terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Dano moral por abuso sexual praticado por motorista de transporte escolar

Responsabilidade civil. Dano moral. Contrato de transporte escolar. Abuso sexual praticado pelo preposto da ré contra menor transportada. Dano moral configurado. Verba fixada em R$ 30.000,00. CDC, arts. 14 e 34. CCB/2002, art. 186. CF/88, art. 5º, V e X.

«A prestadora do serviço de transporte escolar responde objetiva e solidariamente pelos atos praticados por seus prepostos, tendo em vista a regra do art. 34 do CDC. Destaca-se a gravidade da conduta da fornecedora de serviço, ora apelante, que contratou o motorista, autor do dano, sem a devida cautela, não sabendo informar sequer seu nome completo, nem o seu endereço. Prova da participação da ré no evento, do dano sofrido pela vítima e do nexo de causalidade que gera o dever de indenizar. Verba compensatória excessiva, considerando a capacidade financeira da fornecedora de serviços, que deve ser reduzida para R$ 30.000,00 (trinta mil reais), em atendimento aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Relação contratual que impõe o termo inicial de incidência de juros a partir da citação.» (TJRJ - Ap. Cív. 15.764/2009 - Rel.: Desª. Teresa de Andrade Castro Neves - J. em 26/05/2009)

Dano moral por avarias não sanadas em notebook

Responsabilidade civil. Dano moral. Consumidor. Transporte de mercadorias. Notebook danificado durante o transporte. Verba fixada em R$ 7.000,00. Considerações da Desª Letícia Sardas sobre o tema. CCB/2002, art. 186. CF/88, art. 5º, V e X.

«... In casu, como brilhantemente salientou o julgador, às fls. 170, «... o autor experimentou, além de danos materiais, mais do que meros aborrecimentos, mas a angústia da impotência, de nada poderá fazer diante de profundo descaso para com de seu instrumento de trabalho. Sendo que, as avarias ocorridas em seu notebook atrapalharam a sua atividade profissional.» O dano moral, na hipótese, é latente, sendo o quantum fixado em R$ 7.000,00 (sete mil reais) fiel aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, bem como aos precedentes jurisprudenciais desta E. Corte Estadual, não merecendo qualquer alteração, para mais ou para menos. ...» (Desª Letícia Sardas).» (TJRJ - Ap. Cív. 22.894/2009 - Rel.: Desª Letícia Sardas - J. em 03/06/2009 - Boletim Informativo da Juruá - Rio de Janeiro 043/001236)

Harmonização de vinhos

Jornal do Commercio - Laboratório de Imprensa - 4, 5 e 6.12.09 - B-10

04/12/2009

A arte de combinar vinhos e quitutes

Maria Isabel Petean

Pode parecer tarefa fácil, mas não é. Combinar vinhos e comidas, dada a grande variedade de marcas existentes no mercado, exige uma boa harmonização entre os elementos e um pouco de conhecimento desta arte, fundamental para satisfazer as pessoas de paladar aguçado. Considerado um dos melhores sommeliers do Brasil, Dionísio Chaves explica que, para se ter uma apreciação correta, é fundamental estar atento na hora de escolher o prato que combine com o vinho.

"A má combinação de vinhos e pratos gera um prazer pela metade, fazendo com que a pessoa não tenha lembranças excepcionais nem do vinho nem do alimento, neutralizando o sabor de ambos."

O especialista afirma que o prazer máximo só é obtido quando se conjugam o ambiente, a pessoa com quem se está e o fator técnico. "Quem quer evoluir seu paladar e conhecimento deve sempre arriscar uma boa harmonia para poder ter um prazer do momento, do ambiente e do fator técnico."

Confira as recomendações do consagrado sommelier e aproveite ao máximo os prazeres proporcionados por bons vinhos combinados com pratos bem preparados.

Vinho tinto



Mais estruturado que o vinho branco, o tinto proporciona uma sensação de cica na boca. Normalmente, os tintos combinam com carnes vermelhas, suculentas ou gordurosas, como cordeiro, filé mignon e caças em geral. É justamente a sensação de cica que equilibra a gordura e a suculência das carnes vermelhas.

O tinto leve é mais ligeiro e fácil de beber, principalmente se for produzido, por exemplo, com a uva pinot noir. Essa variedade de uva não produz vinhos tão tânicos (que causa a cica) e pode harmonizar-se perfeitamente com peixes. O salmão combina superbem com pinot noir. E também um peixe com molho de tomate, alcaparras, cereja, azeitonas, ou seja, uma carne branca, que normalmente se casa bem com um vinho branco, pode perfeitamente ser consumida com o tinto, porque o molho é o que predomina.

As massas com molho vermelho e molho quatro queijos combinam com vinho tinto. O gorgonzola, que é muito forte, salgado e potente, cai bem com um vinho com mais tanino. Como o molho é muito cremoso, é o tanino do vinho tinto que vai sustentar esta cremosidade do queijo na boca.

