interagir com eles e com o professor", explica a coordenadora acadêmica.

No entanto, o aprendizado de outro idioma na internet não depende apenas da quantidade de recursos, mas também da disposição e boa vontade do aluno. De acordo com Pércio De Luca, uma pessoa que fica com preguiça de estudar em casa, com certeza vai ter mais preguiça de ir à escola. "Claro, há os dois lados, o da conveniência que faz com que você aproveite o tempo melhor, por outro lado tem as pessoas que se acomodam. Depende da disciplina do aluno." (AA)

Praticar é preciso

Para quem já realizou cursos de idiomas, a internet também é grande aliada para continuar a prática da língua. Além de sites de notícias e entretenimento de vários lugares que oferecem vídeos e textos, há na web páginas voltadas para o contínuo aprendizado. A BBC traz o BBC Learning English, no qual textos retirados do site de notícias são transformados em áudio e em testes online para trabalhar a interpretação e a leitura em inglês.

Outra opção é Language Guide. O site é um projeto mantido por doações que, por meio de arquivos de áudio, ensina de graça 13 idiomas. Como são os próprios usuários que disponibilizam o material, é necessário cautela. Não precisa cadastro para acessar o conteúdo.

Para quem quer aprender pelo celular, é possível baixar da internet podcasts com lições em vários idiomas. O ESL Pod oferece, de graça, áudios em inglês para ouvir pelo aparelho telefônico e também pelo computador. O Learn French by Podcast cobra US$ 25 para baixar os arquivos e praticar o francês. (AA)

www.englishtown.com

www.livemocha.com

www.thomas.org.br

www.bbc.co.uk/worldservice/learningenglish

www.languageguide.org

www.eslpod.com

www.learnfrenchbypodcast.com

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Eis o veículo (Motorella) que tenho utilizado para andar na ciclovia da Lagoa e ir ao trabalho sem suar