sexta-feira, 11 de março de 2011

Matérias sobre educação

O Estado de São Paulo, 01/03/2011 - São Paulo SP

Sudeste é mais pessimista com o ensino público

Entre os moradores da região mais rica do País, 36% dizem que a educação pública piorou, aponta pesquisa do Ipea

Luciana Alvarez

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a percepção da sociedade em relação à educação, divulgada nesta segunda-feira, mostra que os moradores do Sudeste têm a visão mais pessimista em relação à evolução do ensino público. Na região, 36,1% disseram que a educação piorou – em nenhuma das demais regiões o índice chegou aos 20%. O Sudeste também apresentou o mais baixo índice dos que acreditam que a educação melhorou: 40%. No Centro-Oeste, com a maior taxa, 62,9% disseram que o ensino está melhor. Segundo Paulo Corbucci, pesquisador do Ipea que coordena a área de educação, as diferentes percepções regionais “fazem sentido” por causa da situação desigual do ensino no País. “Nas regiões onde as condições eram piores, as melhorias são mais sentidas”, explica Corbucci. “Há 15 anos, por exemplo, você tinha um problema grave de acesso à escola, em especial no Nordeste. Hoje houve uma aproximação dos patamares das Regiões Sul e Sudeste.” No estudo, quanto maior o nível de instrução e renda dos entrevistados, maior foi a porcentagem de respostas negativas. Dos pesquisados com curso superior completo, 35,4% afirmaram que a educação havia piorado, contra somente 21,4% daqueles com escolaridade da 5.ª à 8.ª série.

Dos que ganham de 10 a 20 salários mínimos, 34,2% consideram que o ensino está pior; dos que têm renda de até dois salários mínimos, a porcentagem foi de 19,3%. ProUni. O Programa Universidade para Todos (ProUni) foi o que apresentou a maior visibilidade, com 61% dos entrevistados afirmando conhecê-lo – sendo que 80% disseram não ser bolsistas do programa nem ter amigos ou parentes que sejam. “O ProUni está muito na mídia, sobretudo na televisão. Além disso, é algo relativamente novo. O programa de merenda escolar beneficia um número muito maior – cerca de 30 milhões –, mas existe há décadas, é visto como parte da escola”, afirma Corbucci. A pesquisa, com 2.773 pessoas, foi feita entre 3 e 19 de novembro de 2010.





Folha de São Paulo, 02/03/2011 - São Paulo SP

Brasil investe 71% menos no fundamental que país rico
Gasto é de R$ 2.659 por aluno; comparação está em relatório da Unesco. Órgão da ONU para a educação leva em conta dados de 2007, quando valor investido foi 102% maior do que em 2000
ANGELA PINHO DE BRASÍLIA

Embora venha aumentando o investimento, o Brasil ainda gasta pouco em educação se comparado a países desenvolvidos. Relatório divulgado ontem pela Unesco (braço da ONU para educação) mostra que o Estado brasileiro investe US$ 1.598 (R$ 2.659) por ano em cada estudante dos quatro primeiros anos do ensino fundamental. É menos de um terço (28,76%) dos US$ 5.557 (R$ 9.246) investidos por países desenvolvidos. Os dados são de 2007, e a comparação considera o poder de compra das moedas. Em reais, números do Inep (instituto ligado ao Ministério da Educação) mostram que o investimento público por aluno nessa etapa de ensino foi de R$ 2.761 em 2008. Apesar de baixo se comparado ao mundo desenvolvido, o valor cresceu nos últimos anos e está 102% maior do que em 2000. Em números gerais, o Brasil gasta um montante similar aos países ricos em educação: 5,3% do PIB (Produto Interno Bruto), de acordo com o relatório. Mas, como muitas vezes tem o PIB menor ou mais estudantes, o gasto por aluno acaba ficando pequeno.

