quarta-feira, 18 de junho de 2008

Empresas alemãs procuram futuros engenheiros no jardim de infância

Valor Econômico – Internacional – 17.06.08 – A11
Empresas alemãs vão à pré-escola atrás dos futuros engenheiros·
Richard Milne
Financial Times, de Viena
A escassez de engenheiros na Alemanha tomou-se tão aguda que algumas de suas principais companhias estão agora de olho na pré-escola para garantir seu abastecimento futuro.
Gigantes industriais como Sie­mens e Bosch estão entre as cen­tenas de companhias doadoras de materiais e dinheiro a jardins de infância para tentar interessar crianças bem pequenas - de até mesmo três anos - em tecnolo­gia e ciência.
Muitos países europeus - da Suíça à Espanha - estão sofren­do com a escassez de formados. Mas o problema é particular­mente acentuado na Alemanha, renomada como a terra da enge­nharia. As companhias alemãs têm 95 mil vagas para engenhei­ros e apenas cerca de 40 mil no­vos formados na área, segundo uma associação de engenheiros.
"É um desdobramento novo, o que implica que precisamos co­meçar muito cedo com as crian­ças. Começar no curso primário não é suficientemente bom ­precisamos ajudá-las a compre­ender, o mais cedo possível, co­mo as coisa funcionam", disse Maria Schumm-Tschauder, dire­tora do programa educacional Generation21, da Siemens.
Wolfgang Malchow, membro, para recursos humanos, do con­selho de administração da Bosch, disse: "Estamos trabalhando em nível pré-escolar. Esse é nosso fu­turo e precisamos aproveitá-la."
Heribert Rohrbeck, executivo ­chefe da Bürkert, importante fabri­cante de sistemas para controle de
fluidos que também tem progra­mas em andamento em jardins de infância, disse: "Queremos entu­siasmar as crianças com tecnolo­gia desde a mais tenra idade. O que elas aprenderem pode ficar com elas pelo resto de suas vidas".
A Siemens distribuiu cerca de 3 mil "caixas de descobertas" re­pletas de materiais para experi­mentos científicos para crianças de três a seis anos de idade em jardins de infância de toda a Ale­manha, a um custo, para a com­panhia, de US$ 775 por caixa. A Siemens também instrui profes­sores dos jardins de infância so­bre como usar o material, e vem distribuindo caixas semelhantes em jardins de infância por todo o mundo - da China e África do Sul à Irlanda e Colômbia.
A Bosch envia seus aprendizes a jardins de infância "para expli­car o que fazem no trabalho e de­pois os convidam a visitar a com­panhia". "A Alemanha baseia-se em inovação - e isso exige gen­te", disse Franz Fehrenbach, exe­cutivo-chefe da Bosch.
As companhias também estão empregando outras estratégias: de tentar interessar mais meni­nas em engenharia a trabalhar em íntima colaboração com es­colas técnicas para ajudar a trei­nar e recrutar alunos. Mas as em­presas estão também cada vez mais prospectando o exterior.
O presidente de um grande gru­po industrial alemão disse: "O per­dedor, nesse caso, seria a Alema­nha, e não as companhias. Nós sempre podemos ir à Ásia para en­contrar nossos engenheiros. De modo que tudo o que pudermos fazer aqui - até ir aos jardins de in­fância - será proveitoso".

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Eis o veículo (Motorella) que tenho utilizado para andar na ciclovia da Lagoa e ir ao trabalho sem suar