sábado, 5 de abril de 2008

Exposição de Debret na Casa França Brasil

Jornal do Commercio - Artes - 04, 05 e 06.04.08 - C-8

Debret completo na Casa França-Brasil
CAROLINA ELOY
DO JORNAL DO COMMERCIO
A exposição Os Museus Castro Maya Apresentam o Teatro de Debret é a maior mostra com obras de Jean-Baptiste Debret (1768-1848), pintor integrante da Missão Artística Francesa que viveu no Rio de 1816 a 1831. Estão expostas 511 obras, sendo 346 aquarelas, 151 pranchas litográficas e cinco óleos do artista, além de nove trabalhos relacionados com ele, a mostra revela o Rio, tanto sede do império português quanto do Brasil, com todos os seus contrastes e exuberâncias. A mostra, na Casa França-Brasil, até dia 11 de maio, com patrocínio da Bradesco Seguros, integra as comemorações dos 200 anos da chegada da Família Real."A mostra está sendo muito bem visita, são mais de mil pessoas por dia. Nunca foi feita uma exposição tão completa de Debret como esta. Ela vem sendo preparada e pensada já há alguns anos e montá-la na comemoração dos 200 anos da chegada da Família Real é um momento espetacular", contou Julio Bandeira, curador dos Museus Castro Maya.A Casa França-Brasil foi projetada por Auguste Henri Grandjean de Montigny, que veio com a missão artística francesa e aportou no Brasil em 1816 e difundiu o estilo neoclássico. Montigny foi amigo pessoal de Debret. "A mostra ser na Casa projetada por um amigo de Debret valoriza ainda mais as obras", contou.Debret foi considerado um jornalista e cronista da época que viveu. "Não poderia deixar de registrar o mais rápido o Brasil de 1816, uma vez que, nesta bela plaga, mais do que em qualquer outro lugar, os rápidos progressos da civilização adulteram a cada dia o aspecto primitivo e os hábitos nacionais dos brasileiros." A mostra é dividida em três módulos: o núcleo da corte, o núcleo comércio e o núcleo paisagem e dois anexos. No vão central da Casa França-Brasil, estarão 220 aquarelas, cinco óleos produzidos pelo artista e um retrato seu, feito por seu dileto aluno Manuel de Araújo Porto Alegre. Na lateral esquerda será exposto pela primeira vez o conjunto de 151 litografias do livro Viagem Pitoresca e Histórica pelo Brasil, editado na França entre 1834-1839. Na lateral direita estarão 116 esboços em aquarela feitos por Debret diretamente nas ruas da cidade, a matéria-prima para seus trabalhos em aquarela ou litografia. "Pelo olhar é possível observar a diferença de cada fase que ele pinta, fica muito evidente", ressalta Bandeira.Nos anexos serão mostrados três exemplares originais da primeira edição de Viagem Pitoresca, e no direito ficarão sete desenhos originais do artista português Henrique Jose da Silva, diretor da Academia de Belas Artes. A idéia é mostrar dois processos inteiramente diferentes: o ainda rococó e beato portugueses e a modernidade representada por Debret, em sua busca pelo registro de um cotidiano profano.No Brasil, Debret morou até 1831, pintou e desenhou todos os momentos que levaram à independência do Brasil, assim como os primeiros anos do governo do imperador D. Pedro I. Pintou o retrato de D. João VI, de tamanho natural, assim como de outros membros da família real. Pintou também o desembarque da arquiduquesa Leopoldina, mulher de D. Pedro, e primeira imperatriz do Brasil."A modernidade representada por Debret é registrada em sua busca por um cotidiano profano. Nenhum artista desenhou o Brasil da época com tanta realidade como ele, que captava as pessoas e pintava sem preconceitos e sem transformar o país numa Europa", conclui Bandeira.

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Eis o veículo (Motorella) que tenho utilizado para andar na ciclovia da Lagoa e ir ao trabalho sem suar