88º - O documento mostra também que o Brasil continua no 88º lugar no ranking de desenvolvimento educacional, atrás de países mais pobres, como Bolívia e Equador. Nas primeiras colocações, estão Japão, Reino Unido e Noruega. A lista leva em conta quatro pontos: matrículas no ensino primário, taxa de analfabetismo, igualdade de gênero na educação e percentual de alunos que chegam ao 5º ano (no caso do Brasil, foi considerado o quarto ano). Caso só os três primeiros fossem considerados, o país estaria na lista de alto desenvolvimento educacional, mas cai posições devido ao último O relatório não diz qual é o percentual de alunos que chegam ao 5º ano. Cita que o índice é o mesmo do documento de 2010 (0,756), que correspondia a 75,6%. O dado, porém, se referia a 2004. NÚMEROS DEFASADOS - O ministro Fernando Haddad (Educação) disse que irá estudar o documento da Unesco, mas afirmou que é preciso fazer a ressalva de que relatórios internacionais muitas vezes utilizam dados defasados.





Correio Braziliense, 01/03/2011 - Brasília DF

A educação brasileira continua na 88ª posição no ranking da Unesco

Ana Pompeu especial para o Correio

O Brasil permaneceu na 88ª posição do ranking do Relatório de Monitoramento Global de 2011 da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a mesma do relatório anterior. O documento foi lançado nesta terça-feira (1°/3) em Nova York, e inclui 127 países na avaliação. O texto aponta ainda que o Brasil pode estar longe de alcançar as metas do compromosso Educação Para Todas (EPT) até 2015. O foco do relatório em 2011 é a relação entre educação e conflitos armados, que privam 28 milhões de crianças da oportunidade de estudar e as expõem ao risco de serem vítimas de violações e violência sexual, de ataques direcionados a escolas e outros atentados contra os direitos humanos. Essas condições não incluem o Brasil oficialmente, mas outras avaliações foram feitas para medir o desempenho dos países em relação ao EPT.

O compromisso Educação para Todos estabelece seis objetivos que devem ser atingidos pelos signatários até 2015: ampliar a educação para a primeira infância, universalizar o acesso à educação básica, garantir o atendimento de jovens em programas de aprendizagem, reduzir em 50% as taxa de analfabetismo, eliminar as disparidade de gênero no acesso ao ensino e melhorar a qualidade da educação. No topo da lista do indicador da Unesco então Japão, Reino Unido e Noruega. Chile, Uruguai e Argentina também estão à frente do Brasil, que teve um resultado mediano. O coodenador de educação da Unesco, Paolo Fontani, explica que para chegar a esse índice, a organização leva em conta a taxa de matrícula líquida, de alfabetização de adultos, de permancência na escola a partir do 5° ano, ou segundo segmento do ensino fundamental, e o índice de paridade de gênero, ou seja, a igualdade para homens e mulheres na educação. “O Brasil está no caminho certo, mas ainda há um longo caminho pela frente. O ponto que nos segurou e não deixou avançar mais foi a permanência das crianças na escola, que é de 75%, distante ainda da taxa dos países desenvolvidos”, analisa Fontani. Para o coordenador da Unesco, o país tem que superar anos de descaso com a educação, o que não é possível fazer em poucos anos. “Espero que o Brasil alcance as metas. Existem recursos para isso. Um país com a ambição não pode deixar a educação de lado”, completa.

Em 2007, cerca de 682 mil crianças estavam fora da escola no Brasil. Ainda existem mais de 14 milhões de brasileiros analfabetos. Para o prefessor de políticas públicas e gestão da educação da Universidade de Brasília (UnB) Remi Castioni, para que o país resolva esses problemas, é preciso mais do que investimentos e aumento dos recursos para a área. “As metas são factíveis e o país tem condições de atingí-las, mas como a oferta da educaçãobásica é municipal e estadual, isso requer um enorme esforço do governo federal para exercer uma coordenação entre esses entes”. Para o educador, ainda é necessário que o governo atue nos estados e municípios oferecendo assitência técnica e capacitação dos profissionais da educação. “Nós sabemos onde estão os problemas. Agora, é agir para combatê-los”, afirma.

