sexta-feira, 1 de abril de 2011

Utilização e cursos de powerpoint

Valor Econômico -Empresas (Tecnologia & Cominicações) 1o_.03.2011 - B2)

Como ir do ódio ao amor com o Powerpoint

Claudio Belli/Valor

João Galvão, da Soap: receita anual de R$ 20 milhões e 80 funcionários

Diz a Microsoft que brasileiro adora o PowerPoint, seu programa de apresentações multimídia. A popularidade do software é inegável. No mundo, existem em torno de 300 milhões de usuários do produto, que fazem em média 30 milhões de apresentações por dia. No Brasil, a companhia estima que existam em torno de 50 milhões de usuários. E esse número continua a crescer à medida que aumenta a base de usuários de computador, diz Eduardo Campos de Oliveira, responsável pela divisão de produtividade e colaboração da Microsoft no Brasil.
"O PowerPoint é muito usado no país e sua utilização inclui desde a elaboração de piadas que circulam na internet até apresentações de executivos. É o segundo software mais usado da Microsoft, depois do Word", afirma. Escolas de informática certificadas pela Microsoft treinam 500 mil pessoas por ano para usar a ferramenta, e entre as empresas clientes da Microsoft 92% fazem uso do programa, diz Oliveira.

O problema é que de tão bem-sucedido, o software tornou-se sinônimo de apresentações excessivas e cansativas. Para ser uma ter ideia, existem mais de 27 mil páginas em português na internet com o termo "Eu odeio o PowerPoint". Amado por uns e odiado por outros, o software deixou de ser uma fonte de receita apenas para a Microsoft e as escolas de informática.

Nos últimos oito anos, formou-se no Brasil um novo mercado: o de empresas especializadas em criar apresentações em PowerPoint. A Microsoft estima que existam em torno de 20 empresas focadas em criar trabalhos de alta qualidade e treinar executivos para entreter a audiência.

A mais antiga delas, a Soap, começou em 2003 em um escritório de 20 metros quadrados, com dois sócios, João Galvão, o Joni, e Eduardo Adas. Hoje a empresa tem 80 funcionários, com escritórios nos Estados Unidos, na França e em Portugal. A receita anual da companhia já chega a R$ 20 milhões.

Desde sua fundação, a Soap fez 8 mil apresentações e atendeu a 800 empresas. A companhia produz de 100 a 120 apresentações por mês, um volume que cresceu 50% no ano passado. A previsão é de um novo aumento, da ordem de 30% neste ano, dado o volume de encomendas. Entre os clientes estão grandes grupos como Bradesco, Itaú-Unibanco, Monsanto, Syngenta, Pão de Açúcar, Thomson Reuters, Telefónica (que a empresa atende na Espanha) e Nivea (na França).

"No começo, algumas empresas achavam estranho pagar para fazer uma apresentação. Mas hoje algumas têm orçamento anual para esse serviço", afirma Galvão. Entre elas estão Avon, Natura, Telefónica e a própria Microsoft. O trabalho não se resume a produzir belos slides. A empresa reúne-se com o cliente para obter os dados que vão entrar na apresentação, o tempo da exposição e o perfil do público. A partir daí, produz um roteiro e treina o apresentador para desenvolver o tema de forma simples e atrativa. Elementos como animações, vídeos 3D e telas que permitem à plateia enviar perguntas por mensagens de texto do celular também são usadas para enriquecer a apresentação.

Outra empresa que segue essa trilha é a Monkey Business. Fundada no fim de 2008 por dois sócios, a empresa conta hoje com 12 funcionários e um representante comercial em Portugal. Desde que foi criada, já produziu 500 apresentações para 150 clientes, entre eles Visa, Braskem, Ambev e Basf. "Estima-se que apenas 1% das empresas no Brasil conhecem o mercado de apresentações. Existe muito terreno para ganhar", afirma o sócio e diretor executivo da companhia, Marco Franzolim. A empresa faz de 25 a 30 apresentações por mês. Neste ano, a demanda está 30% maior. A Monkey Business encerrou 2010 com receita de R$ 700 mil e projeta chegar a R$ 1,6 milhão neste ano.

Outra empresa de apresentações que vê um forte aumento da demanda é a Baumon, que tem em seu portfólio Odebrecht, Globo, Andrade Gutierrez, Pepsico, Givaudan, Embratel e Whirlpool. O sócio dirigente, Normann Kestenbaum, diz que após a crise financeira de 2008, a paciência de executivos para assistir a apresentações longas diminuiu muito.

"O tempo de exposição é cada vez mais curto. Um executivo tem em geral de 10 a 15 minutos para apresentar o tema e convencer o investidor", afirma Kestenbaum. Diferentemente da Soap e da Monkey Business, que oferecem opções para que as apresentações encantem a audiência, a Baumon prepara a apresentação com um único slide. "O PowerPoint é usado para o momento decisivo, só para retenção de um conceito", diz Kestenbaum. A empresa produz de 20 a 30 apresentações ao mês.

Engana-se quem pensa que só pessoas com dificuldades para se apresentar procuram esse tipo de serviço. O executivo-chefe da Reuters no Brasil, Ricardo Diniz, contratou a Soap para melhorar suas apresentações. Em uma delas, a companhia criou um roteiro com a história da Reuters para um grupo de operadores do Itaú-Unibanco e Diniz levou os espectadores a cantar "Índios", da banda Legião Urbana. "A verdade é que os negócios com o Itaú-Unibanco cresceram substancialmente após a apresentação", diz o executivo.

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