quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ranking de competitividade do Brasil

Valor Econômico - Brasil - 09.10.08 - A4
País sobe oito posições em ranking
Assis Moreira, de Genebra

O relatório de competitividade global 2008-2009, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, em Genebra, traz uma notícia boa e outra ruim sobre a posição da economia brasileira entre 134 nações. A boa notícia é que o país deu o maior salto na classificação de competitividade entre todos os grandes países emergentes, subindo oito posições. Está agora no 64º lugar. No ano anterior, ocupava a 72ª posição.

A má notícia é que, apesar da melhora, a competitividade da economia brasileira continua atrás da maioria dos grandes países em desenvolvimento, de acordo com a pesquisa feita pela instituição suíça. O Brasil é superado pelos seus parceiros do Bric (Rússia, Índia e China), pelos outros emergentes que participam de reuniões com o G-8 (China, Índia, África do Sul e México), e também pelas outras economias da América Latina que figuram na primeira metade do ranking (Barbados, Chile, Porto Rico, Panamá e Costa Rica).
A economia brasileira é igualmente ultrapassada por emergentes como Indonésia, Malásia e Turquia, com aspirações na cena internacional. E até por países como Botsuana, Tunísia, Jordânia ou Chipre, o que alimenta as mesmas indagações sobre esse tipo de índice.
A principal economista do relatório, Irene Mia, reconhece ser estranho o Brasil ter sua competitividade superada por Botsuana ou Barbados, mas apresenta dois argumentos para a classificação brasileira. Primeiro, diz que o fórum tenta medir o potencial de crescimento da economia no longo prazo "e há diferentes elementos que determinam o potencial de expansão de diferentes países". Segundo, diz Irene, a posição brasileira no ranking reflete em cerca de 60% a percepção trazida em pesquisa feita entre empresas dentro do Brasil, que parece "bastante negativa".
Entre os fatores que mais afetam a competitividade brasileira, o relatório inclui alto endividamento, baixa taxa de poupança e juros elevados e coloca o Brasil na 122ª posição no pilar de estabilidade macroeconômica. O documento destaca também a desconfiança generalizada dos empresários em relação às instituições públicas (121ª ), insuficiências governamentais (124ª ) e "sérias preocupações" sobre a situação de insegurança no país.
Ao mesmo tempo, aponta entre os "avanços importantes" no Brasil uma maior solidez das finanças públicas. Mostra como um das principais vantagens competitivas o tamanho de mercado disponível para suas companhias (10º entre 134 países), para ganhos internos e também para a expansão de exportações.
O relatório aponta também o acesso a um dos mais sofisticados mercados financeiros na região (64ª posição), habilidade para absorver e adaptar tecnologias estrangeiras (56ª ) e capacidade de gerar inovação (43ª ). "O Brasil tem um nível de inovação bastante elevado para seu grau de desenvolvimento", avalia Irene.
Globalmente, os Estados Unidos continuam liderando o ranking, apesar de seu setor financeiro, o motor da economia, encontrar-se em estado de hemorragia avançada. A Suíça, também altamente dependente do setor financeiro, fica em segundo lugar. Nas posições seguintes aparecem Dinamarca, Suécia, Cingapura, Finlândia, Alemanha, Holanda e Japão.
O Reino Unido caiu três posições (aparece em 12º lugar), justamente pela fraqueza atual de seus mercados financeiros, os maiores da Europa. Entre as economias em desenvolvimento, a China (30ª posição) prossegue na dianteira, mas seu salto, de quatro posições foi a metade do brasileiro.

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