Em 2008, 67 milhões de crianças estavam fora da escola. O progresso em direção à universalização da escolarização está lento. Se as tendências atuais continuarem, pode haver mais crianças fora da escola em 2015 do que há hoje. Sobre a redução do analfabetismo, os dados apontam que 17% da população mundial ainda estão nessa situação. O objetivo de reduzir em 50% o número de analfabetos em cada um dos países signatários não será atingido por uma parcela dos participantes, de acordo com a Unesco. Para a coordenadora de vestibular da Trevisan Escola de Negócios, Letícia Bechara, mudar esse quadro requer mudar o foco também. “O Brasil já melhorou o acesso, mas ainda precisa focar na qualidade. E, nesse ponto, os alunos são os únicos avaliados. Não temos temos ainda um sistema de avaliação constante e efetivo do trabalho dos professores”. Ela lembra também que o tamanho continental do país e as grandes diferenças regionais pedem políticas regionais e específicas, o que não tem sido feito.





O Estado de São Paulo, 01/03/2011 - São Paulo SP

Países estão longe de atingir compromissos para melhoria da educação, avalia Unesco

Em relatório divulgado hoje, Brasil tem desempenho 'mediano' no cumprimento das metas do compromisso Educação para Todos

Agência Brasil

O compromisso assumido por 164 países, entre eles o Brasil, para melhorar a qualidade da educação no mundo até 2015 está “longe de ser atingido”. É o que aponta o Relatório de Monitoramento Global de 2011 da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), lançado nesta terça-feira, 1.º de março. O compromisso Educação para Todos (EPT) foi assinado em 2000 durante a Conferência Mundial de Educação em Dacar, no Senegal. Ele estabelece seis objetivos que devem ser atingidos pelos signatários até 2015: ampliar a educação para a primeira infância, universalizar o acesso à educação básica, garantir o atendimento de jovens em programas de aprendizagem, reduzir em 50% as taxa de analfabetismo, eliminar as disparidade de gênero no acesso ao ensino e melhorar a qualidade da educação.

A Unesco criou um índice (Education For All Development Index – EFA) para medir o desempenho dos países em relação ao cumprimento das metas. Entre os 127 países avaliados por esse indicador, o Brasil está no grupo com resultado “mediano” e ocupa a 88.° posição do ranking. No topo da lista estão o Japão, o Reino Unido e a Noruega. O Chile, o Uruguai e a Argentina são os latino-americanos que fazem parte da lista com alto índice. De acordo com a Unesco, embora tenha havido progresso em muitas áreas, como a melhoria do bem-estar na primeira infância, o número de crianças fora da escola vem caindo muito lentamente.

“Em 2008, 67 milhões de crianças estavam fora da escola. O progresso em direção à universalização da escolarização está mais lento. Se as tendências atuais continuarem, pode haver mais crianças fora da escola em 2015 do que há hoje”, alerta a pesquisa. Quase metade dessa população está concentrada em apenas 15 países, entre eles o Brasil, que tem 700 mil crianças fora da escola segundo os dados da Unesco. Como a velocidade da inclusão desse grupo vem caindo, a organização estima que, caso a tendência se mantenha, em 2015 serão 72 milhões sem acesso ao ensino no mundo.

Sobre a redução do analfabetismo, os dados apontam que 17% da população mundial ainda estão nessa situação. O objetivo de reduzir em 50% o percentual de analfabetos em cada um dos países signatários não será atingido por uma parcela dos participantes, de acordo com a Unesco. Segundo o órgão, o fracasso é reflexo do “descaso de longa data para com a alfabetização nas políticas educacionais”. Apenas dez países respondem por 72% do número total de adultos analfabetos, incluindo o Brasil, que ainda tem 14 milhões de pessoas maiores de 15 anos que não sabem ler e escrever. Segundo a Unesco, o esforço para atacar o problema tem sido irregular nas diferentes regiões do mundo.

O relatório cita a redução de 2,8 milhões de analfabetos no Brasil entre 2000 e 2007, além do “forte progresso na alfabetização universal de adultos” verificado na China. Já na Índia, o número de analfabetos adultos aumentou em 11 milhões na primeira metade da década passada. “A América Latina e o Caribe podem ser a exceção à regra de negligência. Desde o final da década de 90, programas de alfabetização de adultos na região foram beneficiados pelo momento de renovação política (…). No Brasil, o Programa Brasil Alfabetizado ofereceu cursos de alfabetização para 8 milhões de jovens e adultos que tiveram acesso limitado à educação formal”, destaca a organização.

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