Vinho rosé



O vinho rose é uma saída para quem quer comer carne vermelha e beber vinho branco, ou comer peixe e beber vinho tinto. O rosé entra muito bem nesta composição, ou seja, impede você de estar totalmente errado e o encaixa num casamento harmonioso entre comida e bebida. O rosé combina bem com uma comida provençal, uma sopa de peixe bem temperada ou um filé mignon simplesmente grelhado. Além de ser um excepcional aperitivo, o rose é uma boa opção com comida chinesa ou tailandesa.

Vinho suave



Basicamente, o vinho suave sempre faz lembrar mais pratos agridoces, ou até mesmo sobremesas e bolos. O vinho do Porto, por exemplo, é muito licoroso e combina muito bem com chocolate, mas, como possui açúcar residual alto, não dá para beber como se fosse um tinto ou branco, pois se torna pesado e cansativo. O recomendável, no caso dos vinhos suaves, é sempre se beber uma taça como aperitivo.

A taça



Escolher o copo ideal para degustar o vinho pode parecer extravagância, mas não é. Dionísio explica que o sabor do vinho muda de acordo com o copo, podendo perder aroma, nuances, complexidade, sabor e elegância. "O ideal é utilizar uma taça, de preferência de cristal, que tenha um bom bojo e uma haste longa para evitar o contato de quem a segura com o bojo." O sommelier explica que mesmo os vinhos básicos e simples se expressam melhor se forem servidos na taça certa. Além disso, é importante que a taça não tenha gravuras, desenhos, nomes ou cor.

Outro fator relevante é o ponto da taça em que o vinho deve ser colocado. "Nunca encher mais de 1/3 da taça. O vinho precisa de espaço dentro do copo para você poder movimentá-lo, fazendo volatizar os aromas", ensina Dionísio.

Vinho branco



Com exceção da vitela, que pode acompanhar tanto o branco quanto o tinto, dependendo da composição do prato, vinho branco combina sempre com carnes brancas, como peixes em geral, frutos do mar e crustáceos. A ostra vai superbem com um branco francês chamado Muscadet e até mesmo com espumantes, que são sempre mais leves e mais ácidos. Já o salmão, que é mais gorduroso e tem um retrogosto persistente, se ajusta com um branco do tipo Chardonnay, como os da região do Chile. O Chardonnay com salmão tem uma aceitação muito boa. Um vinho branco com estrutura, com uma bela acidez, também é compatível com o retrogosto do salmão.

Queijos e vinhos



Muitas pessoas fazem degustação de queijos e vinhos, comprando uma enorme variedade de queijos e somente um tipo de vinho. Isso é loucura. O ideal é agrupar vários tipos de queijo com vários de vinho.

O queijo gorgonzola combina com vinhos doces em geral, brancos ou tintos. Como o vinho do Porto, ou o Sauternes, que é um vinho muito famoso, próprio para acompanhar as sobremesas, e é produzido no sul da região de Bordeaux, na França.

Para os queijos de cabra mais frescos, a combinação clássica é um vinho branco mais leve, com boa acidez, como o Sauvigon blanc.

Já o queijo brie pede um vinho tinto com um pouco mais de estrutura, que pode ser um pinot noir. Queijos mais encorpados e estruturados, como o francês pont'-l'-evêque e o italiano parmigiano-reggiano, pedem vinhos tintos potentes, alcoólicos e tânicos, como um Amarone. No geral, o vinho que mais acompanha os queijos é o branco.

Um "sommelier" de fama internacional



Não é à toa que ele tem nome do Deus do Vinho na mitologia grega. De outubro de 1999 até 2006, só deu Dionísio Chaves em primeiro lugar nas edições do Campeonato Brasileiro de Sommeliers. Na qualidade de profissional que conquistava todos os prêmios nas principais competições nacionais, Dionísio passou a concorrer também nas internacionais. Em 2006, por exemplo, foi eleito um dos melhores sommeliers em atividade no mundo: no I Concurso Trophée Ruinard, em Reims, na região francesa de Champagne, conquistou o segundo lugar. Perdeu apenas para um concorrente canadense, que sabia combinar como ninguém vinhos e charutos.

Por falta de tempo e excesso de trabalho, Dionísio não participa mais de concursos. Está envolvido em outros projetos. Além de prestar consultoria on-line e trabalhar para uma empresa da Califórnia - é ele quem prova os vinhos californianos e indica qual deles é o que vai ser vendido no Brasil -, é também o sommelier do Hotel Fasano. Não dá, mesmo, para pensar em concursos.

Registre as histórias, fatos relevantes, curiosidade sobre Paulo Amaral: rasj@rio.com.br. Aproveite para conhecê-lo melhor em http://www2.uol.com.br/bestcars/colunas3/b277b.htm

Eis o veículo (Motorella) que tenho utilizado para andar na ciclovia da Lagoa e ir ao trabalho sem suar